Vanessa Cristina Chucailo e Rodrigo Lima Veloso


UM FUTURO PARA O PASSADO: O MUSEU NACIONAL VIVE

Nem sempre a história dos museus tem sido permeada por valores ligados a ostentação, a opulência, a riqueza e ao poder. Enquanto instituições ligadas a preservação de bens culturais, nos últimos séculos os museus tem ampliado suas perspectivas de atuação, reorganizando suas plataformas técnico-científicas, procurando definir sua função social, especialmente através da educação e acesso a população [Bruno, 1999].

Trazemos para o debate o Museu Nacional (MN), criado em 1818, no Rio de Janeiro, e consumido pelo fogo em 2 de setembro de 2018, mesmo ano que celebrava seus dois séculos de existência.

A tragédia desse incêndio levou a discussão sobre a carência orçamentária e de infraestrutura que as universidades públicas no país têm passado, visto que o Museu Nacional enquanto instituição de pesquisa, ensino e memória é integrado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), bem como a falta de políticas de cultura e CT&I no Brasil, de modalidades de captação de recursos na esfera pública, a privatização de museus, etc. [Miranda de Sá; Romero Sá; Lima, 2018].

A proposta dessa comunicação é refletir sobre as possibilidades de um futuro para um passado perdido nas chamas, representado aqui pelas perdas irreparáveis do acervo do Museu Nacional.
                                                                                   
Antes de adentrarmos na história do MN, propomos uma breve discussão sobre o que é um museu, e o seu papel enquanto local de ensino e aprendizagem.

O que é um museu?
A palavra Museu tem suas origens na Grécia Antiga, derivada da palavra “mouseîon”, ou “templo das musas”, filhas de Zeus com Mnemosine, a memória. O “mouseîon” era um lugar privilegiado, mistura de templo e instituição de pesquisa, destinado a abrigar os mais variados ramos das artes e ciências. As obras de arte ali reunidas existiam mais em função de agradar as divindades do que serem contempladas pelo homem [Suano, 1886].

No Egito do século II (a.C.), em Alexandria, o “mouseîon” adquiriu uma nova característica, de saber enciclopédico. Nessa condição buscava-se discutir e ensinar sobre o máximo possível dos saberes existentes nas mais diversas áreas do conhecimento. O “mouseîon” de Alexandria passou a armazenar não apenas coleções de obras de arte, mas também instrumentos cirúrgicos e astronômicos, peles de animais raros, rochas e minérios trazidos de terras distantes, entre outros itens, além de possuir uma biblioteca, anfiteatro, observatório, salas de trabalho, jardim botânico e zoológico.

Mas é na época moderna que o hábito de colecionar itens tornou-se bastante comum. O fenômeno do colecionismo passou a tomar conta entre os mais nobres. No período do Renascimento, as coleções passaram a ser formadas por vestígios de antiguidades greco-romanas, e em seguida, por uma vasta diversidade de objetos que representassem curiosidades naturais ou artificiais, geralmente raridades trazidas por viajantes de lugares mais distantes. Surgem então os “gabinetes de curiosidades”, ou seja, espaços onde era possível reunir esses grandes coleções. E são, portanto, essas grandes coleções do período Renascentista que vão dar origem a instituição “museu”.

É a partir do Iluminismo que o museu passa a assumir uma função social enquanto instituição pública, expondo objetos que documentassem o passado e o presente, e que celebrassem a ciência e a historiografia oficiais. O Ashmolean Museum, aberto em 1683 em Oxford, Inglaterra, foi o primeiro museu público da Europa abrindo suas coleções para os estudiosos [Suano, 1986].

Em 1747, o francês Lafont de Saint-Yenne escreve um panfleto em que defende a divulgação das grandes coleções reais, e propondo a criação de um museu real em Paris, onde fosse possível expor as obras de arte europeias que faziam parte dos gabinetes reais. Então em 1750, parte da coleção real francesa foi aberta ao público no Palácio de Luxemburgo, e esse fenômeno acabou espalhando-se para outros palácios europeus [Suano, 1986].

É no século XIX que vamos assistir a uma proliferação de museus na Europa e em outras partes do mundo. O museu passa a assumir uma função não apenas como instituição ideal para abrigar coleções, mas também como local ideal para consolidar a identidade e memória nacional, exibindo conquistas, ideais de progresso e novos modelos de civilização oriundos da Revolução Industrial.

Se por um lado os museus passaram a ser utilizados como espaços para veiculação ideológica dos Estados Nacionais, por outro também passaram a desenvolver e incentivar atividades de pesquisa e ensino.

Os museus enquanto instituições públicas não podem ser fechadas para a população. Para Carlos Carlan [2008], esses espaços devem guardar e zelar por seus acervos, mas não escondê-los. Os acervos precisam ser transforados em documentos, e enquanto guardiões de uma memória coletiva precisam sim ser protegidos, mas não excluídos dos debates acadêmicos, da produção de conhecimento e da sociedade em geral.

“A partir da definição básica de museu como instituição permanente, que adquire, conserva, pesquisa, transmite e expõe testemunhos materiais do homem e do seu meio ambiente, diversos adendos foram realizados, ampliando a diversidade do que se compreendia por museu, assim como seus vínculos e responsabilidades em relação à sociedade” [Santos, p. 57, 2004].

