PATRIMÔNIO HISTÓRICO-ARQUITETÔNICO E
EDUCAÇÃO PATRIMONIAL: UM OLHAR SOBRE O PASSADO DA CIDADE DE CAXIAS-MA A PARTIR DOS
SEUS PRÉDIOS HISTÓRICOS.
Considerações iniciais
O presente texto tem por objetivo apontar
alguns aspectos da história da cidade de Caxias, situada no interior do
Maranhão, a partir da apresentação de alguns dos seus prédios antigos, sem o
intuito de esgotar o assunto. Pretende-se com isso lançar luz sobre a memória
da cidade expressa nos seus patrimônios históricos, e principalmente estimular
a conservação desses espaços representativos de memória que evocam não apenas a
história da cidade, mas também a do seu povo.
Para tanto, optou-se por articular essa
análise à necessidade de se inserir a educação patrimonial nas escolas de
Caxias-MA, dado que esta fermenta a reflexão sobre a importância da preservação
do patrimônio histórico, inclusive em contextos locais (HORTA, 1999).
Tem-se percebido nos últimos anos que a
produção de estudos, feitos por pesquisadores das mais variadas áreas do
conhecimento, que versam sobre o valor que o patrimônio histórico e
arquitetônico tem para as sociedades, tem crescido significativamente, em
reconhecimento da potencialidade que ele possui de salvaguardar e revelar a memória
social da cidade e do povo que nela habita (SOUZA, 2016). Isso, por certo, é
compreensível, uma vez que os monumentos históricos são repositórios físicos
das lembranças e do passado da sociedade que os erigiu.
Nesse sentido, percebe-se que a
conservação dessas construções antigas se traduz numa estratégia de preservar
referências históricas capazes de subsidiar a construção do sentimento de
pertença dos habitantes em relação ao lugar em que vivem.
Evidentemente nesse processo a
consciência histórica tem um papel muito importante, dado que ela “estabelece a
relação do sujeito com o grupo”, de modo que “ele se torna parte do grupo,
percebendo-se no grupo [...]” (SOUZA, 2016, p. 23).
Reconhece-se que os bens patrimoniais se
tratam de heranças pertencentes a toda coletividade e não apenas a certos
grupos. Daí a necessidade de fermentar o debate sobre esse assunto, uma vez que
todos eles precisam ser preservados e conservados, por serem possessões
coletivas, detentoras de uma irrefutável importância histórica para a sociedade
como um todo.
Por ser um assunto muito debatido na
atualidade, é possível que tenhamos um entendimento, por mais raso que seja,
sobre o que é patrimônio. Não obstante, sempre é válido recorrermos a uma
conceituação mais consistente e de maior aceitação. Assim:
“Patrimônio,
palavra que compreende várias denominações, como
histórico,
artístico, paisagístico, tangível, intangível, industrial,
genético, entre
tantas outras. O que cabe ressaltar é que patrimônio está associado a práticas
voltadas ao fortalecimento/produção de identidades de grupos. Preservar,
construir ou inventar o patrimônio supõe atribuir valor e construir
significados para objetos e obras culturais que constroem identidades.” (GIL,
2013, p. 153).
Com base no conceito apresentado acima,
percebe-se que patrimônio histórico, pode ser entendido como tudo que nos
rodeia, cuja existência é fundamental para a construção e fortalecimento de identidades.
Desse modo, o apresentado justifica a
discussão do presente texto. Afinal, à medida que o debate sobre patrimônio histórico
e educação patrimonial se intensifica na sociedade, vem se tornando cada vez
mais emergencial implantar nas escolas propostas pedagógicas que possibilitem a
reflexão sobre a importância do patrimônio e a necessidade de preservá-lo,
especialmente na cidade de Caxias-MA que tem testemunhado, nos últimos anos,
uma série de demolições de construções antigas, para dar espaço a
estacionamentos e prédios comerciais.
Alguns apontamentos sobre a história da cidade de Caxias-MA
Em consonância com o que foi
inicialmente dito, esse tópico irá apresentar, sucintamente, alguns aspectos da
história da cidade de Caxias-MA.
