Elenice Alves Dias Borges


REPRESENTAÇÕES E IMAGENS DO RIO DE JANEIRO EM “VIAGEM PITORESCA E HISTÓRICA AO BRASIL”


INTRODUÇÃO
Este artigo trata sobre o trabalho do artista Jean-Baptiste Debret quando veio ao Brasil com a Missão Artística Francesa. O interesse e o estudo ora apresentado derivam de atividades realizadas nas disciplinas de “História da Arte” e “História do Brasil: Colônia” realizadas durante nossa graduação em História, ainda em andamento pela UNICESUMAR.

A escrita se divide de forma a apresentar brevemente a vida do artista, o Movimento Neoclássico e a cidade do Rio de Janeiro, separada em três tópicos para melhor entendimento, sendo eles: Território, População e Cotidiano. Para cada tópico, usamos de duas a três pranchas de Debret para análise, com isso, procuraremos responder a pergunta: Como era o Rio de Janeiro que Debret conheceu?

Acreditamos que o trabalho contribui com o assunto do Simpósio ao passo em que se insere na discussão do uso das fontes iconográficas, do diálogo entre Arte e História, que podem ser de grande contribuição para o ensino de História em sala de aula.

JEAN-BAPTISTE DEBRET
Nascido em Paris, em 18 de abril de 1768, Jean- Baptiste Debret era filho de uma comerciante de roupas com um funcionário do parlamento francês. Era sobrinho-neto de François Boucher (1703-1770), um expressivo pintor e gravador do barroco-rococó francês, e primo de Jacques Louis David (1748-1825), um dos maiores nomes do neoclassicismo francês (TREVISAN, 2007).

Cursou alguns anos o liceu Louis-Le-Grand e após esse período viajou com Jacques Louis David para Roma em 1784, iniciando sua carreira artística (TREVISAN, 2007).

Em 1805 passou a trabalhar para Napoleão. Em 1815 perdeu seu único filho e no mesmo ano Napoleão foi exilado na ilha de Santa Helena, além da mudança definitiva de Jaques Louis David para a Bélgica. A França se tornou um ambiente menos amistoso para artistas que trabalharam para Napoleão e apoiaram a Revolução. Assim, Debret escolhe sair em uma expedição artística organizada por Joaquim Lebreton (1760-1819). Com outros artistas franceses Debret viria para o Brasil. Ironicamente, Debret e os demais artistas (Taunay, Lebreton, Grandjean de Montigny, etc) vieram para o Brasil, que seria a nova sede do governo português, já que Dom João e a família real precisaram fugir de Napoleão e do exército francês (TREVISAN, 2007; SQUEFF, 2005).

Essa viagem de artistas para o Brasil, em 1816, foi nomeada de Missão Artística Francesa, sendo registrada por Jean-Baptiste Debret em seu livro Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil (SQUEFF, 2005).

O MOVIMENTO NEOCLÁSSICO
Nascido na França no contexto da Revolução, o movimento Neoclássico correspondeu aos anseios burgueses da época, servindo aos propósitos da Revolução com obras que remetiam aos temas clássicos greco-romanos.
Quando se fala em Neoclassicismo, de imediato pode vir a mente as obras de Jaques Louis David, importante representante neoclássico e criador das obras: O Juramento dos Horácios, A Intervenção das Sabinas e A Morte de Sócrates, não as únicas, porém as mais famosas junto às pinturas de Napoleão Bonaparte. A característica forte das obras de David é a imagem heroica dada aos personagens de suas telas (GOMBRICH, 2013).

Essa natureza heroica e tocante foi característica predominante nas obras neoclássicas. Nessas obras, os artistas deixavam registrado seu sentimento. Consideravam o período em que viviam tão importante e memorável quanto o período clássico greco-romano (GOMBRICH, 2013). Por essa razão, a referência ao período clássico foi tão forte. Eram retratadas as mortes dos membros importantes da Revolução, essas mortes eram reproduzidas de forma que o espectador sentisse a dramaticidade e a simbologia daquela morte. Por isso que a arte neoclássica serviu tão bem aos propósitos burgueses e revolucionários.

O movimento Neoclássico não foi exclusivo da França, porém, nasceu em terras francesas e foi nelas onde se mostrou mais expressivo devido seu contexto.

MOVIMENTO NEOCLÁSSICO NO BRASIL
No ano de 1808 a família real portuguesa, fugindo do cerco francês, atraca na costa brasileira, mais precisamente na cidade do Rio de Janeiro em 26 de fevereiro. O Brasil seria, a partir de então, sede da corte real portuguesa (TREVISAN, 2007).

