O CASO DE BARTOLOMÉ DE LAS CASAS
A “Brevísima relación de
la destrucción de las Indias”
Alguns trabalhos voltados para o contato entre os europeus e
as populações do território que foi chamado de América, tanto a castelhana
quanto a portuguesa, trazem uma visão renovada sobre este aspecto. Por exemplo,
Eduardo Natalino dos Santos define as relações entre estes dois mundos como
“relações multidirecionais”, ou seja, desconstruindo completamente a única
forma de entender as relações ocorridas única e exclusivamente a partir da
ótica dualista (europeus x populações locais) (Santos,
2014, p. 218-232). Não se pode esquecer, também, que muitas vezes as
análises feitas em pesquisas e investigações acabam se refletindo em termos de
ensino de História, o que faz com que determinado aspecto deste assunto seja
visto de forma errônea e, sobretudo, ensinado de forma equivocada, tanto no que
diz respeito ao âmbito conteudista quanto no que diz respeito ao âmbito da
reflexão discente (Fernandes e Morais, 2013, p. 143-162).
Embora o texto de Santos esteja voltado para o aspecto
bélico, ou seja, a aliança militar realizada entre algumas populações locais e
castelhanos na conquista de México-Tenochtitlán, o foco do presente texto está
voltado para outro aspecto, ou seja, o defensivo-textual, especificamente de
personagens castelhanos defendendo as populações locais de outros castelhanos.
Este aspecto é percebido através da leitura de uma das obras mais conhecidas do
século XVI referentes ao contexto americano castelhano, ou seja, a “Brevísima relación de la destrucción
de las Indias”, de Bartolomé de las Casas (Las
Casas, 2006). Através da narrativa desta obra, observamos Las Casas
defendendo as populações locais e acusando os castelhanos de realizarem o que
ele chama de “conquistas”, as quais foram “inicuas, tiránicas y por toda ley
natural, divina y humana condenadas, detestadas y malditas” (Las Casas, 2006, p.
10), acusações feitas em um documento direcionado para o rei Felipe II (1557-1598),
uma vez que, segundo Las Casas: “de la innata y natural virtude del rey, así se
supone, conviene a saber, que la noticia sola del mal de su reino es
bastantíssima para que lo dissipe, y que ni por un momento solo, en cuanto em
sí fuere, lo puede sofrir.” (Las Casas, 2006, p. 9).
A “Brevísima relacción de la destrucción
de las Indias” foi escrita em 1542 por Bartolomé de las Casas, ou seja, 50 anos
depois da chegada gradativa de castelhanos ao solo do que seria posteriormente
conhecido como América castelhana. Tal obra foi elaborada a partir de um
contexto literário e não somente a partir da experiência de Las Casas com o
território, mas também através de testemunhos visuais, escritos e orais para
recontar o desenvolvimento da conquista castelhana nas terras americanas (Colombi, 2013, p. 91-102).
Las Casas escreveu uma primeira versão
de sua obra em 1542, com outro título, obra a qual foi lida pelo rei Carlos V
(1519-1557), e que proporcionou a ocasião para a redação das Leyes Nuevas de las Índias. A publicação
definitiva da obra de Las Casas foi em 1552, e assim percebemos que a mesma
está inserida em um contexto de preocupação da Coroa de Castela com as
populações locais, uma vez que as chamadas Leyes
Nuevas de las Indias, estavam voltadas, principalmente, para a proteção destas
populações diante das relações sociais com os castelhanos que viviam no
território.
De acordo com Elliott: “À medida que se multiplicavam os
abusos, aumentava também a repulsa contra eles, mas somente com as Novas Leis
de 1542, que produzia efeito tanto retrospectivamente quanto para o futuro, é
que foi abolida definitivamente, embora não universalmente, a escravidão
indígena.” (Elliott, 1998, p. 135-194).