O processo de ocupação da cidade de
Caxias se deu pelo movimento de entradas e bandeiras, precisamente no século
XVII. O território em que se encontra situada a cidade de Caxias foi,
primitivamente, um agregado de aldeias dos indígenas Timbiras e Gamelas. Com a expulsão
dos franceses do Maranhão, em 1615, os portugueses reduziram as aldeias desses povos
à condição de subjugados (ALMEIDA, 2010).
Avançando no tempo, chegamos ao século
XIX. Nessa época, o Maranhão era uma província muito rica que contribuía bastante
para a economia do país. Dentre as suas cidades, Caxias se destacava, afinal ela
era um grande centro urbano reconhecido pela sua atuação na atividade agrícola
e pastoril da região. Caxias adquiriu relevância no contexto da época, graças à
produção do algodão, que chegou a ser exportado inclusive para a Inglaterra, em
virtude da Guerra de Secessão (PESSOA, 2009).
Como consequência direta de uma crise que
sobreveio sobre a província maranhense, Caxias se deparou com uma fase muito
difícil, em que sua população mais pobre, constituída em sua esmagadora maioria
por escravos e negros, precisava lutar pela garantia dos seus direitos
(ALMEIDA, 2010).
Nesse contexto, objetivando uma vida
melhor, pessoas diferentes, mas unidas pelo mesmo propósito se voltaram, em uma
reação reivindicatória contra as elites latifundiárias e políticas, e começaram
a exigir seus direitos. Isso desembocou no conflito, conhecido nacionalmente
como a Guerra da Balaiada. Esta foi um dos movimentos mais significativos do
Maranhão que ocorreu entre os anos de 1838 e 1841, se estendendo também pelas
regiões do Piauí e Ceará (ALMEIDA, 2010).
Na segunda metade do século XIX, mais
especificamente na década de 1880, um novo capítulo da história de Caxias passa
a ser escrito: a cidade se
industrializa. Nesse novo contexto, há instalações de fabricas na cidade,
caracterizando a fase industrial de Caxias. Este momento consagrou o
ressurgimento da grande e imponente Caxias, agora não mais na condição de
cidade agroexportadora, mas sim na condição de urbe fabril (PESSOA,
2009).
Apesar de Caxias apresentar, desde o
inicio do século XIX, um cenário composto, esmagadoramente por escravos e
negros, existia também uma minoria que formava a elite da época. Esta elite era constituída por
pessoas de classes mais abastardas e que, portanto, desfrutavam de um estilo de
vida diferenciado da população pobre. Geralmente esse estilo adotava como
referências os padrões vindos da Europa (PESSOA, 2009).
Por isso, era fácil encontrar na sociedade
caxiense do século XIX, pessoas que tinham privilégios e que viviam bem, tais
como fazendeiros, políticos e comerciantes ricos, que, não raro, conseguiam
copiar o estilo português e refletir esse estilo em todos os aspectos da sua
vida: desde as vestimentas às habitações particulares e prédios públicos. Para
mais, outro indicativo dessa influência recebida da Europa é o catolicismo e
suas arquiteturas eclesiásticas, muito presentes em Caxias até hoje.
Dessa maneira, por meio dessa simbiose
de referências históricas e culturais, a sociedade caxiense foi formada,
conservando até hoje traços vívidos das suas raízes.
Caxias e suas heranças
Agora, serão apresentadas algumas construções
antigas, que se enquadram no que se convencionou chamar de patrimônio
histórico-arquitetônico caxiense. Tais construções ainda estão presentes em
Caxias-MA e possuem uma relação muito próxima com a história dessa cidade e do povo
caxiense.
Igreja Nossa Senhora de Nazaré
Localizada no antigo
largo de Nazaré, à margem esquerda do Rio Itapecuru, essa Igreja foi construída
em 1773, e possivelmente é a mais antiga igreja da cidade de Caxias-MA (SOUZA,
2016). Ela está fixada na região em que se teve
indicio dos primeiros indígenas da cidade, assim como da presença de jesuítas
neste território.
A igreja, situada atualmente na rua São José, bairro
Trizidela, possui o tradicional festejo de Nossa Senhora de Nazaré
ocorrido nos meses de agosto e setembro. Durante o episódio da Guerra da
Balaiada, a Igreja foi destruída, porque servia de armazém de munições e de
abrigo para os balaios (SOUZA, 2016).
