TEMAS
DE CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS EM ESCOLAS ESTADUAIS DO RIO DE JANEIRO: NOTAS
DE UM PROJETO EXTENSIONISTA
Introdução
Este
trabalho é resultado do projeto de extensão “Sociologia, Juventude e
Cidadania”, inscrito na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) desde
agosto de 2017. A partir de temas que apontam para o desenvolvimento do
pensamento crítico e a formação cidadã de estudantes do ensino médio, o projeto
tem realizado palestras e oficinas em colégios estaduais do Rio de Janeiro. As atividades do projeto são,
inclusive, uma oportunidade de ampliação para debates temáticos com os quais os
estudantes já podem ter tido contato em sala de aula, seja em Sociologia, seja
em disciplinas transversais da área de humanidades.
O tema a ser desenvolvido em cada uma dessas
atividades é negociado entre o colégio e os membros do projeto, o qual deve
preferencialmente constar entre racismo, população indígena, gênero, violência doméstica, sexualidade, trabalho, tecnologia,
política, democracia, justiça, desigualdades, cultura, meio ambiente,
preconceito e intolerância, bullying, direitos humanos, educação
e redes sociais, nada impedindo que outras temáticas sejam desenvolvidas.
Do ponto de vista da formação técnico-científica,
os temas podem, ainda, dar suporte à preparação dos estudantes para os
vestibulares e para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), haja vista
contribuir para as provas de Ciências Humanas e para a argumentação das provas
de Redação.
Como um dos públicos alvos
deste projeto é o estudante de licenciatura em Ciências Sociais da UERJ,
levando-os a alguns desses eventos e futuramente pretendendo inclui-los na
realização de algumas das atividades desenvolvidas, possibilita-se ao futuro
docente de Sociologia a observação da atuação da disciplina em múltiplos
espaços de realização educacional de forma diferente das aulas tradicionais.
Com isso, gera-se o estímulo para que ações semelhantes sejam realizadas pelo
futuro docente quando estiver exercendo sua profissão.
Em tempos de conturbação política, lenta
recuperação econômica e expansão de valores conservadores difusos pela
sociedade brasileira, faz-se necessário apresentar debates lastreados na
valorização dos direitos humanos e na cidadania. Esse lastro está na base do
projeto de extensão ao qual este trabalho é remetido, acreditando na
importância do diálogo e da formação cidadã como auxílio da educação na sociedade
na qual a universidade está inserida.
Sobre o projeto:
objetivos e base teórica
O projeto tem pretendido:
1) Promover a articulação
entre universidade e sociedade, objetivo que embasa os projetos de extensão,
recorrendo ao apoio de profissionais de dentro da UERJ e de outras instituições
que visem debater temas relacionados direta ou indiretamente ao currículo de
Sociologia e de demais disciplinas de Humanas e que ajudem na formação cidadã de
estudantes de escolas públicas do Estado;
2) Auxiliar escolas públicas
a realizar atividades de discussão social dentro do seu próprio espaço, reunindo
alunos da educação básica, professores e corpo administrativo em torno de uma
proposta de cidadania;
3) Estabelecer redes de
contato e de trabalho entre professores membros do projeto e docentes de escolas
estaduais do Estado fluminense;
4) Estimular a participação
de estudantes de licenciatura em Ciências Sociais da UERJ junto a um projeto extensionista,
conhecendo, já na formação universitária, a realização de um trabalho que
articula teoria e prática ao levá-los para a realidade das escolas visitadas.
Este
projeto de extensão parte de uma perspectiva do papel da Sociologia articulado
à vertente humanitária e não-tradicional de educação, entendendo o saber como
uma prática que pode ser construída a partir de formas alternativas e
complementares de ensino.
