HISTÓRIA
ECONÔMICA NO ENSINO BÁSICO: O USO DE DICIONÁRIOS ECONÔMICOS COMO FERRAMENTA DE
MEDIAÇÃO DIDÁTICA
O texto aqui apresentado é uma síntese da
dissertação defendida no mestrado profissional do Programa de Pós-Graduação em
História da Universidade Estadual do Maranhão o qual teve como produto final o
Dicionário de Conceitos e Temas Econômicos para Jovens. Assim, o objetivo deste
trabalho é apresentar um pouco do percurso da elaboração do mencionado produto
de forma que possa auxiliar em outras reflexões metodológicas de elaboração de
materiais voltados para o ensino da História Econômica no ensino básico.
Inicialmente, foi realizado um levantamento
prévio no que tange aos materiais voltados ao ensino básico que sirvam de
subsídio aos docentes da disciplina de história. A partir deste levantamento
buscou-se encontrar dicionários que pudessem ser utilizados no processo de
ensino-aprendizagem da disciplina de história.
Vários destes dicionários sinalizam que seu
público pode ser professores e alunos dos cursos de graduação em História, como
o público. No entanto, a sua linguagem está voltada para o público adulto,
ficando os jovens da idade escolar impossibilitados de compreenderem seus
verbetes pela complexidade da linguagem. Considera-se, então, que
“O material didático para ter função
significativa no aprendizado de história deve ser concebido através de uma ação
conjunta entre o professor e o aluno. Assim, este recurso não deve ser apenas
utilizado em sala de aula, mas produzido na mesma, gerando um processo de
interação entre o conteúdo e sua compreensão. O grande ganho com a prática de
produção de materiais didáticos está em criar um elo explicativo dos temas
abordados na disciplina de história. Através da produção desse recurso, o aluno
cria intimidade com o assunto trabalhado, sendo capaz de perceber os
significados dos processos históricos e identificar sua própria identidade
dentro dos mesmos. A prática, em geral, cativa mais a atenção do discente do
que a exposição oral, permitindo que o aluno descubra novas interpretações para
os fenômenos históricos, identificando suas habilidades e competências dentro
desse universo” (LIA; COSTA; MONTEIRO, 2013, p. 43).
A produção à qual as autoras se referem é a
produção do conhecimento histórico em sala de aula com o objetivo de romper com
as aulas expositivas clássicas. Partindo desta hipótese considera-se o dicionário
de conceitos e temas econômicos uma ferramenta de dinamização das aulas de
história, partindo da análise das relações econômicas que suscitam debates
constantes em sala de aula.
Deste levantamento realizado somente quatro
podem ser utilizados por jovens da educação básica, a saber: Dicionário da
Antiguidade Africana, Pequeno Dicionário de Grandes Personagens Históricos,
Mini Larousse da Pré-História e o Dicionário de Conceitos Históricos. É válido
ressaltar que nenhum dos dicionários trabalha os conceitos econômicos
fundamentais à compreensão das diversas conjunturas históricas. Assim, se
justifica a emergência do dicionário de conceitos e temas econômicos para
jovens, ou seja, acredita-se que
“O período atual também requer uma
reflexão a respeito de como certas medidas econômicas impactam na sociedade. as
economias mais avançadas foram abaladas recentemente por uma crise
internacional, que foi amena nos países emergentes, fazendo com que a ordem que
se tinha até então, em que somente os países mais pobres sofressem com as
mudanças econômicas, fosse levemente alterada” (OLIVEIRA; COSTA, 2013, p.12).
Além disso, é preciso destacar que o
dicionário proposto é uma concepção contra-hegemônica em relação aos currículos
de educação financeira que ganharam espaço na educação básica a partir do
decreto nº 7.397 de 22 de dezembro de 2010 que “institui a Estratégia Nacional
de Educação Financeira – ENEF, dispõe sobre a sua gestão e dá outras
providências” (BRASIL, 2010, on-line).