Igreja Nossa Senhora do Rosário dos
Pretos
A Igreja Nossa Senhora do Rosário dos
Pretos situada em Caxias-MA, mais precisamente na Praça Rui Barbosa, foi
construída com mão de obra escrava em 1775 (SOUZA, 2016). Ela era frequentada
somente por pessoas negras e escravas, por causa do preconceito da elite local
da época que não aceitava escravos na missa em outras igrejas.
O templo ainda conserva sua estrutura
inicial. Um pelourinho, que se localizava ao lado da Igreja, na Rua São
Benedito, funcionou até o ano de 1888. Nele, eram castigados, com 500
chibatadas, os escravos transgressores (MESQUITA, 1991).
Causa admiração que esse pelourinho foi
construído ao lado da Igreja. Conta-se que nesse pelourinho certa vez, foi
barbaramente açoitado, até a morte, um senhor chamado Pedro. Relatos mostram
que ele gritava a todos que assistiam a sua sentença. O mesmo afirmava que era
inocente da acusação da morte de uma mulher adúltera. Pedro gritou até a morte,
sem nenhuma clemência. Mais tarde, o falecido foi chamado de “Pedro, o
Inocente” (MESQUITA, 1991).
Ao lado da Igreja morou D. Amália
Fernandes Torres, nascida na cidade de Timon-MA, no dia 06 de maio de 1930. Ela
estudou no Liceu Maranhense. Mais tarde, fez o curso de Direito, porém não se
formou. D. Amália Fernandes trabalhou por
muitos anos no Cartório Eleitoral e era uma das molas mestras daquele
estabelecimento (MESQUITA, 1991).
Ela foi casada com o Sr. Elmary Machado
Torres e mãe de seis filhos. D. Amália, católica praticante e se dedicou com
muito esmero na conservação da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, e se não
fosse por sua preciosa ajuda e dedicação à Igreja está teria ruído. Dona Amália
Faleceu em 1990 (MESQUITA, 1991).
Igreja de Nossa Senhora dos Remédios
O início da construção
da Igreja Nossa Senhora dos Remédios, conhecida também na cidade como Catedral,
se deu a princípio através do português José Antônio de Oliveira, residente em
Caxias. O referido enviou um requerimento ao bispado do Maranhão, solicitando
uma licença para erguer uma capela dedicada a Nossa Senhora dos Remédios,
padroeira do comércio.
A autorização foi
concedida pelo vigário capitular Dr. João de Bastos Oliveira, no dia 20 de
outubro de 1817 (SOUZA, 2016). A partir desta data, devotos e comerciantes passaram a planejar sua
construção, às margens então do Morro das Tabocas - atual Morro do Alecrim.
Localizada na Praça
Magalhães de Almeida no centro da cidade, sua construção ocorreu no século XIX através
dos esforços da Irmandade de Nossa Senhora dos Remédios, junto com a ajuda da
população (SOUZA, 2016).
Ela foi uma das igrejas
mais presentes durante a Guerra da Balaiada. No decorrer desta, a Igreja foi
usada como depósito de armas e munições por aqueles que defendiam a cidade
(SOUZA, 2016). Na época em que a Igreja foi tomada pelos balaios, a capela foi
parcialmente destruída.
Além disso, a Catedral
também serviu, durante a Independência do Brasil, como Câmara Municipal.
Durante as sessões, ali mesmo foi firmada a adesão à independência.
A igreja também possui
em seu interior lápides da elite caxiense da época. Nos
séculos anteriores existia uma prática bastante comum em Caxias-MA, que era a
de enterrar pessoas dentro das igrejas. Isso porque se acreditava que ao ser
enterrado em um local sagrado, o falecido estaria mais perto do céu.
A igreja de Nossa
Senhora dos Remédios possui uma decoração com características neoclássicas e
elementos influenciados pelo estilo europeu, que compõem toda a sua estrutura,
como por exemplo: altar, forro, piso, a presença de santos entornados com
enfeites.