As
Orientações Curriculares para o Ensino Médio, na parte de Sociologia [BRASIL,
2006], alertam para função da disciplina como um instrumento de desenvolvimento
da cidadania. A esse respeito, diz o documento:
“Muito
se tem falado do poder de formação dessa disciplina, em especial na formação
política, conforme consagra o dispositivo legal (LDB nº 9.394/96, Art. 36, §
1o, III) quando relaciona “conhecimentos de Sociologia” e “exercício da
cidadania”. Entende-se que essa relação não é imediata, nem é exclusiva da
Sociologia a prerrogativa de preparar o cidadão. No entanto, sempre estão
presentes nos conteúdos de ensino da Sociologia temas ligados à cidadania, à
política em sentido amplo (quando, muitas vezes no lugar da Sociologia stricto
sensu, os professores trazem conteúdos, temas e autores da Ciência Política) e
mesmo contrastes com a organização política de sociedades tribais ou simples
(quando, então, é a Antropologia que vem ocupar o lugar da Sociologia), ou
ainda preocupações com a participação comunitária, com questões sobre partidos
políticos e eleições, etc. Talvez o que se tenha em Sociologia é que essa
expectativa - preparar para a cidadania - ganhe contornos mais objetivos a
partir dos conteúdos clássicos ou contemporâneos – temas e autores” [BRASIL,
2006, p. 104].
Na educação básica a
Sociologia tem por objetivo a análise crítica das relações sociais, despertando
no aluno a “imaginação sociológica” descrita pelo sociólogo norte-americano
Wright Mills [1975], propondo o uso da disciplina como forma de entender o
indivíduo e suas ações perante as estruturas sociais. Seguindo a perspectiva da
imaginação sociológica, trilha-se o entendimento segundo o qual os seres
humanos só podem compreender sua existência e analisar seu futuro percebendo-se
parte de um determinado contexto, de maneira que nossas ações influenciam e são
influenciadas pela dinâmica social.
O exercício de “transformar o exótico em familiar e o
familiar em exótico” proposto pelo antropólogo Roberto DaMatta [1987] é um
caminho eficiente para despertar a imaginação sociológica, o que significa
problematizar o que é cotidiano, reafirmando sua historicidade, e,
portanto, sua materialidade.
Ademais, só é possível tomar certos fenômenos como objeto
da disciplina na medida em que sejam submetidos a um processo de estranhamento
e desnaturalização, demonstrando que os fenômenos de ordem social não passam de
construções ligadas à história e às relações de força presentes nas dinâmicas
sociais.
Diante
disso, o ensino de Sociologia deve auxiliar a emancipação do indivíduo para
além da sala de aula, valendo-se, por exemplo, de outros espaços no âmbito das
escolas, conforme defendido por Paulo Freyre [1993]. Inspirando-se no autor de
Pedagogia do Oprimido, Frago e Escolano [2001], salientam que no modelo de
escola contemporânea, a sala de aula vai além de um ambiente delimitado por
paredes, porta e janelas, onde estão dispostas inúmeras carteiras e cadeiras. O
ambiente escolar deve ser um espaço no qual se devem acolher as diferenças, os
questionamentos, as dúvidas e os saberes. Com isso:
“[...]
a escola transforma-se num lugar no qual é permitido ir além dos limites de uma
apostila/livro conseguindo alcançar o diferente, pois as vivências normais e
comuns são esquecidas num piscar de olhos, enquanto aquelas significativas
serão lembradas e relembradas por décadas e décadas” [SCHLICKMANN; SCHMITZ,
2015, p. 5].
Nesse sentido, o ensino para
o jovem tende a ser mais atraente quando abordado segundo uma atividade mais
dinâmica, afinal o indivíduo procura estar em locais onde há satisfação pessoal
e intelectual.
Por fim, os temas propostos pelas
atividades deste projeto extensionista referem-se a assuntos candentes da
sociedade brasileira, marcada pela indecisão entre o moderno e o tradicional [HOLANDA,
1995], levando a práticas de “jeitinho brasileiro” e corrupções cotidianas; e
pela cidadania inconclusa [CARVALHO, 2002], que impede a totalidade da
sociedade do alcance dos direitos fundamentais garantidos, por exemplo, pela
Constituição Federal de 88.
Colégios
visitados e atividades desenvolvidas
Depois do início da vigência
do projeto em fins de 2017, realizamos contato com colégios visando sua
efetivação em 2018, período utilizado como base de elaboração deste artigo.