Tais relações foram marcadas pela violência e pelos maus
tratos, os quais, mesmo depois da publicação das leis citadas acima, dez anos
depois ainda continuaram e foram denunciadas por Las Casas em sua obra. Mesmo
assim, a principal impressão que a obra de Las Casas apresenta refere-se ao
contexto de 1542, o que se reflete em alguns momentos da narrativa do texto,
principalmente quando comenta sobre a questão demográfica do território: “en lo
que hasta el año de cuarenta e uno se há descubierto, que parece que puso Dios
en aquellas tierras todo el golpe o la mayor cantidad de todo el linaje humano”
(Las Casas, 2006, p. 12).
Neste sentido, o objetivo deste trabalho é se aproximar ao
significado de “conquista” presente na obra de Las Casas. Para isso, utilizaremos
como aspecto conceitual a proposta de Patrick Geary em relação à memória
social, ou seja, algo que é resgatado, reinterpretado e adequado de acordo com
o contexto no qual se encontra, renovando e reformulando sua ideia do passado
para integrá-la em seu presente (Geary, 2002, p. 167-181).
Portanto, faremos uma análise da obra de Las Casas buscando o significado da “conquista”
castelhana para o autor.
A denúncia contra “las dichas
conquistas” ou as “tan nocivas y detestables empresas”
As acusações de Las Casas são contundentes, todas voltadas
para um termo em especial, ou seja, a “conquista”, e principalmente a forma
como esta ocorreu. Segundo Las Casas, a conquista realizada pelos castelhanos
foi violenta, fato que fica muito claro em diversas passagens nas quais
denuncia os ataques feitos às populações locais pelos castelhanos, os quais
derramaram “tan inmensa copia de humana sangre e despoblar de sus naturales
moradores y poseedores, matando mil cuentos de gentes”. Neste sentido, a obra
de Las Casas é entendida como uma obra de denúncia do que estava ocorrendo no
Novo Mundo e principalmente com as populações nativas, as quais são vistas como
os “naturales moradores y poseedores” (Las Casas, 2006, p. 10).
Embora a narrativa de Las Casas apresente os castelhanos
atacando as populações locais, Las Casas coloca-se ao lado destes para
denunciar o que ocorrera durante os últimos anos da colonização da América
castelhana e, para isso, escreveu a “Brevísima
relación de la destrucción de las Indias” para “servir a Vuestra Alteza con este
sumario brevísimo, de muy difusa historia, que de los estragos e perdiciones acaecidas
se podría y debería componer.” (Las Casas, 2006, p. 11).
Gradativamente, ainda no prólogo de sua obra, Las Casas
apresenta o motivo do tratamento violento realizado pelos castelhanos contra os
que são chamados em sua obra de “gentes inocentes”: de acordo com suas
palavras, este tratamento fora realizado por “codicia y ambición” (Las Casas, 2006,
p. 7), geradas principalmente pela tentativa de exploração forçada incluindo a
mão-de-obra das populações nativas e visando principalmente: “tener por su fin
último el oro y henchirse de riquezas en muy breves días e subir a estados muy
altos e sin proporción de sus personas (conviene a saber): por la insaciable
codicia e ambición que han tenido (Las Casas, 2006, p. 17).
Devemos destacar que o motivo da busca pelo ouro, segundo
Las Casas, proporcionava aos que participavam da empresa uma elevação social, a
qual muitas vezes não correspondia ao estado social daqueles que participavam
da empresa. Ou seja, que muitos não mereceriam elevar o seu status social motivados
pela “insaciable codicia e ambición” que demonstraram nos atos chamados de
conquista.
A defesa realizada por Las Casas refere-se a uma população que
estava sendo dizimada gradativamente, principalmente pela via bélica.
Entretanto, hoje sabe-se que esta queda demográfica foi motivada pelas mais
diversas formas de contato com os europeus: bélica, medicinal, social. Neste
sentido, uma frase de Nicolás Sánchez-Albornóz é
enfática e explica bem este múltiplo contexto: “a guerra e a violência geraram a
contração inicial: a mudança social e econômica precipitou o colapso” (Sánchez-Albornóz, 1998, p. 31).