Em meio a mudanças administrativas e culturais, após sugestões do Conde da Barca, Dom João aceitou a ideia de receber um grupo de artistas franceses de diversas áreas do conhecimento para a formação de uma Escola Real de Ciências Artes e Ofícios. Foi essa gama de artistas que formou a então chamada Missão Artística Francesa (DIAS, 2006).

Como pode-se perceber, a vinda de artistas estrangeiros para o Brasil ocorreu através da Coroa, ou seja, foi iniciativa premeditada e institucional.  Por essa razão, pode-se observar que o surgimento do movimento Neoclássico no Brasil se diferencia do Francês. Enquanto na França os artistas neoclássicos estavam em pleno clima de revolução e luta contra o absolutismo, no Brasil ele se desenvolve sob o patrocínio da Coroa (SANTOS, 2012).

Jean-Baptiste Debret foi o maior representante neoclássico no Brasil. Ao produzir suas obras, registrou o Brasil que conheceu no século XIX. Debret viajou pelo Brasil e suas províncias registrando o que via e catalogando em seu livro. Os registros de Debret demonstravam desde o cotidiano das famílias brasileiras e da família real, até a fauna e a flora brasileira.

ICONOGRAFIAS DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
A cidade fluminense encontrada por Debret, além de seu objeto de estudo, foi também sua habitação por 15 anos, dando ao artista condições suficientes para atenuar os efeitos de “primeira impressão” dos olhos de um estrangeiro. Separamos as representações da cidade do Rio de Janeiro em três tópicos para melhor entendimento, sendo eles: Território, População e Cotidiano.

TERRITÓRIO:
O território do Rio de Janeiro foi reproduzido por Debret nas pranchas 51, 52 e em um mapa, constante na página 331 de nossa edição de Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil (DEBRET, 2016).




FIGURA 1
Prancha 51: “Vista da entrada da Baía do Rio de Janeiro”, Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, tomo II.

Primeiramente, através da prancha 51, pode-se notar a imagem da Baía de Guanabara que se destaca nitidamente pela presença do monte que conhecemos por Pão de Açúcar. Pode-se dizer que a prancha de Debret retrata um dos maiores símbolos visuais brasileiros.

Ao ler a descrição física feita por Debret, nota-se os nomes de lugares famosos do Rio de Janeiro como o Morro do Corcovado, Enseada de Botafogo, bairro do Catete, lugares que estrelaram as páginas de romancistas brasileiros.

Na prancha 51, Debret retrata a imagem que vem aos olhos de brasileiros e estrangeiros quando se ouve falar em Brasil. A Baía de Guanabara era, quando Debret chegou ao Brasil, cercada pela mata ainda virgem e, apesar de ser uma cidade já povoada, a mata fechada continuava presente em seus entornos, sendo que esse detalhe não ficou de fora da pintura. Debret também não deixa de fora as atividades cotidianas realizadas no mar, como os pescadores nas canoas e as embarcações maiores que ele atribui a barcos que fazem o transporte de produtos dos sítios da região.

Na prancha 52, é retratada a baía de Praia Grande, que assim como a retratada na prancha 51 possui uma forte vegetação e alto nível de trabalhadores. A beleza da baía é exaltada por Debret em seus escritos.


FIGURA 2
Prancha 52: “Vista geral da cidade do Rio de Janeiro”, Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, tomo II.

Na prancha 52, Debret retrata a baía com a neblina rotineira da manhã, dá breve destaque ao Corcovado e cobre quase que por completo o Pão de Açúcar.  Também se podem perceber as casas construídas na areia da praia, ainda que não sejam muitas. Toda essa região pintada por Debret hoje é ponto turístico que atrai turistas do mundo todo.

POPULAÇÃO
A população do Rio de Janeiro á época da chegada da Corte era de 60 mil habitantes, sendo que destes, metade eram escravos. Esse número subiu com a vinda da Corte que aumentou a população em cerca de 15 mil habitantes.

Sobre o brasileiro, Debret o descreveu como sendo cortês, hospitaleiro e com tendência a querer encantar o próximo. Suas características físicas são fortes e marcantes e seu olhar, segundo o artista, é vivo (DEBRET, 2016).
Ao falar da mulher brasileira, destacou sua limitação de atuação. Segundo ele, a prática governamental europeia de manter as suas colônias sem acesso à educação tornou as mulheres principalmente presas as rotinas dos seus lares. Relata sobre a timidez da mulher brasileira que, segundo ele, se dava pela falta de educação. Isso não quer dizer que fosse ríspida ou grosseira, mas o que Debret compreende é que a mulher não obtinha preparação para o convívio social.