Para 2019 o projeto foi renovado e em breve as atividades terão novos
desdobramentos.
Com 13 atividades em 12
colégios estaduais do Rio de Janeiro, além de um pré-vestibular comunitário (o
PVNC-Caxias), totalizando 14 em 2018, presenciamos diferentes realidades
socioeconômicas, perfis variados de estudantes e compartilhamos a percepção de
que a juventude fluminense carece do debate de uma série de temas que estão no
currículo de Sociologia e demais disciplinas de humanidades e que falem
diretamente às suas realidades, levando-os a rever comportamentos e combater
preconceitos.
Os temas trabalhados,
diretamente e de forma interconectada, foram: cultura e cidadania; diversidade
e tolerância; fake news e meios de comunicação; direitos humanos; política;
preconceito e discriminação; gênero, classe e raça; indústria cultural; violência
doméstica; e educação no Brasil.
Suas definições se deram a
partir de demandas dos colégios em negociação com os partícipes do projeto e
foram postas em prática pelos próprios professores membros e por colaboradores
vindos de outras instituições (caso dos Professores de Sociologia Vinicius Mayo
Pires e Natália Braga de Oliveira, ambos do Colégio Pedro II, e Denis T. S. de
Barros, do INES). No caso de atividades realizadas pelos componentes do
projeto, destacam-se os professores de Sociologia do CAp-UERJ Walace Ferreira e
Rodrigo de Souza Pain, e o Professor Alberto Alvadia Filho, do IFRJ, unidade
São João de Meriti.
As cidades envolvidas, e a
quantidade de atividades, foram: Rio de Janeiro (6), Petrópolis (3), Duque de
Caxias (2), São Gonçalo (1), Niterói (1), Paty do Alferes (1). Na capital, os
bairros envolvidos foram Cordovil, Brás de Pina, Campinho e Rio Comprido.
Salienta-se que o CAp-UERJ
foi escolhido para receber uma oficina em duas turmas do primeiro ano, pela Professora
Natália B. de Oliveira, do CPII, sobre gênero e violência doméstica, por ser a
origem do projeto. O Instituto de Aplicação ainda tem envolvido a formação de professores
por meio do estímulo à participação de licenciandos em Ciências Sociais nas
atividades desenvolvidas. Foi o caso da ida de alunos em algumas das atividades
realizadas no Rio de Janeiro, bem como da roda de conversa coordenada
pela estudante de
Licenciatura em Ciências Sociais da UERJ Fernanda Azevedo no PVNC (Pré-Vestibular
para Negros e Carentes), núcleo Caxias, onde ela atua como docente voluntária,
cujo tema versou sobre a educação brasileira nos tempos atuais e a perspectiva
de entrada do estudante pobre e negro na universidade.
Em todas as
instituições visitadas registramos os acontecimentos com fotos permitidas pelos
envolvidos e assinatura de lista de presença, assim como certificação dos organizadores
por parte do CAp-UERJ.
Alguns
exemplos de atividades:
Colégio Estadual
Hélio Rangel (Jardim
Primavera/Duque de Caxias – 20 de março de 2018):
Numa região carente
socioeconomicamente, o Professor do CAp-UERJ vinculado ao projeto, Rodrigo Pain,
realizou palestra com o título “Cultura e Cidadania”, na qual abordou-se
assuntos sobre as condições da juventude nas periferias das grandes cidades, em
especial da região da baixada fluminense, assim como da importância de os
jovens atentarem para as características do mercado de trabalho, os direitos
sociais e a política nacional em ano de eleições. O evento foi realizado na
parte da manhã e contou com 31 estudantes do segundo e do terceiro ano.
Imagem 1:
Prof. Rodrigo Pain
no Colégio Hélio Rangel
Colégio Estadual Teresa Cristina
(Brás de Pina/Rio de Janeiro - 03 de abril de 2018 a primeira atividade):
Na
primeira visita neste colégio, a Professora de Sociologia Nathalia Oliveira, do
Colégio Pedro II, especialista em gênero, diversidade e direitos humanos, realizou
no turno da noite a oficina “A dignidade
é um olhar: tolerância e diálogo na construção de uma cultura democrática”
para alunos do NEJA (Jovens e Adultos) e do terceiro ano do ensino médio, com
37 presentes.