Como vemos, de “gabinetes de curiosidade” a “guardião da cultura material”, o conceito de museu foi sendo construído e aprimorado ao longo dos séculos, assumindo certas características e funções para atender as demandas de cada época.

Museus enquanto espaços de ensino e aprendizado
Maria Cristina Bruno [1999] aponta para uma dívida que a historiografia brasileira tem para com os museus do país. Ela tece sua crítica chamando a atenção para o fato de que o fenômeno museal raramente estimulou os olhares dos historiadores, nem mesmo antropólogos e sociólogos têm orientado suas reflexões para o estudo das comunidades museológicas, seus impasses, caraterísticas, trajetórias e necessidades. 

O Brasil é um país muito rico e diversificado quando se trata de patrimônio histórico, artístico e cultural espalhados por seu território. Esses conjuntos de bens, materiais e não-materiais, hoje, possuem um grande reconhecimento por parte das pessoas que se identificam com produtos culturais. Mas infelizmente a parcela da população brasileira que reconhece a importância histórica e cultural desses locais, ainda é muito pequena.

A tentativa de reduzir esse “distanciamento” entre museus e população foi uma problemática muito debatida a partir do século XX, quando os museus passam a assumir um caráter mais educativo, buscando integrar as populações em suas ações e atividades.

Quem nunca ouviu que “museu é lugar de coisa velha”? É um pensamento recorrente em grande parte da população, que tende a ver o museu enquanto espaço fossilizado, velho, que não tem movimento. Ele acaba deixando de ser um espaço de memória e de aprendizado, para se tornar um lugar abandonado ou excludente.

O antropólogo Edgard Roquette-Pinto já dizia um artigo publicado no Jornal do Brasil em 1953, que as bibliotecas e demais “casas do conhecimento”, na qual se incluem os museus, devem ser a “universidade do povo”, ou seja, espaços onde existe investigação, produção de ciência, de conhecimentos, de aprendizado e de ensino. Desde que dirigiu o Museu Nacional entre 1926 a 1935, Roquette-Pinto demonstrava a preocupação com a educação, e suas iniciativas como a nova Seção de Assistência ao Ensino e a ‘Revista Nacional de Educação’ publicada entre 1932 a 1934, demonstravam sua crença na função social e educacional dos museus.

“Historicamente o museu é responsável pela produção do conhecimento e a convergência dos saberes científicos. Não basta guardar o objeto. Sem uma pesquisa permanente, a instituição fica subestimada a um centro de lazer e turismo. Cabe aos pesquisadores inserir os objetos, reclusos em suas reservas técnicas, como fontes históricas” [Carlan, p. 82, 2008].

Os museus podem e devem ser utilizados como espaços alternativos para o ensino de história e diversas outras disciplinas. Os acervos e coleções museológicas podem e devem servir as pesquisas científicas, para a produção e divulgação de conhecimento. Os museus precisam e devem ser vistos enquanto espaços de ensino e aprendizagem, de movimento e interação, e não como depósito de memórias e “coisas velhas”.

Breve histórico do Museu Nacional 
O Museu Nacional (MN) é a instituição científica mais antiga do Brasil, tendo sido criada em 1818 por Dom João VI com a finalidade de incentivar o conhecimento científico no país. Nessa época, ainda com o nome de Museu Real, tinha como sede a antiga Casa de História Natural, conhecida como Casa dos Pássaros que ficava no Campo de Santana. Com a Proclamação da Independência, o Museu passa a chamar-se Imperial e Nacional [Miranda de Sá; Romero Sá; Lima, 2018] e após a Proclamação da República tem a sua sede movida em 1892 para o Palácio da Quinta da Boa Vista, onde permaneceria até os dias atuais.

Em 1938 o Palácio da Quinta da Boa Vista foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), primeiro passo para que fosse priorizada a preservação do edifício histórico, numa tentativa de manter a integridade do edifício que já havia sofrido alterações nas mãos dos republicanos durante os anos que se seguiram à Proclamação da República e às inúmeras obras que foram realizadas para abrigar os acervos e exposições do Museu nos anos que se seguiram [DANTAS, 2007]. 

No ano de 1946, a instituição foi integrada à Universidade do Brasil, que futuramente viria a ser a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), passando a ser agora uma nova unidade da Universidade. 

“O Museu Nacional foi anexado à Universidade do Brasil com as seguintes finalidades: coligir, classificar e conservar materiais, organizando coleções em séries e exposições públicas; realizar estudos e pesquisas; divulgar conhecimentos e cooperar com as escolas e faculdades da Universidade do Brasil com fins de ensino e pesquisa” [SEMU, 2008].

Ao longo de todos os seus anos de existência, os diversos diretores e profissionais tiveram diferentes maneiras de enxergar a instituição, por vezes estimulando mais a parte científica, a interação com o público ou a divulgação científica. 