A oposição social na narrativa do documento elaborado por
Las Casas é muito clara, e as características pacíficas das populações locais
também se destacam no documento, como no fragmento a seguir:
“Todas estas universas e infinitas gentes a todo género crió
Dios los más simples, sin maldades ni dobleces, obedientíssimas y fidelísimas a
sus señores naturales e a los cristianos a quien sirven; más humildes, más
pacientes, más pacíficas e quietas, sin rencillas ni bullicios, no rijosos, no
querulosos, sin rencores, sin odios, sin desear venganzas, que hay en el mundo.
Son asimismo las gentes más delicadas, flacas y tiernas en complisión e que
menos pueden sufrir trabajos y que más facilmente mueren de cualquiera
enfermedad, que ni hijos de príncipes e señores entre nosotros, criados en
regalos e delicada vida, no son más delicados que ellos, aunque sean de los que
entre ellos son de linaje de labradores” (Las Casas, 2006, p. 13).
A oposição em relação aos castelhanos é clara, os quais,
realizadores das “conquistas” denunciadas no documento, são nomeados por Las
Casas como: “lobos e tigres y leones crudelísimos de muchos días hambrientos. Y
otra cosa no han hecho de cuarenta años a esta parte, hasta hoy, e hoy en día
lo hacen, sino despedazarlas, matarlas, angustiarlas, afligirlas, atormentarlas
y destruirlas por las extrañas y nuevas e varias e nunca otras tales vistas ni
leídas ni oídas maneras de crueldad (...) (Las Casas, 2006, p. 14-15).”
E o motivo da realização de tais empresas, denunciadas por
Las Casas, foi a tentativa de enriquecimento (rápido) feita pelos castelhanos
que, utilizando a mão-de-obra das populações nativas, tentaram enriquecer
encontrando ouro, “su fin último”: “ha sido solamente por tener por su fin
último el oro y henchirse de riquezas en muy breves días e subir a estados muy
altos e sin proporción de sus personas (conviene a saber): por la insaciable
codicia e ambición que han tenido” (Las Casas, 2006, p. 17).
Assim como as outras
áreas destacadas por Las Casas, o território da Nova Espanha também sofreu com
os acontecimentos do primeiro século da presença castelhana no território:
“Y desde este año de diez
y ocho hasta el día de hoy, que estamos en el año de mil e quinientos y
cuarenta e dos, ha rebosado y llegado a su colmo toda la iniquidade, toda la
injusticia, toda la violência y tiranía que los cristianos han hecho en las
Indias, porque del todo han perdido todo temor a Dios y al rey e se han
olvidado de sí mesmos” (Las Casas, 2006, p. 53-54).
A denúncia de Las
Casas volta-se contra os cristãos, em especial as empresas realizadas pelos
primeiros conquistadores, os quais tinham em suas mãos diversas e diferentes
funções, não somente voltadas para a conquista territorial, mas também,
principalmente depois dos primeiros anos que chegaram ao território, a função
de organização de outros assuntos relacionados (administração, justiça,
etc...).
É notório observar na
fonte que Las Casas afirma que foram os cristãos que perderam o temor a Deus e
ao rei e se esqueceram de si mesmos, cometendo atos de violência contra as
populações nativas. Para caracterizar tais ações, Las Casas recorre novamente
ao termo “conquistas”, sendo estas caracterizadas pelo dominicano como
“invasiones violentas de crueles tiranos, condenadas no sólo por la ley de
Dios, pero por todas las leyes humanas, como lo son e muy peores que las que
hace el turco para destruir la iglesia cristiana” (Las Casas, 2006, p. 55).
Para a época, portanto, e a partir de um viés religioso, o termo “conquista”
apresenta um aspecto negativo, vinculado a palavras tais como “invasões”,
“violência”, e ademais comparadas às investidas do Islã turco contra o mundo
cristão do contexto de Las Casas.