Prédio da Companhia de
Fiação de Tecidos União Caxiense
A Companhia de Fiação
de Tecidos União Caxiense foi uma fábrica têxtil caxiense construída no ano de
1889, e que funcionou até a segunda metade do século passado. A respeito dela
no jornal caxiense Commercio de Caxias, nos informa que:
Este vasto edifício
mede 52 metros de frente, 68 do lado direito e 40 do lado esquerdo, contando
nesse recinto espaço folgado para todas as máquinas que devem se mover e
alimentar 220 teares (Commercio de Caxias, 25 fev., 1883, p. 1. Apud PESSOA,
2009, p. 56).
Atualmente, o prédio
ainda existe, situado na Praça Dias Carneiro, porém com o nome Centro de Cultura Acadêmico José Sarney.
Nele muitas secretarias de Caxias funcionam. Sem dúvida sua existência, com
destaque para sua imponente chaminé, serve de indicativo do espírito progressista
que envolveu os caxienses no final do século XIX e inicio do XX.
Cassino caxiense
Considerado um dos
mais importantes espaços de memórias de Caxias, o Cassino caxiense serviu por
décadas como um dos principais pontos de encontros e de recreação das famílias
caxienses. Sua fundação ocorreu em 1∘ de outubro do ano de
1934, estando ele situado na Rua Araão Reis, no centro da cidade.
Dentre as festas mais
populares ocorridas nesse local, pode-se destacar os bailes carnavalescos que
atraiam toda a população da cidade. De acordo com o estatuto do prédio, o
objetivo maior do Cassino era:
“Aproximar a família
caxiense, por meio de um centro de convergência, em que serão proporcionadas
diversões aos sócios e onde se formavam e consolidavam boas relações;
comemoravam datas cívicas, promoviam bailes, chás-dançantes e festas
beneficentes à comunidades carentes e as instituições consagradas ao
desenvolvimento da instrução. Na sua sede ocorriam dançantes, representações
teatrais, conferencias de cultura, tertúlias literárias, festas caipiras,
bailes carnavalescos – onde concorriam a prêmios, desfile de modelos e
concursos de misses caxienses – onde concorriam mais tarde em São Luís, à Miss
Maranhão. Reunia, nestas ocasiões, o que tinha de mais seleto da sociedade
local.” (MESQUITA, 1992, p.18)
Hoje o prédio se
encontra abandonado pela sociedade e pelo poder público municipal, estando
inclusive em estado de profunda descaracterização.
Palácio Episcopal
Situado bem ao
lado da Igreja de Nossa Senhora dos Remédios, e consequentemente próximo ao
largo dos Remédios, esse prédio conhecido também como Palácio Diocesano, foi
construído, na primeira metade do século XX, com a finalidade de servir de
abrigo para os Bispos atuantes em Caxias-MA.
Sua arquitetura
revela o estilo colonial. Segundo SOUZA (2016), a construção do prédio se
iniciou na administração do Arcebispo do Maranhão Dom Carlos Carmelo
Vasconcelos Mota, em 1943, sendo concluída apenas na década de 50 do século XX,
sob a administração do Bispo Dom Luís Gonzaga da Cunha Marelim.
A parte interior
do Palácio é formada por biblioteca, uma capela, auditório, sala de acervo,
imagens de santos do século XIX, como por exemplo, a imagem de Nossa Senhora
dos Remédios e utensílios litúrgicos (SOUZA, 2016, p. 71). Nos dias de hoje, o
Palácio Episcopal se encontra aberto para a comunidade.
Educação patrimonial
Por muito tempo, a principal finalidade do ensino de
História esteve vinculada a tarefa de institucionalizar a memória nacional,
estimulando com isso a construção do sentimento de nacionalidade nos estudantes
desde a tenra idade. Não obstante, após
passar por uma longa trajetória de mudanças, tal ensino hoje busca novas
perspectivas, abordagens e problematizações, a fim de estimular os alunos a
pensar historicamente a realidade em que estão inseridos, como também ajuda-los
a se enxergar enquanto membros dela.
Trabalhar com a educação patrimonial
significa, antes de qualquer coisa, desempenhar em sala de aula um trabalho
muito importante, cujo fim primordial é o de promover a preservação da memória
materializada em monumentos históricos. Ademais, outro elemento que torna a
educação patrimonial ainda mais atrativa é o fato de ela implicar uma
participação ativa dos alunos em atividades de pesquisa, inclusive aquelas “in
loco”, levando-os assim a exercitarem sua consciência crítica e a desenvolver
sua consciência histórica (SOUZA, 2016).