A instituição ao longo dos anos cresceu em diversas áreas das ciências como arqueologia, biologia, paleontologia, antropologia física e cultural, etnologia, história e botânica, reunindo um acervo com aproximadamente 20 milhões de peças em seus diferentes setores. Com materiais únicos em todo o mundo, como diversos holótipos zoológicos, botânicos, paleontológicos, a maior coleção egípcia da América Latina e diversos materiais etnológicos. O MN é considerado por muitos como a principal instituição de história natural e antropológica do país, e uma das mais importantes da América Latina [Fernandes; Fonseca; Henriques, 2007]. 

Entretanto, com a tragédia do dia 02 de setembro de 2018, o MN perdeu grande parte de seu acervo, e junto com ele uma parte da história de toda uma nação. É fácil visualizar as perdas materiais e culturais quando pensamos em todo o acervo que se encontrava em exposição dentro do Palácio da Quinta da Boa Vista, mas isso é apenas uma pequena amostra do que foi perdido.
Do descaso histórico à tragédia consumada 
O Museu que comemorava seus 200 anos em 2018 vinha de um histórico de descasos e de falta de verba que parecem não ser de agora.

“Em uma carta de Orville A. Derby de 1881, o naturalista (então responsável pela parte de mineralogia e paleontologia no MN) reclamava das más condições em que as coleções da 3a Seção se encontravam. (Pasta 20 – Fundo de Diretoria, Doc. 13 – SEMEAR-MN).” [Veloso, 2018]. 

Na carta, Derby diz em suas próprias palavras que encontrou a seção pela qual era responsável acéfala quando assumiu o seu cargo, tendo apenas dois outros funcionários para ajuda-lo, um dos quais também dividia suas tarefas como porteiro (cargo responsável por registrar entradas e saídas de materiais).

Ele continua a carta falando sobre a falta espaço para poder realizar um trabalho melhor de coordenação nas coleções de mineralogia, geologia e paleontologia. Derby continua:

“Até o presente dirigi a secção quase sem despesa, sujeitando-me sem reclamações à falta de pessoal, tirando para outros serviços, e aos grandes embaraços e transtornos causados pelas obras feitas nas outras seções, contando que, acabadas estas obras, a minha secção podia receber a atenção de que tanto necessita. Parece-me que já é tempo de tratar do seu melhoramento. A metade do tempo marcado em meu contrato já se acha decorrido sem grande proveito para o Museu, e, a continuarem as coisas no estado atual, todo ele decorrer-se-á sem vantagens reais para o Museu e com perda de credito para mim. Até agora não tenho podido fazer nenhum trabalho científico de importância; tenho-me visto obrigado a tratar somente da conservação das coleções, sem poder fazer convenientemente, e a trabalhar com pura perda de tempo.” [Derby apud Veloso, 2018]

Derby também se preocupava com o fato de que por falta de investimentos e de pesquisadores o Museu perdesse a oportunidade de poder contribuir com estudos sobre o material nacional que rapidamente era conseguido por pesquisadores estrangeiros, deixando à vista a falta de capacidade da instituição, e desvalorizando a coleção presente no MN. 

A carta supracitada é uma evidência de que os problemas enfrentados pelo então diretor da seção de geologia, mineralogia e paleontologia no fim do século XIX, são em sua maioria os mesmos problemas que afligiram o Museu por todos os anos. Cortes de verbas, a falta de interesse por parte do poder público e a falta de estímulo à cultura e ciência tornam-se cada vez mais constantes, fazendo com que as visitações diminuam a cada ano, e haja uma desvalorização de nosso patrimônio histórico e cultural. 

Do acervo de mais de 20 milhões de peças, muito pouco foi poupado das chamas. Mas esses 20 milhões não contabilizam documentos históricos, tais como as correspondências de pesquisadores renomados como Bertha Lutz, ativista feminista, bióloga e política brasileira que foi uma das responsáveis pelas pautas dos direitos dos homens e das mulheres na criação da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1945, ou os registros originais que contavam a história das peças que pertenciam ao MN, e que eram as únicas fontes existentes dessas histórias. Centenas de pesquisas em andamento foram afetadas, algumas de maneira irreparável, algumas tendo que ser modificadas para que tivessem continuidade, fora as pesquisas que poderiam ser feitas com esses materiais. Um riquíssimo acervo documental perdido para sempre.

O Museu Vive: o que nos resta 
Se existem uma forma de se reviver o MN, essa forma é através da conscientização da população de que o corpo de funcionários e alunos continua a sua luta, a percepção de que essas pessoas continuam diariamente suas pesquisas e de que trabalham incessantemente no resgate, tentando recuperar o maior número possível de material de dentro do esqueleto do palácio.

É possível ainda recuperar boa parte do legado do MN através dos trabalhos já realizados, fazendo um resgate histórico através dos documentos existentes, principalmente dos que já haviam sido digitalizados.

Nos seis meses decorrentes ao incêndio, já são duas exposições realizadas com material do MN, a primeira inaugurada no Centro Cultural da Casa da Moeda, apresenta a exposição ‘Quando Nem Tudo Era Gelo - Novas Descobertas no Continente Antártico’, com material paleontológico coletado por pesquisadores da instituição na Paleoantar, uma expedição para a Antártica, com a finalidade de coletar espécimes fósseis. Além do material que não foi afetado pelo incêndio e materiais usados na própria expedição,  a exposição conta também com alguns materiais retirados de dentro do palácio, entre eles estão um fragmento de rocha vulcânica e um tronco fóssil com uma estimativa de 70 a 80 milhões de anos. Esse tronco encontra-se metalizado por conta do contato com o armário de ferro que derreteu sobre ele durante o incêndio [Casa da Moeda, 2019]. 