As populações locais e a sua “dupla”
ausência no documento: a queda demográfica e a (falta de) resistência
Uma das principais denúncias feitas por Las Casas, além da
violência contundente contra as populações locais, refere-se à queda
demográfica local, consequência do tratamento castelhano. Em toda a narrativa
de sua obra fica muito claro este aspecto, o qual é retratado constantemente
pelo autor. Como fez parte desde o começo da chegada dos europeus ao novo
território, Las Casas presenciou este declínio demográfico, pois, se em um
primeiro momento comenta que “puso Dios en aquellas tierras todo el golpe o la
mayor cantidad de todo el linaje humano” (Las Casas, 2006, p. 12), depois destaca
em diversos momentos de sua obra referindo-se a localidades “cuasi toda
despoblada” (Las Casas, 2006, p. 15), “despobladas y perdidas” (Las Casas, 2006,
p. 16) ou a lugares onde “no hay una sola criatura” (Las Casas, 2006, p. 15).
Entretanto, o documento de Las Casas deixa, em um primeiro
momento, a questão da resistência das populações locais de lado. Ao abordar a
relação entre estes e os castelhanos, as populações locais são apresentadas
como passivas e sem poder de resistência, e o documento, caso não seja contextualizado
e criticado, pode levar o leitor ou o estudioso a ter uma ideia errônea também
no processo de compreender as populações nativas como protagonistas de sua
própria história (Fernandes e Morais, 2013, p. 143-162). Neste sentido, é
necessário destacar que a obra de Las Casas se insere em um contexto de
proteção das populações nativas e, assim, compreende-se o tom das palavras no
documento.
O documento de Las Casas insere-se em um contexto político
no qual a Coroa de Castela desejava cada vez mais se fazer presente e estar à
frente do controle das terras na América. Uma vez passado o momento inicial de
contato do homem europeu com este território, e uma vez passada a fase liderada
pelos conquistadores – os quais exerciam diversas funções ao mesmo tempo (Capdequí, 1957, p. 47) –, o cenário social no novo
território foi se modificando, e gradativamente novos personagens foram
chegando, principalmente funcionários especializados em diversas áreas,
criando, assim, uma espécie de burocracia colonial, fato que se refletiu na
cada vez mais intensa tentativa de controle político sobre o território por
parte da coroa castelhana (Elliott, 1998, p. 296-309).
Na verdade, após a primeira conquista, chamada pelos
historiadores de conquista bélica, outras conquistas foram sendo colocadas em
prática, como, por exemplo, a conquista territorial, a conquista burocrática, a
conquista missionária/espiritual, a conquista migratória e a administrativa, o
que favoreceu a gradativa transferência da presença efetiva da Coroa de Castela
para o novo território (Sánchez-Albornoz, 1998, p. 23-52).
Conclusão
A conquista da América pelos europeus, tanto no caso
castelhano quanto no caso português, foi lenta e gradativa, e até hoje muitas
vezes suscita erros de interpretação que refletem no processo de ensino de
História (Fernandes e Morais, 2013, p. 143-162). Um dos erros mais comuns sobre
este tema é a relação dual e completamente opositora entre europeus e
populações locais, como se ambos fossem vistos de forma completamente
opositora, e sem nenhuma relação de auxílio, aliança, etc...
A intensidade dos acontecimentos no Vice Reino da Nova
Espanha foi destacada na “Brevísima
relación de la destrucción de las Indias”, que chama a atenção pelo seu caráter
de contato entre o passado (os acontecimentos da conquista), o presente (a
denúncia de Las Casas) e o futuro:
“Fué una cosa esta que a todos aquellos reinos y gentes puso
en pasmo y angustia y luto, e hinchó de amargura y dolor, y de aqui a que se
acabe el mundo, o ellos del todo se acaben, no dejarán de lamentar y cantar en
sus areítos y bailes, como en romances (que acá décimos), aquella calamidade e
pérdida de la sucessión de toda su nobleza, de que se preciaban de tantos años
atrás” (Las Casas, 2006, p. 64).