A consequência da falta de traquejo social seria a reclusão e a “solidão” dessa mulher, que se mantinha nas dependências de seu lar, com seus afazeres e o gerenciamento de seus escravos (DEBRET, 2016).
Para ilustrar essa “solidão”, ele pintou uma de suas pranchas com uma cena cotidiana de uma senhora brasileira.


FIGURA 3
Prancha 54: “Uma senhora brasileira em seu lar”, Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, tomo II.

Nesta prancha, de número XX, Debret procurou demonstrar um dia de rotina de uma senhora brasileira. Ela está rodeada de seus escravos, cada um com sua função. Ao lado dessa senhora, está um cesto, que se denomina de gongá, dentro dele, além das roupas brancas há também um chicote de couro, que era usado para ameaçar seus escravos e também um pequeno macaco, como uma espécie de mico, que seria uma distração para alegrar a rotina da senhora. À frente dessa mulher está sua filha, que toma de si mesma lições de leitura. Debret informa na descrição da cena que a leitura da moça não é tão avançada; sobre a escrava que está sentada aos pés da senhora, ressalta observação sobre os cabelos da mulher, que são enrolados dando um formato cilíndrico e sem adornos ou enfeites. Esse detalhe, segundo o artista, diz que escrava trabalha em uma casa que não seria tão “opulenta”. À direita está uma escrava de cabelos bem mais curtos que praticamente faz lembrar um homem, esse detalhe estético mostra que ela é de nível inferior ao da outra escrava. Além destas duas escravas, nota-se também um rapaz que traz um grande copo de água. Em um lugar quente e em que os habitantes possuíam o costume de comer alimentos apimentados e compotas açucaradas, beber bastante água era costumeiro. No chão, duas crianças que ainda nem mesmo andam, apenas engatinham, brincam na esteira enquanto os adultos trabalham (DEBRET, 2016).

A cena ilustrada aponta a naturalidade do momento, costumeiro, em que as senhoras ficavam sozinhas, cercadas apenas pelos seus escravos e longe do convívio social.


FIGURA 4
Prancha 58: “Visita a uma fazenda”, Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, tomo II.

Na prancha 58, Visita a uma fazenda, Debret pintou uma reunião em uma fazenda. Na descrição dessa cena, Debret chama a atenção para a face sisuda da dona da casa que seria por rotineiramente advertir os “escravos preguiçosos” (DEBRET, 2016). Também ressalta a influência europeia nos cabelos das brasileiras.

Debret escreveu sobre a rotina dos brasileiros estar atrelada ao clima quente e úmido. Na prancha, nota-se a vestimenta das mulheres que é composta por tecidos finos, tanto as donas da casa quanto as visitantes e escravas ao redor. Novamente nesta prancha, o artista comenta sobre o corriqueiro costume do consumo de água.

As famílias brasileiras, segundo Debret, eram numerosas, já que as mulheres tinham de 12 a 14 filhos. Nesta visita ilustrada pelo artista, nota-se que os visitantes portam chapéus de abas bem largas para a proteção do sol forte. A dona da casa usa um xale para recepcionar suas visitas, uma roupa diferente para recepcionar visitantes. Diferentemente da prancha analisada anteriormente, as escravas ilustradas utilizam um pouco mais de adornos, isso pode significar que essa família tinha mais posses.

Debret ressalta que a dona da casa, mãe da família, passa bastante tempo em sua marquesa (DEBRET, 2016). Nessa prancha, além de estar sentada na marquesa, a dona da casa também possui em suas mãos uma espécie de leque para resistir so calor intenso.

COTIDIANO
A cidade do Rio de Janeiro foi ilustrada por Debret em todos os cenários possíveis. O cotidiano do Rio de Janeiro era muito diferente do que o atual. Um exemplo de elementos do cotidiano da cidade que hoje já não existem mais eram as Lojas de Barbeiros. O que hoje conhecemos como barbearias, à época possuíam mais funções e eram muito requisitadas pela população.


FIGURA 5
Prancha 52: “Loja de Barbeiro”, Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, tomo II.

Acima temos a prancha 60, Loja de Barbeiro. Na descrição dessa prancha, o artista relata sobre a semelhança do estabelecimento com as Lojas de Barbeiro da Europa, porém, chama a atenção para a característica rústica, não refinada.