Essa exposição, além de ter sido a primeira a mostrar que o MN continua as suas atividades, mesmo sem ter um espaço físico próprio, e com todas as dificuldades que vem apresentando, teve um caráter histórico envolvido: a atual sede do Centro Cultural da Casa da Moeda é o edifício onde o MN teve a sua primeira sede de 1818 a 1892, fazendo com que a primeira exposição pós-incêndio, fosse também extremamente significativa por ser no local onde tudo se iniciou 200 anos antes. 

A segunda exposição foi no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), com o nome de ‘Museu Nacional Vive – Arqueologia do Resgate’. Essa exposição parte da tragédia ocorrida para mostrar o trabalho realizado pelas equipes de resgate do MN, apresentando cerca de 180 peças, 103 delas foram retiradas dos escombros do Palácio da Quinta da Boa Vista (CCBB, 2019).

É muito importante conseguir mostrar para o público que apesar de tudo que ocorreu, os profissionais, professores, técnicos e tecnólogos e alunos, continuam a sua luta para não deixar que o esquecimento acabe com 200 anos de pesquisa, história e cultura que nasceram a partir do esforço de milhares de pessoas ao longo desses anos.

Referências
Vanessa Cristina Chucailo é doutoranda em História Social pela Unirio e bolsista CAPES.
Rodrigo Lima Veloso é mestrando em Patrimônio Geopaleontológico pelo Museu Nacional / UFRJ.

BRUNO, M. C. O. A importância dos processos museológicos para a preservação do patrimônio. Rev. Do Museu de Arqueologia e Etnologia. São Paulo, Suplemento 3, pp. 333-337, 1999.

CARLAN, C. U. Os Museus e o Patrimônio Histórico: uma relação complexa. Rev. História. São Paulo, v. 27, n. 2, pp 75-88, 2008.

CASA DA MOEDA. Museu da Casa da Moeda. 2019. Disponível em: https://www.casadamoeda.gov.br/portal/socioambiental/cultural/museu-casa-da-moeda.html

CCBB. Centro Cultural Banco do Brasil. Museu Nacional Vive – Arqueologia do Resgate. 2019. Disponível em: http://culturabancodobrasil.com.br/portal/museu-nacional-vive-arqueologia-do-resgate/

DANTAS, R. M. M. C. A Casa do Imperador do Paço de São Cristóvão ao Museu Nacional. 276f. (Dissertação). Programa de Pós-graduação em Memória Social. Rio de Janeiro. 2007.

FERNANDES A. C. S.; FONSECA V. M. M.; HENRIQUES D. D. . Histórico da Paleontologia no Museu Nacional. Anu. Inst. Geoc. – UFRJ, v. 30, n. 1, pp. 194-196, 2007.

MIRANDA DE SÁ, D.; ROMERO DE SÁ, M.; LIMA, N. T. O Museu Nacional e seu papel na história das ciências e da saúde no Brasil. Cad. Saúde Pública. v. 34, n. 12, pp. 1-5, 2018.

SANTOS, M. S. dos. Museus brasileiros e política cultural. Rev. Bras. Ci. Soc., jun. 2004, v. 19, n. 55, p.53-72

SUANO, M. O que é Museu. São Paulo: Brasiliense, 1986.

VELOSO, R. L. A curadoria de coleções paleontológicas como função primordial para a preservação do patrimônio geológico: o caso dos gomphotheriidae da coleção de paleovertebrados do Museu Nacional/UFRJ. 64f. (Trabalho Final de Conclusão de Curso). Especialização em Geologia do Quaternário. Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2018.

31 comentários:

  1. Parabéns pelo texto. Foi terrível para nós historiadores, o ocorrido com o Museu Nacional, chocando todos nós, e me fez lembrar da última vez que pisei no antigo casarão da Quinta da Boa Vista, que por sinal, estava acompanhado por você, Vanessa. Na opinião da dupla, qual será o futuro dos museus brasileiros em questão de prevenção de acidentes e conservação das instalações? Será que a digitalização imediata dos acervos não é um primeiro passo para perpetuação dos acervos? Será que a lição do Museu Nacional servirá para que novas ações sejam feitas?

    Aristides Leo Pardo

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    1. Olá Tide, agradecemos sua participação.