Este decreto tem por finalidade “promover a
educação financeira e previdenciária e contribuir para o fortalecimento da
cidadania, a eficiência e solidez do sistema financeiro nacional e a tomada de
decisões conscientes por parte dos consumidores” (BRASIL, 2010, on-line), logo,
objetivamente, pretende uma educação com base no fortalecimento da economia
burguesa, propondo ações que promovam uma sistematização do consumo. Assim,
foram elaborados materiais didáticos ao ensino básico como estratégia de
sistematização da educação financeira, como o material destacado a seguir.
Fig. 1
Este material está organizado para todo o
ensino básico, desde as séries iniciais até o ensino médio. Segundo o manual do
professor este material é chamado de impressite,
pois o 9º ano utiliza este material em web site a partir da sistematização em
módulos que trabalham os seguintes conceitos: Consumo: pessoas gastadoras X
poupadoras; Armadilhas mentais de consumo; Desperdício; Cartão de débito e
crédito; Defesa do Consumidor; Empreendedorismo; Poupança programada; Preço X
Valor; Compra a prazo; Juros; Investimento; Risco X Retorno; Planejamento;
Estimativas; Orçamento; Categorização de Despesas; Patrimônio; Seguros; Espaço
Público; Orçamento Público; Informações Públicas; Tributos (CONEF, 2014).
É válido destacar que os conceitos
destacados são elencados em defesa de uma compreensão do sistema financeiro
nacional com o objetivo de educar sujeitos capazes de movimentar a engrenagem
do capitalismo financeiro. Assim, não objetiva uma compreensão com base na
totalidade das relações sociais que permeiam a relação econômica podendo ser
considerado instrumento de criação de consenso em torno da manutenção da
hegemonia da fração financeira dirigente. Considera-se fundamental, então, a
exemplificação de um dos conceitos destacados. Segundo o material de diretrizes
ao professor preço e valor devem ser abordados em sala de aula da seguinte
maneira:
“A
percepção de que preço e valor são coisas diferentes nem sempre é fácil. Para
muitas pessoas as coisas que são mais caras automaticamente são também mais
valiosas. Os alunos são levados a perceber que há coisas que são valiosas para
nós e não para os outros, e vice-versa, e muitas dessas coisas não são caras.
Apresenta-se também como muitas vezes nos deixamos levar pela publicidade ou
pelos amigos e acabamos comprando coisas e pagando por elas um preço bem maior
do que o valor que acabamos dando para elas. Cuidados com o consumo, o valor
histórico e cultural de locais, objetos e costumes, a preocupação com o outro,
o cuidado de si são trazidos dentro de uma visão de sustentabilidade para que
os alunos se preocupem em manter uma vida que de fato seja mais valiosa para
eles sem se deixar levar pela publicidade ou pelo preço das coisas como
indicador necessário de sua qualidade” (CONEF, 2014, p. 33).
Está claro o
equívoco na abordagem do material como sugestão ao professor. O conceito de
valor está diretamente relacionado ao consumo e não à produção. É sabido que
mesmo para os autores liberais, como David Ricardo, por exemplo, o valor está
associado à produção através do trabalho, portanto, há uma confusão
(intencional ou não) no material em análise.
Além do material
elaborado pelo Comitê Nacional de educação Financeira – CONEF, outros materiais
tem sido utilizados na educação financeira em escolas privadas através da
metodologia OPEE – Orientação Profissional, Empregabilidade e Empreendedorismo,
sendo a disciplina nomeada de “Projetos de vida”. Alguns materiais podem
receber títulos como “Empreendedor Júnior” ou “Caminhos para o Amadurecimento”.
Segundo a
editora OPEE, esta metodologia “contribui para o desenvolvimento do
autoconhecimento, da inteligência emocional, da educação financeira com vistas
à sustentabilidade, das escolhas profissionais, dos métodos de ensino, da visão
ampla do mercado de trabalho e dos processos seletivos” (www.metodologia.opee.com.br),
portanto, sistematiza o jovem para que esteja pronto ao mercado de trabalho.
É importante
destacar que os materiais supramencionados podem ser utilizados em diversas
matérias da educação escolar como apoio a eventuais discussões de temas
transversais, podendo, até mesmo, ser utilizados como suplementos para
discussão de temas no campo da história econômica. No entanto, considera-se seu
uso como promotor da consolidação da educação burguesa.