Certamente, as aulas de História são os melhores espaços
para a discussão desse tema. Afinal, uma das funções do ensino de História na
atualidade é a de auxiliar o aluno no processo de articulação dos conteúdos
formais estudados nesta disciplina com a sua realidade vivida (SOUZA, 2016). Em
consonância com isso, a educação patrimonial se destaca por possibilitar aos
sujeitos se situar na história e no tempo, além de os ajudarem a desenvolver um
sentimento de pertença para com o lugar em que vivem.
Assim, percebe-se que as aulas de História devem
proporcionar aos alunos conhecimentos sobre o patrimônio histórico, para que
estes possam se tornar cidadãos dotados de consciência acerca da importância da
valorização e da preservação desses verdadeiros repositórios de memórias.
Após o
exposto, não há dúvidas sobre as vantagens de inserir a educação patrimonial
nas aulas de História, a fim de permitir a divulgação da História local em sala
de aula e de fermentar a reflexão sobre a importância de valorizar e preservar
o patrimônio histórico local. Mas possivelmente pode surgir a seguinte
pergunta: Como fazer?
Objetivando
apresentar uma proposição, sugerimos que os professores elaborem uma atividade
para suas turmas. Esta atividade deve envolver a identificação dos principais
construtos históricos da cidade, acompanhada de uma descrição detalhada que
responda, entre outras questões:
a) Quando/ Por que/ E por quem estes prédios foram criados?
b) Em que estado eles se encontram hoje?
c) Qual era a importância desses prédios na época do seu funcionamento?
d) O que eles ensinam sobre o passado da nossa cidade?
e) Que histórias há por trás do que hoje são só ruínas?
Feito isso,
os professores poderão também sugerir aos alunos fotografarem os prédios
pesquisados, utilizando desse modo a fotografia como meio de salvaguarda desses
patrimônios.
Considerações finais
Portanto, com base no
que foi apresentado, conclui-se que o patrimônio histórico-arquitetônico não é
apenas um bem material, uma vez que ele possui um significado maior,
relacionado com a construção e o fortalecimento das identidades dos sujeitos
históricos.
Assim sendo, é
perceptível que possibilitar o diálogo envolvendo alunos e o patrimônio histórico
da cidade em que vivem é muito importante para que a articulação entre a
história local e o conhecimento histórico recebido em sala de aula, possa ser estabelecida
a contento.
Nesse sentido, também
é evidente a necessidade de chamar atenção para a preservação do patrimônio
histórico-arquitetônico, a partir da educação patrimonial, dado que será
somente por meio disso que a memória social da cidade e a do seu povo, será
salvaguardada, tornando possível, assim, que as gerações futuras possam
conhecê-la.
Essa questão é
prioritária em Caxias-MA, pelo fato desta ser uma cidade com um passado muito
interessante, expresso em seus prédios antigos, que infelizmente, por causa do
descaso público e da desvalorização da sociedade, podem ser tragados pela
cobiça humana.
REFERÊNCIAS
Melissa Jéssica Beleza
Souza é acadêmica do 6∘ período do curso de Licenciatura em História da Universidade
Estadual do Maranhão - UEMA.
Raimundo Nonato Santos
de Sousa é acadêmico do 6∘ período do curso de Licenciatura em História da Universidade
Estadual do Maranhão - UEMA, pesquisador-bolsista PIBIC-FAPEMA e pesquisador-colaborador
UNIVERSAL-FAPEMA.
ALMEIDA, Eliane
de Sousa. Patrimônio cultural e memórias: percorrendo os dias e sentindo a
cidade de Caxias. In: MELO, Salânia; PESSOA, Jordânia. (org.) Percorrendo
Becos e Travessas: feitios e olhares das histórias de Caxias. Teresina: Edufpi,
2010.
GIL, Carmem
Zeli.; TRINDADE, Rhuan Targino Zaleski (Org). Patrimônio Cultural e Ensino
de História. – ed.- Porto Alegre, RS: Edelbra, 2014.
HORTA, Maria de
Lourdes Parreira. Guia Básico de Educação Patrimonial. Brasília: IPHAN/
Museu Imperial, 1999.