      A digitalização de documentos é sim importante e deve cada vez mais ser levada em consideração, tanto no que diz respeito à conservação do documento quanto à facilidade de acesso a esse material, é de suma importância também que se faça uso de bancos de dados virtuais, e que se tenham esses dados copiados em lugares diferentes, assim, caso aconteça algo de grave, o máximo de informações possíveis estejam salvas. Porém no caso do Museu Nacional, não estamos falando apenas de papeis e documentos escritos, mas de uma gama de materiais concretos. Com a ajuda de impressões 3D realizadas a partir de tomografias, nós podemos recorrer à impressão de réplicas desses materiais, mas os custos para essas impressões ainda é relativamente caro, e sabemos que a verba no nosso país já está apertada né? Então nesses casos um plano de prevenção de acidentes bem como a manutenção e conservação do espaço que abriga essas coleções é fundamental. Esperamos que o ocorreu com o MN não se repita com outras instituições, porém quanto as ações de prevenção e conservação desses outros locais de memória ainda depende de um processo longo e demorado, tanto de conscientização da população de que esses espaços são públicos, logo, todos são responsáveis por cobrar, quanto dos poderes públicos, de investir e proteger nesses espaços. Sabemos de casos de alguns museus como o Museu de Ciências da Terra no Rio de Janeiro, que logo após o incêndio entraram em reforma, ele vai ficar fechado por algum tempo para reformar o espaço por inteiro, algo assim deveria ocorrer em diversos locais. Mas é complicado, porque infelizmente, muitos desses museus vivem exclusivamente das verbas que arrecadam do público.

      Atenciosamente,
      Vanessa e Rodrigo.

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  2. Gostei do texto e da forma didática com que foi escrito, e tenho duas perguntas: É notável que os museus tem ampliado muito seu campo de atuação, que pode ser notado com o crescente número de estudos e pesquisas no próprio âmbito dos estudos históricos. No entanto, essa ampliação, que perpassa também as questões ligadas ao patrimônio cultural, ainda estão muito restritas ao ambiente acadêmico. Isso pode ser identificado na educação básica, em que ainda vemos muito timidamente inciativas voltadas para a educação museal e para o patrimônio. Diante disso, pergunto, de que forma os professores da rede pública de ensino, com suas agendas extremamente lotadas, podem tá trazendo esse "despertar" para a importância dos museus; E a segunda pergunta é: É inegável que estamos passando nesses últimos anos por um processo de disputas no campo da memória e do patrimônio, que pode ser identificado nas inúmeras tentativas de desconstrução e negação de fatos históricos. Diante disso, qual o papel e o lugar dos lugares de memória, no caso as instituições de memória, os museus, os acervos, nesse momento de "crise" da história e da memória? Atenciosamente, Alexandra Sablina do Nascimento Veras

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    1. Olá Alexandra, agradecemos sua participação.
      Quanto a suas questões, pensamos que o primeiro equívoco quando se trata da “agenda lotada” começa quando apenas o professor da disciplina de História se torna responsável por despertar o olhar para a importância dos museus. O museu pode ser utilizado e lembrado nas aulas de biologia, geografia, português, etc. Falta aí um trabalho interdisciplinar.
      Diante dos “achismos” e opiniões sem embasamento, entendemos que o papel desses espaços de memória tenham se tornado o de resistência, e precisam ser evidenciados. Os museus precisam ser mais divulgados, suas produções científicas, suas coleções e acervos.

      Atenciosamente,
      Rodrigo e Vanessa

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  3. Boa noite, gostaria de parabenizar os autores pela produção do artigo, no qual foram apresentadas discussões complexas de maneira muito clara, de modo a auxiliar na democratização da pauta, indo de encontro à conscientização acerca da relação entre museus, patrimônios e construções identitárias. Dentre todos os assuntos relevantes, como o museu enquanto espaço de memória, como pontuado acima pela colega Alexandra Sablina do Nascimento Veras, chamou-me atenção também a menção à necessidade de usar as culturas materiais nas produções científicas. Vivemos um período em que várias ciências têm sido alvo de relativizações e revisionismos, que consequentemente, não se sustentam em bases científicas nem em rigor metodológico. Esses revisionismos muitas vezes são impulsionados em redes sociais, espaços esses que, muitas vezes, são comuns aos alunos com quem nós professores temos contato. Gostaria de saber se para os autores, reiterar a importância das fontes históricas nos bancos escolares é um possível caminho para a conscientização sobre determinados assuntos e qual é o papel da escola nesse processo. Gostaria também de muito respeitosamente fazer uma observação sobre o nome de um dos autores citados, onde consta Carlos Carlan, porém o nome do professor é Cláudio U. Carlan. Novamente, parabéns pelo texto e pelos debates trazidos.
    Cristina Santos Lucio

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    1. Olá Cristina, agradecemos sua participação.

      Obrigada pela observação, de fato, cometemos um equívoco quanto ao nome do professor Cláudio Carlan. Tentaremos corrigir para a publicação final do material do evento.

      Sobre suas questões, a diferença quanto “provar” que tal fato aconteceu ou não dentro da história tem muito a ver com a forma como o historiador/historiadora vai trabalhar com essas fontes nas suas narrativas. Reiterar a importância das fontes históricas nos bancos escolares não só é um caminho possível como necessário. Talvez outra possibilidade seja a de organizar uma maior aproximação da família no ambiente escolar, para fazer compreender, desde o núcleo familiar, a necessidade e a importância da metodologia científica como uma ferramenta não de verdade absoluta, mas de auxílio na busca da aproximação dos fatos e evidências científicas, eliminando boa parte dos relativismos.

      Atenciosamente,
      Vanessa e Rodrigo.