Partindo
da reflexão “Eu me sinto diferente porque...” os estudantes foram levados a
pensar na necessidade de valorização da diversidade e da tolerância como forma
de superação do ciclo de violência e dos discursos de ódio presentes na
sociedade brasileira.
Imagem 2:
Profa. Nathalia
Oliveira no Colégio Teresa Cristina
Colégio Estadual Professora Maria
Terezinha de Carvalho Machado (Campinho/Rio de Janeiro - 20 de abril de 2018):
Devido à
integração cada vez maior dos jovens ao universo da internet e à propagação das
fake news pelas redes sociais, inclusive ameaçando a idoneidade das notícias em
contexto eleitoral, foi realizado pelo Professor de Sociologia Walace Ferreira,
coordenador deste projeto, a oficina “Os
desafios da informação na era da Internet: o caso das Fake News” em duas
turmas do segundo ano do ensino médio, na parte da manhã, envolvendo 52
estudantes na primeira turma e 33 alunos na segunda.
O
professor já lecionou nessa instituição entre 2015 e 2016, o que favoreceu o
diálogo para a realização da atividade nesta unidade escolar.
Após
explanação inicial sobre indústria cultural e a necessidade de termos uma visão
crítica acerca dos meios de comunicação de massa, diferentes casos conhecidos
de fake news foram distribuídos aos grupos, que tentaram descobrir se as
notícias eram verdadeiras ou não. Ao final do debate intragrupos, cada qual
expôs seu caso e o professor explicou por que consistiam em notícias falsas e
como elas prejudicam a democracia. Os casos envolviam assuntos de cultura
brasileira, política, economia e costumes. A atividade contou com a presença de
alunos da licenciatura em Ciências Sociais da UERJ, que ajudaram na realização
dos trabalhos.
O modelo
de aplicação de oficinas tem soado útil no sentido de estimular os estudantes à
produção de uma atividade como resultado da exposição inicial sobre a temática.
Imagem 3:
Prof. Walace Ferreira no Colégio Maria Terezinha
Colégio Estadual Dom Pedro II
(Centro/Petrópolis - 14 de maio de 2018):
Neste
tradicional colégio estadual do centro de Petrópolis, com razoável infraestrutura
e contando com um público de maioria branca, o professor de Sociologia do
Colégio Pedro II, com experiência pessoal na vida política da cidade
petropolitana, Vinícius Mayo, realizou a oficina “Política: para além do amor, do ódio e do estereótipo”, mostrando
aos alunos como a política está no cotidiano de todos nós e se manifesta de
várias maneiras.
Para
estimular a visão crítica dos 26 alunos de uma turma de segundo ano, turno da
tarde, após a exposição que abordou a relação entre público e privado na teoria
sociológica, o professor os dividiu em grupos e lhes entregou reportagens que
abordavam assuntos como racismo, privilégios, aumento da passagem de ônibus,
manifestações populares em torno da democracia, dentre outras. Ao fim das
discussões com as reportagens, os grupos foram à frente da sala e apresentaram os
assuntos analisados, evidenciando clareza no que tange ao ponto central da oficina
e entendendo a importância de se ver a política cotidiana como instrumento
fundamental de exercício da democracia.
Imagem 4:
Prof. Vinícius Mayo no Colégio Dom Pedro II
Colégio Estadual Edmundo Peralta
Bernardes (Lot. Ville D'monte Alegre/Paty do Alferes - 21 de maio de 2018):
Intitulada
“Preconceito e Discriminação: um debate
necessário”, a palestra realizada no turno da manhã pelo Professor de
Sociologia Alberto Alvadia Filho do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ),
unidade São João de Meriti, contou com 62 alunos do primeiro ano.