Outra diferença, com relação à Europa, é o próprio barbeiro, que quase sempre é negro ou mulato, característica nítida na prancha. O artista chama a atenção para o fato de que, mesmo os barbeiros sendo mulatos ou negros, as pessoas entram com muita confiança, pois, segundo o artista, a mistura étnica brasileira permitiu que essa “confiança” fosse possível (DEBRET, 2016). Na pintura, o artista retratou a loja que possui uma placa escrita “Barbeiro, Cabellereiro, Sangrador, Dentista, e Deitão bixas”. Essa placa identifica as diferentes atuações dos barbeiros que além de cortar cabelos e fazer barbas também serviam como dentistas e com uma medicina mais genérica como o uso de sanguessugas, que na placa são chamadas de bixas – o costume de se usar esse tipo de tratamento para algumas doenças era normal à época. Ao lado da loja há um morador atendendo uma escrava que lhe deseja vender doces, o qual não se demonstra muito inclinado a comprá-los. Debret destaca a preguiça do vizinho que se mantém com um braço pendurado pelo lado de fora da janela enquanto se abana com a outra mão. O momento de registro da imagem segundo ele é das quatro as cinco da tarde o que explica a falta de movimento da loja. Ao contar sobre os negros que estão na frente da loja, Debret informa que estes são escravos libertos que após sua alforria compraram o espaço e montaram o estabelecimento (DEBRET, 2016).

Diferente dos exemplos sobre escravos libertos da prancha 60, a prancha 71 retrata outro pedaço do cotidiano carioca, na Rua do Valongo, onde havia um mercado de escravos.


FIGURA 6
Prancha 71: “Mercado da Rua do Valongo”, Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, tomo II.

Debret em sua obra não deixa de destacar as condições desses escravos que se apresentam em corpos esqueléticos e sofridos. Na descrição da imagem o artista comenta sobre o comum silêncio do lugar e o ambiente tomado pelo cheiro de óleo de rícino que saía da pele desses escravos. Debret ilustra o momento falando do olhar de raiva, timidez e tristeza vindo dos escravos e compara todo esse ambiente de escravos “guardados” e quietos, falando apenas com o olhar como um “Menagerie” (palavra francesa para designar uma coleção particular de animais vivos em cativeiro, geralmente selvagens e exóticos) (DEBRET, 2016). Na imagem é possível notar que existem também crianças muito pequenas e também de corpos esqueléticos. Há também no salão dois homens conversando, um sentado cuidando dos escravos presentes e outro em pé.

Debret também registrou como parte do cotidiano do Rio de Janeiro o festejo do Carnaval.


FIGURA 7
Prancha 81: “Cena de carnaval”, Viagem Pitoresca e Histórica ao Brasil, tomo II.

Não passa despercebido aos olhos do estrangeiro a diferença entre a festa que ele vê no Brasil da que ele conhecia na Europa. Sem pompa e sem baile, a festa brasileira mostra-se oposta à europeia quando participam não só os ricos mas também os escravos. A festa é marcada pela confecção e uso dos chamados limões de cheiro, que eram jogados contra as pessoas. Escravas de ganho confeccionavam e vendiam os limões as demais pessoas para que brincassem o carnaval. Na imagem da prancha, no centro está uma escrava que aparentemente puxa para trás seu rosto fugindo da mão de outro escravo que lhe aplica uma mistura de polvilho e água. No entorno, há outros escravos, entre eles crianças que também possuem os rostos brancos por causa da mesma mistura, esses demais negros participam da brincadeira com bolas de polvilho.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Jean-Baptiste Debret passou um bom período no Brasil e durante esse tempo registrou pessoas, lugares, animais, vegetação, festejos, entre outros aspectos do cotidiano brasileiro. Além desses registros pictóricos, Debret descreveu tudo que viu e seus registros possuem a visão de quem não nasceu no Brasil e pode comparar com outras regiões da Europa.

A cidade do Rio de Janeiro, segunda capital brasileira, foi reproduzida nas obra de Debret, suas pinturas podem dar a noção do ambiente da cidade e sua rotina. A cada momento que Debret presenciava e reproduzia em suas obras, buscava escrever a respeito. Essas descrições auxiliam o leitor a compreender tanto o momento retratado quanto à conjuntura que era descrita. Tais registros, tanto os pictóricos quanto os escritos, são de extrema valia à compreensão da história colonial brasileira.

Através das obras de Debret, é possível compreender a vivência da cidade do Rio não só pelas imagens reproduzidas, mas também pela narrativa do artista que presenciou as circunstâncias que relata. Dessa forma, Debret torna-se uma importante fonte para o estudo do período colonial brasileiro, e suas obras, além disso, são ricas para o ensino e a ilustração desse período histórico.