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  4. Gostaria de parabenizar pelo texto objetivo e elucidativo. Eu, como historiadora, com trabalhos que usam o colecionismo como objeto de pesquisa, gostaria de ressaltar o trabalho que a equipe do Museu Mariano Procópio em Juiz de Fora/MG, vem fazendo com o projeto: “O museu vai à escola” cujo objetivo é apresentar a arte e a história aos alunos, aproximando-os do museu através de reproduções fotográficas e de obras do acervo. Minha questão é se vocês acreditam que, esse tipo de projeto pode fazer com que as crianças percebam a importância da conservação da memória, que, infelizmente, independente de classe social ou educação formal, boa parte da sociedade não valoriza?

    Angelita Maria Rocha Ferrari da Costa

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    1. Olá Angelita, agradecemos sua participação.
      Gostaríamos de parabenizar a equipe do Museu Mariano Procópio pelo projeto, e quanto a sua questão, não tenha dúvidas quanto à importância de mais projetos nesse sentido, tanto para aproximar os estudantes quanto a sociedade de modo geral para esses espaços. Existem programas como os museus itinerantes como o que você citou, que são pequenas amostras de museus que viajam (geralmente o estado) visitando escolas para mostrar o conteúdo desses museus e levar um pouco de informações para pessoas que não têm acesso ao espaço do museu, assim como existe a possibilidade de se conseguir coleções didáticas algumas vezes, onde o museu pode ceder algumas amostrar para a escola. Durante muito tempo, e talvez ainda hoje paire sobre os museus uma ideia de “elitização” desses locais. Projetos como esses vêm para demonstrar que esses locais precisam ser vistos, valorizados, acessados, abertos para as pessoas.

      Atenciosamente,
      Rodrigo e Vanessa

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  5. Boa tarde Vanessa e Rodrigo. Parabéns pelo trabalho, tenho certeza de que vocês contribuíram para manter viva a lembrança do Museu Nacional, assim como as exposições citadas no texto. Quanto aos problemas enfrentados pelo MN desde a época de Derby, como a falta de estímulos à cultura e ciência, me surgiu uma duvida. Quais são suas opiniões para as dificuldades encontradas em cidades que não tem um espaço de manutenção da memória como o MN no Rio? Levando em consideração que a população e os alunos desses lugares não tem acesso a esse recurso cultural.
    Cibele Raffaelly.

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    1. Olá Cibele, agradecemos sua participação.

      Como dito em comentários anteriores, sua pergunta é de fundamental importância, a maior dificuldade que se enfrenta para se divulgar museus é a acessibilidade. Os projetos como museus itinerantes e empréstimos são opções, mas que infelizmente não conseguem atender demandas muito grandes. Atualmente, um trabalho de reconstrução virtual do Museu Nacional foi feito, infelizmente esse tipo de coisa só aconteceu em uma tentativa de se preservar a exposição existente, mas pensamos que com um trabalho bem elaborado, isso aumenta e muito as oportunidades, hoje, qualquer pessoa com acesso à internet consegue fazer um tour virtual por dentro do Palácio da Quinta da Boa Vista, obviamente, esse tour pode ser melhorado, de forma que a visita seja guiada por um guia virtual ou coisas do gênero.

      Atenciosamente,
      Vanessa e Rodrigo.

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  6. Gostei muito do artigo. Acho muito interessante estudar o museu. Uma temática muito importante pois o museu nacional tem que ser trabalhado em todas as escolas e principalmente nas de rede públicas. Mas como é que deve ser repassado para as escolas de rede pública, se existe uma falta de acesso ao museu? Como trabalhar essa questão?

    Andreza Cardoso de Moura andrezacardoso958@gmail.com

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    1. Olá Andreza, obrigado pela participação.
      Se não me engano, quase todos os museus têm gratuidades para alunos e professores da rede pública, o maior problema da acessibilidade geralmente está ligado à distância, e nesse caso é tentar entrar em contato para ver se existe algum programa como os citados em comentários anteriores, espero ter conseguido ajudar de alguma forma.

      Atenciosamente,
      Rodrigo e Vanessa.

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  7. Bruna da Silva Cardoso9 de abril de 2019 às 19:08

    Me recordo que quando ocorreu o incêndio no Museu Nacional, estávamos discutindo sobre a importância dos museus na disciplina de Fundamentos da Museologia. Durante a aula foram vários as narrativas de tristeza e indignação por parte dos estudantes. Percebi enquanto professora de História a necessidade da inserção daquelas discussões nas aulas de História seja na universidade como na educação básica. Tivemos a chance de levar alguns alunos para conhecerem um museu em uma cidade mais próxima e ficou visível a empolgação dos mesmos com a experiência. O que nos fez pensar na urgência da existência dos museus em todos os lugares. O museu apareceu como um espaço educativo e assistir e ler as diversas notícias sobre o incêndio do Museu Nacional nos deixou também preocupados com a valorização e investimentos nas instituições museológicas. Diante disso, destaco a relevância da temática ser colocada em debate os parabenizo pela iniciativa da comunicação. Finalizo destacando um trecho da comunicação que chamou bastante a minha atenção: "A proposta dessa comunicação é refletir sobre as possibilidades de um futuro para um passado perdido nas chamas, representado aqui pelas perdas irreparáveis do acervo do Museu Nacional". E que nos convida a refletir sobre como tratamos a nossa história e como falhamos como sociedade, quando uma tragédia como a do Museu Nacional acontece.