O tema
foi previamente definido em conjunto com a direção e o corpo técnico do
colégio, tendo em vista a ocorrência recente de episódios de discriminação
entre estudantes da educação básica. O Professor Alberto, membro do projeto, já
lecionou nesse colégio e foi convidado não apenas para essa palestra, mas
também para uma reedição que contemple o restante de alunos do ensino médio da
escola.
A
atividade foi realizada num refeitório, cuja adaptação costuma ocorrer para
eventos dessa natureza, até mesmo para viabilizar o uso do data show.
Imagem 5:
Prof. Alberto no Colégio Edmundo Peralta Bernardes
CIEP 239 – Professora Elza Vianna
Fialho (Vista Alegre/São Gonçalo – 29 de agosto de 2018):
Especialista
na temática “gênero”, a Professora Nathalia Oliveira, do Colégio Pedro II,
realizou a oficina “Desmanipulando a
mídia: indústria cultural e violência doméstica” para duas turmas do 2º ano,
numa atividade única que contou com 55 presentes ao todo. Além de debater o
tema e apresentar variados exemplos de manipulação da mídia com relação à
violência doméstica, à predominância do patriarcalismo e do machismo na
sociedade brasileira, foi realizado um trabalho que visava a reelaboração de reportagens
que inicialmente reforçavam preconceitos. Após a realização dos trabalhos os
alunos colaram as novas reportagens e estenderam o produto num mural da escola.
Imagem 6:
Profa. Nahalia no CIEP Elza Vianna Fialho
Considerações Finais
Com as experiências adquiridas até o momento pretendemos expandir o
projeto a outras unidades escolares neste ano de 2019, algumas das quais já
estamos fazendo contato - principalmente intermediados por ex-alunos da licenciatura
em Ciências Sociais da UERJ e que agora estão lecionando em colégios da rede
estadual -, realizar atividades diferenciadas, envolver outros especialistas e
aumentar as temáticas abordadas.
Este projeto extensionista
parte de uma perspectiva do papel da Sociologia
articulado à vertente humanitária
de educação, pensando o saber como uma prática que pode ser construída a partir
de formas alternativas e
complementares de ensino.
Nesse horizonte, avança-se
para além dos muros da universidade, articula-se com outras instituições no
propósito de formação crítica do aluno da escola pública e de sua consequente
formação cidadã. Ao promovermos atividades sobre assuntos candentes das
Ciências Humanas contribuímos para o aprendizado desses temas por parte de
alunos da educação básica e no desenvolvimento de percepções críticas diante de
uma realidade em que esses assuntos estão postos frequentemente.
Com o desenvolvimento do
projeto, ainda esperamos estimular a formação do estudante da licenciatura no
que tange à observação da Sociologia em múltiplos espaços de realização
educacional e de modo diferente das tradicionais aulas. Abre-se espaço, além
disso, para a pesquisa que o licenciando pode realizar a partir dessa vivência.
Referências
Walace Ferreira é doutor em
Sociologia pelo IESP/UERJ e Professor Adjunto de Sociologia do CAp-UERJ.
E-mail: walaceuerj@yahoo.com.br
Rodrigo
de Souza Pain é doutor em Ciências Sociais, na área de Desenvolvimento,
Agricultura e Sociedade (CPDA-UFRRJ) e Professor Adjunto de Sociologia do
CAp-UERJ. E-mail: rodrigo.pain@gmail.com
BRASIL.
MEC. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Ciências Humanas e suas
Tecnologias. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Brasília,
DF, 2006. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_03_internet.pdf
CARVALHO,
José Murilo de. Cidadania no Brasil. O longo Caminho. 3. ed. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2002.
DAMATTA, Roberto da. Relativizando:
uma introdução à antropologia social. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1987.
FRAGO,
Antônio Viñao; ESCOLANO, Augustín. Currículo, espaço e subjetividade: a
arquitetura como programa. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A editora, 2001.
FREIRE, Paulo.
Pedagogia da Esperança: Um reencontro com a pedagogia do oprimido. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1993.
HOLANDA, Sérgio
Buarque de. Raízes do Brasil. 26. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
MILLS, Wright. A Imaginação
Sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1975.