A defesa de Las Casas para com as populações nativas é clara
e direta, e apresenta um ataque a todo empreendimento realizado nos territórios
ocupados pelos europeus. Mesmo com esta defesa, as palavras de Las Casas
retiram a possibilidade de existir uma compreensão acerca da força das
populações locais e sua atividade em termos de defesa própria e de resistência,
questões que devem ser levadas em consideração na análise crítica da fonte.
Referências
Luciano José Vianna é Professor Adjunto de História Medieval da
Universidade de Pernambuco/campus
Petrolina. Professor permanente do Programa de Pós-Graduação em Formação de
Professores e Práticas Interdisciplinares (PPGFPPI) da Universidade de
Pernambuco/campus Petrolina. Doutor
em Cultures en contacte a la Mediterrània
pela Universitat Autònoma de Barcelona (UAB). Membro do Institut d’Estudis Medievals (UAB-IEM). Coordenador do Spatio Serti – Grupo de Estudos e
Pesquisa em Medievalística (UPE/campus
Petrolina).
Fonte
LAS CASAS, B. de. Brevísima relación de la destrucción de las
Indias. Edición y notas José Miguel Martínez Torrejón. Prólogo y cronología
Gustavo Adolfo Zuluaga Hoyos. Antioquia: Editorial Universidad de Antioquia,
2006.
Bibliografia
CAPDEQUÍ, J. M. Ots. El estado español en las Índias.
México: Fondo de Cultura Económica, 1957.
COLOMBI, B. La
Brevísima relación de la destruición de Indias da fray Bartolomé de Las Casas
en eje de las contoversias. Zama, n.
5, p. 91-102, 2013.
ELLIOTT, J. H. A
Espanha e a América nos séculos XVI e XVII. In: BETHELL, Leslie (Org.). História da América Latina Vol. I – A
América Latina Colonial I. São Paulo. Edusp, 1998, p. 296-309.
FERNANDES, L. E.;
MORAIS, M. V. de. Renovação da História da América. In: História na sala de aula: conceitos, práticas e propostas. Leandro
Karnal (Org.). São Paulo: Contexto, 2013, p. 143-162.
GEARY, P. Memória. In:
LE GOFF, Jacques e SCHMITT, Jean-Claude (eds.). Dicionário Temático do Ocidente Medieval. Vol. II. São Paulo:
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SÁNCHEZ-ALBORNOZ, N. A
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castelhanos, mexicas e tlaxcaltecas. Unisinos.
Revista de História, v. 18, n. 2, p. 218-232, 2014.
Olá Luciano! Boa noien.
ResponderExcluirAchei seu texto muito interessante por trazer uma nova perspectiva sobre as relações entre o colonizador e o indigena!
Gostaria de perguntar acerca de um processo muito problematizado na graduação de História que é o de assimilação cultural.
Neste contexto, quais aspectos podem nos fazer refletir acerca desse processo de assimilação e se foi ele determinante para a idealização do indígena como "ser passivo" frente ao Europeu?
Belo trabalho!
Marcos de Araújo Oliveira
Oi Marcos, obrigado pela pergunta.
ExcluirUm conceito que utilizo em minhas pesquisas é o de "tradução cultural" de Peter Burke. Ou seja, o europeu, ao ter contato com um mundo que não conhecia, traduziu o mesmo de acordo com suas experiências, seus conhecimentos, etc... Na verdade, a obra de Las Casas deve ser entendida de acordo com o seu contexto de composição, um momento no qual acabava de ser publicada a chamada "Leyes Nuevas de Índias", as quais tinham um novo olhar para a questão nativa frente ao contato com o europeu. Acredito que a visão de Las Casas está mais voltada para este aspecto.
Luciano José Vianna