    Leitora: Bruna da Silva Cardoso

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    1. Olá Bruna, obrigada pelo comentário, ficamos emocionados com esse tipo de relato. Gratidão.

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  8. Parabéns Rodrigo e Vanessa pela exposição não apenas do texto, mas pela questão crucial que é o resgate e preservação da memória através dos museus. Inquestionavelmente, a perda do acervo do Museu Nacional é irrecuperável, e o que mais afligiu a muitos de nós, historiadores ou não, foi ver que o descaso do Estado como mantenedor da instituição extrapolou para a indiferença de alguns que afirmou que não houve perdas, porque lá só "tinha coisas velhas". A minha questão é, como a escola, e os professores como agentes condutor do conhecimento, podem contribuir com uma mudança na percepção sobre a memória e do museu como espaço vivo?
    Adorei o trabalho de vocês, parabéns.

    Cláudia Cristina do Lago Borges

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    1. Olá Cláudia, obrigada pela participação.

      Quanto a sua questão, acreditamos que não somente as escolas e os professores precisam trabalhar essa percepção do museu enquanto um espaço vivo de aprendizagem, mas também falta por parte dos museus uma maior aproximação com o seu público, mais divulgações e ações voltadas para essa aproximação e interação entre esses espaços de memória e a sociedade em geral. O papel do professor é conseguir contextualizar o conteúdo, o que os museus podem oferecer, com a realidade e as necessidades dos seus alunos. Espero que tenhamos respondido.

      Atenciosamente,
      Vanessa e Rodrigo.

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  9. Boa noite Rodrigo e Vanessa, texto excelente, parabéns!
    O incêndio do Museu Nacional foi muito triste, uma dor latente, uma ferida que vai demorar muito tempo para cicatrizar, não sei quando esse aperto no coração vai deixar de existir.
    Tenho duas perguntas: Como fazer com que os nossos alunos se interessem e perceba a importância dos museus? Hoje que é tão difícil você conseguir dar uma aula na qual o aluno perceba o quanto esse saber faz sentido para a vida dele, e que ele é um sujeito histórico e tudo que está no Museu está relacionado com a sua vida e com as transformações da nossa história, da nossa vida. Hoje o celular é muito mais atraente que as aulas, além da falta de interesse dos alunos, por mais que você prepare uma aula voltada para essa geração tecnológica, que muitas vezes lousa e somente livro didático não basta.
    Minha segunda pergunta: Como vamos recuperar o mínimo de tudo que foi perdido no MN? Como vai fica esse novo espaço que está sendo reconstruído?

    Muito obrigado.
    Gabriela Maciel Ceccon

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    1. Olá Gabriela, obrigado pela participação.
      Bom, sobre a primeira questão, achamos que nós como professores temos o dever de conhecer nossos alunos além da lista de chamadas e de compreender a sua vivência pessoal, então é fundamental que saibamos contextualizar qualquer coisa que possamos ensinar, e com os museus não seria diferente, quanto à essa era "digital" que vivemos, realmente é muito difícil combater, mas se conseguirmos usá-las a nosso favor também facilita muito, em outros comentários, falamos sobre a visita virtual que existe no Museu Nacional agora, esse tipo de ferramenta quando bem utilizada consegue chamar muito a atenção deles.
      Sobre a recuperação do nosso acervo no MN, existem sim formas de se recuperar uma pequena parcela desse material, seja através de revisões bibliográficas em cima de todos os trabalhos já realizados com esses materiais perdidos, ou como no caso do trabalho de curadoria que eu (Rodrigo) faço no MN, eu trabalho com a documentação histórica das coleções, é um trabalho de busca e análise documental que agora necessita ser feito em diversos órgãos como Arquivo Nacional, Biblioteca Nacional e outros museus e pesquisadores que têm ou já tiveram parceria com o MN.

      Atenciosamente,
      Rodrigo e Vanessa.

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  10. Olá, gostei muito de como o texto foi escrito. Desde o incêndio no MN me surgiram alguns questionamentos, o museu em si já é algo que por muitos é visto como algo elitizado e em cidades do interior é algo quase inalcançável,sendo assim gostaria de saber algumas formas de quebrar esses estereótipos e mostrar para esses estudantes que é sim viável visitar museus e de como eles são importantes para a construção do saber histórico.
    Abraços!
    Anita Beims
    anjosbeims@gmail.com

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    1. Olá Anita, obrigado pela participação.
      Um dos maiores problemas enfrentados pelos museus é a falta de divulgação, museus em sua maioria apresentam preços de entrada muito baixos ou até mesmo gratuidades, mas isso é muito pouco divulgado.
      A divulgação científica necessita de espaço não só nas escolas e universidades, ela precisa de espaço nos jornais, na tv, precisa que as pessoas que visitam esses espaços falem sobre ele, que criem a curiosidade nos outros.

      Atenciosamente,
      Rodrigo e Vanessa.

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  11. Olá, fico generosamente agraciado pelas belas colocações sobre o tema. gostaria então de saber, na sua opinião, a privatização dos museus, podem "ferir" a função social e educacional que é destinada á essas "Casas do Conhecimento" (EDGARD, 1953)?