SCHLICKMANN,
Luciane.; SCHMITZ, Lenir Luft. “Da escola tradicional à escola contemporânea:
algumas considerações sobre a constituição do espaço escolar”. In: Anais do 6º
SEMIC do Curso de Pedagogia da FAI Faculdades.
2015. Disponível em: http://faifaculdades.edu.br/eventos/SEMIC/6SEMIC/arquivos/resumos/RES27.pdf
Prezados Walace e Rodrigo, primeiramente gostaria de parabenizá-los pelo projeto. A relação entre ensino universitário e instituições de educação básica é uma medida de grande relevância, pois representa uma grande oportunidade para os estudantes da rede pública terem contato com alguns conhecimentos do ensino universitário, o que pode contribuir para os processos seletivos de vestibulares ao fim do ensino médio, assim como para os profissionais da universidade, que aprendem a construir novas maneiras de popularizar o conhecimento acadêmico, realizando assim uma transposição de uma linguagem academicista para uma linguagem escolar. Tendo em vista as discussões acaloradas em torno do tema dos direitos humanos na atual conjuntura, gostaria de saber qual a importância que vocês atribuem ao esclarecimento dessas ideias ao público mais jovem e qual tem sido a receptividade desses estudantes em relação a essa temática.
ResponderExcluirAgradeço desde já. Obrigado!
Abraços,
Diego Cavalcanti de Santana
Prezado Diego, agradecemos sua questão/reflexão. O tema dos direitos humanos é um desafio e ele tem sido trabalhado de várias maneiras nesse projeto. Já houve uma oficina que versava diretamente sobre direitos humanos, cujo objetivo era demostrar aos estudantes que não há tendência política na valorização dos D.H. Ao contrário, sua defesa está num dos pilares da civilização ocidental pós-segunda guerra e representa a luta contra a desigualdade social, a aceitação da pluralidade étnica, o combate à fome e à miséria, a valorização da democracia, dentre outros aspectos. A temática também aparece quando os assuntos abordados referem-se a estas questões especificamente. O trabalho pela conscientização do jovem e pela reflexão crítica em busca da cidadania é um trabalho de direitos humanos segundo nosso entendimento. Quanto à receptividade às palestras, oficinas e rodas de conversa, temos encontrado públicos muito interessados e participativos. O mesmo tem se dado na recepção dos colégios às nossas atividades.
ExcluirAtt,
Walace Ferreira e Rodrigo de Souza Pain.
Obrigado pela pergunta Diego.
ExcluirRealmente o projeto tem como objetivo aproximar o jovem do Ensino Médio aos conteúdos trabalhados na Universidade. Além disso, percebemos também que os professores sentem-se valorizados com os debates que o Projeto proporciona. No caso dos Direitos Humanos, percebemos muita falta de informação sobre essa importante temática. Em época de notícias falsas com interesses políticos, esse tema acabou sofrendo interpretações equivocadas, e percebemos facilmente isso ao trabalhar com a temática. Os jovens demonstram entusiasmo ao participar do projeto, e ao perceber que a Universidade, através dos Licenciandos e professores, está mais próximo deles. É um grande incentivo para esses jovens estudantes entrarem em um curso superior.
Rodrigo de Souza Pain e Walace Ferreira.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirObrigado pela pergunta Diego.
ResponderExcluirRealmente o projeto tem como objetivo aproximar o jovem do Ensino Médio aos conteúdos trabalhados na Universidade. Além disso, percebemos também que os professores sentem-se valorizados com os debates que o Projeto proporciona. No caso dos Direitos Humanos, percebemos muita falta de informação sobre essa importante temática. Em época de notícias falsas com interesses políticos, esse tema acabou sofrendo interpretações equivocadas, e percebemos facilmente isso ao trabalhar com a temática. Os jovens demonstram entusiasmo ao participar do projeto, e ao perceber que a Universidade, através dos Licenciandos e professores, está mais próximo deles. É um grande incentivo para esses jovens estudantes entrarem em um curso superior.
Rodrigo de Souza Pain e Walace Ferreira.