MESQUITA.
Letícia. Memórias de Caxias, cada rua sua história. Câmara Municipal de
Caxias. – Caxias - MA, 1992.
PESSOA, Jordânia
Maria. Entre a tradição e a modernidade:
A BELLE ÉPOQUE CAXIENSE. Práticas fabris, reordenamento urbano e padrões
culturais no final do século XIX. Dissertação (Mestrado em História) –
Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2009, 144 p.
SOUZA, Joana Batista. Educação patrimonial: passados possíveis de
se preservar em Caxias-MA. Dissertação (Mestrado em História) –
Universidade Estadual do Maranhão, 2016, 147 p.
Parabéns pelo excelente texto. Eu, como acadêmica do curso de Arquitetura e Urbanismo vejo uma necessidade gigantesca que a nossa cidade tem em em conhecer, preservar e conservar seu patrimônio histórico-arquitetônico. Gostaria de saber o que vocês acham da criação de um conselho de defesa do patrimônio local, quais as vantagens e desvantagens que traria pra nossa cidade.
ResponderExcluirBoa tarde, primeiramente muito obrigada. Segundo, o que você coloca no seu questionamento seria de suma importância a criação de um conselho para o patrimônio de nossa cidade, pois observamos a todo momento a necessidade da interferência das autoridades locais e estaduais no patrimônio arquitetônico de Caxias-MA. Com um conselho voltado para essas questões teríamos discussões a cerca da preservação, restauração e tombamentos de alguns monumentos e lugares, tornando a partir desses debates a prática e a ação, assim como a ampliação dessa discussão para os alunos do ensino fundamental e médio, despertando assim desde cedo a conscientização do patrimônio local. Creio que seria um modo de aproximar o que aprendemos na academia, e algo que influenciaria bastante em nossa cidade. Em relação as desvantagens particularmente não vejo, pois assim como preservamos o que é nosso de fato, um conselho faria a mesma coisa, porém cuidando do local que nos rodeia, preservando a história de todos nós.
ExcluirMelissa Jéssica Beleza Souza
Boa tarde, muito obrigado pelas expressões. A criação de um conselho voltado para a defesa do patrimônio local, seria uma medida muito importante acionada pelo poder público para salvaguardar um dos aspectos que constituem a maior riqueza do povo caxiense: sua história.
ExcluirIsso se mostra emergencial em função do violento processo de descaracterização histórica que Caxias tem sofrido nos últimos anos. É interessante que quando se fala de preservação patrimonial, o primeiro argumento desfavorável levantado é o que se relacionada com o desenvolvimento econômico. Por esse motivo, não é raro, os que advogam pela não preservação perguntarem: Como conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação patrimonial? A resposta é simples: investindo no turismo "histórico". Quantas cidades no Brasil já fazem isso e conseguem realizar essa "façanha" que os gestores da nossa cidade não percebem?! A potencialidade de Caxias, nesse sentido, é inegável. Ela pode ser verdadeiramente considerada um museu a céu aberto.
Em razão disso, faz-se necessário debates como esse, a fim de que a riqueza da nossa cidade seja vista, apreciada, preservada e divulgada.
Raimundo Nonato Santos de Sousa
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ExcluirExatamente!
ExcluirE ainda acho que a decisão sobre o quê e como preservar deve levar em consideração toda pluralidade de vivências existentes no município, pois só assim esse patrimônio deixa de ser caracterizado somente como monumentos que ganharam destaque na paisagem urbana e passa a fazer parte da dinâmica social dessa cidade. E sabendo que ao se trabalhar com o urbanismo ao mesmo tempo se trabalha com algo que já existe, não há alternativa melhor do que priorizar os espaços construídos e recuperar os ambientes degradados, que consequentemente marcam a história. De certa forma, o principal ponto que levou a descaracterização dos ambientes históricos que estão presentes no nosso meio foram alguns projetos urbanos que transformaram a cidade ao longo do tempo em nome do capital.
Ótima a sugestão a sua de trazer para Caxias o turismo histórico, gostaria muito de um dia poder ver isso na prática.
Obrigada pelas respostas!
Élida Lorrane Ramalho Almeida
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