    Muito Agraciado;
    Ítalo Bezerra Oliveira.

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    1. Olá Ítalo, obrigado pela participação.
      Bom, existem formas e formas de se fazer as coisas, a privatização de museus pode ser benéfica, assim como pode ser catastrófica, infelizmente no Brasil, as coisas tendem a ser direcionadas a esse último viés. Os museus tendem a ser instituições que tem entradas muito baratas, ou gratuitas, exatamente por servirem de casas do conhecimento para toda a sociedade, e não apenas para uma parcela. As parcerias com setores privados ou a própria privatização pode ajudar muito museus, se houver o cuidado para que essa premissa de museu para todos não mude, não há tantas perdas, mas conhecendo o nosso país, infelizmente acho difícil acreditar que no momento em que um museu for privatizado, a função dele vá ser atrair público para aumentar a receita, aumentando os valores e consequentemente afastando uma parcela majoritária da sociedade.

      Atenciosamente,
      Rodrigo e Vanessa.

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  12. Gostaria de saber também ,se, na sua opinião, de que forma as instituições de ensino educacional, podem ampliar a importância dos museus como espaço de aprendizagem e formação do conhecimento, minimizando o pensamento popular errôneo sobre esse espaço?

    Ítalo Bezerra Oliveira.

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    1. Olá Ítalo, mais uma vez obrigado pela participação.
      Na nossa opinião, o maior papel que as instituições de ensino têm e que não fazem de maneira correta é a divulgação. Não há um diálogo bem definido entre as instituições e os museus, não há divulgação, a exemplo disso, diversos alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) não sabia que existem programas de pós-graduação no Museu Nacional, um museu bicentenário que está vinculado à própria UFRJ, isso é problema de divulgação e de diálogo entre esses espaços que desde a sua criação deveriam se complementar e compartilhar os conhecimentos.

      Atenciosamente,
      Rodrigo e Vanessa.

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  13. JOÃO GUILHERME DA TRINDADE CURADO11 de abril de 2019 às 17:47

    O texto é muito interessante e importante no que se refere ao debate sobre instituições de memórias no Brasil, assim como a manutenção dos mesmos. Fica evidente a relação de vocês autores com o objeto de estudo, o que acho fantástico. Muito bom perceber, pelas informações trazidas ao longo do artigo, que as atividades do Museu Nacional não cessaram e que nem tudo foi perdido. Enquanto colaboração sobre a temática abordada teriam mais alguma referências para indicarem? Grato e parabéns pelo texto.

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    1. Olá João, obrigado pela participação.
      Bom, trabalhos sobre a história do Museu Nacional (MN) existem em boas quantidades, trabalhos referentes à materiais do MN eu não saberia nem quantificar, não sei ao certo em que área teria mais interesse, mas pode nos contactar através dos nossos e-mails: rodrigobiolima@gmail.com / vane_cristina00@hotmail.com

      Atenciosamente,
      Rodrigo e Vanessa.

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  14. João Felipe Pereira11 de abril de 2019 às 19:43

    Muito rico de informações o trabalho de pesquisa e escrita, gostaria de primeiramente parabeniza-los por tal feito, e agradece-los pelo aprendizado adiquirido com a mensagem que ambos nos passaram. Enquanto estudante de história é muito triste pensar em tal fato ocorrido com o museu nacional, e morando em uma cidade considerada Patrimônio da Humanidade,com um acervo imenso de prédios coloniais, formando juntos um enorme museu a céu aberto, fico a cada dia preocupado com a situação em que se encontra estes espaços que nos ensinam e fazem lembrar da história do nosso país.
    Gostaria de lhes deixar o seguinte questionamento: Com essas possíveis "atualizações" propostas nos formatos de muitos museus, onde trazem uma roupagem mais tecnólogica, em que se perde muitas vezes o contato direto com o documento histórico oficial para se ter contato com uma representação tecnológica, traz algum risco para a desvalorização ainda maior dos bens históricos que a humanidade possui? Na visão de ambos, até onde isso pode ser um fator negativo na educação dos jovens? Corremos o risco de perder por completo os bens materiais adquiridos ao longo da história?
    Atenciosamente;
    João Felipe Pereira

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    1. Olá João Felipe, agradecemos sua participação.

      Vemos algumas dessas atualizações e adaptações desses espaços como necessárias. Quanto ao formato tecnológico, não se perde necessariamente o contato com o documento histórico. A digitalização de acervos documentais, por exemplo, não somente permite uma maior conservação do material original, evitando sua deterioração devido a um manuseio excessivo, como também facilita muito mais a disponibilidade e o acesso a esse material para pesquisas. Pensamos que isso não desvaloriza o documento, mas faz ele se tornar útil, acessível. Atualmente, um trabalho de reconstrução virtual do Museu Nacional foi feito, qualquer pessoa com acesso à internet consegue fazer um tour virtual por dentro do Palácio da Quinta da Boa Vista, obviamente, esse tour pode ser melhorado, de forma que a visita seja guiada por um guia virtual ou coisas do gênero. Precisamos saber usar a tecnologia a nosso favor. Assim não perdemos, mas ajudamos a preservar e manter essa memória ativa.

      Atenciosamente,
      Vanessa e Rodrigo.

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