Neste artigo, procuramos apresentar, ainda que em linhas muito gerais, algumas representações e descrições do artista sobre a cidade do Rio de Janeiro, sua topografia, populações e também costumes. Além disso, reafirmamos que, ao passo em que discutimos as obras de Debret mostramos que elas são importantes materiais para o ensino de História do Brasil.

REFERÊNCIAS

Elenice Alves Dias Borges é graduada em Administração. Atualmente é acadêmica do curso de Licenciatura em História na UNICESUMAR.

DIAS, Elaine Cristina. Correspondências entre Joachim Le Breton e a corte portuguesa na Europa. O nascimento da Missão Artística de 1816. Anais do Museu Paulista. São Paulo. N. Sér. v.14. n.2. p. 301-313 jul.- dez. 2006.

DEBRET, Jean-Baptiste. Viajem pitoresca e histórica ao Brasil. Tradução de Sérgio Milliet.  São Paulo: Imprensa oficial do Estado de São Paulo, 2016.

TREVISAN, Anderson Ricardo. Debret e a Missão artística Francesa de 1816. Aspectos da constituição da arte acadêmica no Brasil. Plural, Revista do programa de Pós- graduação em Sociologia da USP. São Paulo. Nº 14. pp. 9-32. 2007.

SANTOS, Maria das Graças Vieira Proença dos. História das Artes. 17.ed. São Paulo: Editora Ática, 2012.

GOMBRICH, Ernst Hans. A História da Arte. Rio de Janeiro. Ltc.  2013.

4 comentários:

  1. Anderson Pereira Antunes9 de abril de 2019 às 08:11

    Parabéns pelo trabalho de descrição das pranchas de Debret, Elenice. Concordo que as pranchas e os relatos de Debret sejam importantes fontes para a História do Brasil, assim como também são os relatos de diversos viajantes que visitaram o país, particularmente durante o século XIX. Assim, acredito que seja importante utilizar também estas fontes para o ensino de História, pois são um material interessante a ser trabalhado em sala de aula. No entanto, gostaria de saber como você sugere que este material seja de fato trabalho em sala. A descrição das cenas certamente deve ser apenas uma das etapas desse trabalho, pois é importante que os alunos compreendam as próprias pranchas como documentos históricos, as influências da cultura europeia de Debret sobre sua percepção da realidade brasileira, e as consequências deste viés em seus relatos sobre o Brasil. Diante dessas características, como aproveitar da melhor forma possível esse material em sala de aula?

    Desde já agradeço pela atenção,
    Anderson Pereira Antunes

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    1. Olá Anderson!

      Obrigada por sua pergunta e por ler meu artigo!
      Realmente trabalhar em sala de aula com materiais que não sejam somente o livro didático pode ser um desafio para o professor, mas pode também enriquecer muito o conteúdo passado para o aluno. O educador deve ter em mente que o material que ele utilizará precisa estar dentro de um contexto que facilitará o entendimento do aluno, por exemplo, ao usar um trabalho de Debret, além de apresentar a prancha em questão para o aluno é válido informá-lo sobre o momento em que essa prancha foi produzida, quem foi Debret , o que o próprio artista diz sobre a pintura. Para tal, o professor precisará de uma certa preparação, pois, ele mesmo talvez precisará se inteirar melhor sobre um objeto de estudo mais específico. Assim a experiência do estudo de História será menos abstrato, já que com a mediação do educador o aluno terá não só uma visão mais clara como também mais ampla do período em estudo. Se o aluno compreender que Debret foi um artista Europeu, que veio a um Brasil em desenvolvimento, para participar desse processo de desenvolvimento e que ao chegar ele reproduziu o que viu em suas obras deixando claro o que entendeu sobre tudo o que presenciou, o processo de aprendizagem desse aluno se torna melhor aproveitado.

      Novamente agradeço seu ponderamento!
      Elenice Borges.

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  2. Parabéns pelo trabalho. Gostaria de saber se além do Debret, quais outros artísticas desenvolveram suas obras debruçado no Rio de Janeiro no século XIX?

    Obrigado.

    Rodrigo de Souza Pain.

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    1. Olá Rodrigo!

      Obrigada pela pergunta!

      Juntamente com debret vieram outros artistas que produziram obras no Rio de janeiro, entre eles estão:
      Nicolas Antoine Taunay, Joaquim Lebreton e Auguste Henry Vitor Grandjean de Montigny. Porém destes o mais expressivo é Debret.

      Elenice Borges.

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