Em oposição a
estas propostas que foi elaborado o dicionário de conceitos e temas econômicos
para jovens, isto é, como ferramenta de um movimento contra hegemônico ao
projeto burguês de educação que educa para o fortalecimento do mercado e não
para a formação de sujeitos históricos conscientes e capazes de um
posicionamento crítico-analítico das relações sócio-econômicas nas quais
estejam inseridos.
O processo de
elaboração do dicionário teve início com a demarcação temporal que se pretendia
analisar os conceitos econômicos, pois através desta demarcação
delimitar-se-iam, também, os conceitos econômicos que deveriam ser analisados.
Assim, o corte temporal data de 1945 – o pós Segunda Guerra Mundial. A
justificativa para esse corte temporal é a reconfiguração do imperialismo
contemporâneo ocasionando, assim, recomposição dos conceitos, haja vista que
conceitos, partindo da metodologia dialética, são frutos de processos e de
movimentos constantes na sociedade. Assim sendo, recebem novas composições.
O segundo
momento do processo de elaboração do dicionário foi marcado pela escolha do
segmento ao qual se destinaria este material. Optou-se, então, pelo Ensino
Fundamental – 4º ciclo. Justifica-se esta opção por ser este segmento da
educação escolar o momento em que há certa maturidade intelectual dos jovens
para se posicionarem de forma analítica em relação aos conceitos econômicos
utilizados em seus materiais. Esta maturidade também está presente em jovens do
ensino médio. Entretanto, acredita-se que os jovens já devem chegar ao ensino
médio com a possibilidade de analisar as relações econômicas de forma eficaz,
isto é, de modo que recorram ao dicionário para eventuais dúvidas.
Após a seleção
do segmento da educação escolar houve a necessidade de delimitar a qual série
deste segmento dever-se-ia destinar este material. Esta seleção está
diretamente relacionada com o primeiro momento de elaboração do dicionário,
isto é, o recorte temporal, pois os conteúdos do pós-1945 estão inseridos no
currículo do 9º ano da educação básica.
Feitas estas
delimitações, passou-se ao processo de análise dos conceitos e temas econômicos
presentes nos dois livros didáticos de maior circulação que constavam no
PNLD/2017. Assim, os conceitos que constam no material pedagógico proposto
foram selecionados a partir dos livros didáticos mais utilizados em salas de
aula da escola pública.
Dado o processo
de seleção dos verbetes que comporiam o dicionário começa-se a pensar a
estrutura deste material. Assim, foram pensadas duas seções didáticas nomeadas
“Você sabia?” e “Vamos pensar um pouco?”. Estas seções acompanham alguns
verbetes como incentivo ao debate dos conceitos apresentados, para que além de
ser um recurso de consulta o dicionário possa ser utilizado como material
pedagógico central em diversas aulas.
Portanto, de
acordo com o (a) professor (a) a utilizar este material, o dicionário
potencializa duas dimensões de uso: a) como aparato ao debate, tanto aos
professores e professoras quanto aos discentes no que tange ao esclarecimento
de alguns conceitos que aparecem de forma simples no material didático central
e; b) como recurso central na promoção de debates em sala de aula. Assim,
segundo Oliveira e Costa (2013), o material paradidático possui duas dimensões,
a primeira leva em consideração que este material
“É um
material pensado para ser um apoio ao professor, em assuntos específicos, esse
pode ser um livro, uma figura, um quadro, um filme ou qualquer outro material
que remeta a um assunto de interesse do profissional. Este não é um material de
grande aprofundamento teórico, ou seja, não substitui em caso algum as obras de
grandes autores” (OLIVEIRA; COSTA, 2013, p.07)
A segunda
consideração tem uma relação estreita com a formação do professor, isto é, em
casos de conteúdo que este não domine bem “o paradidático também pode ser
utilizado como aprofundamento teórico por parte do professor, conhecendo mais a
respeito de conteúdos que não domine bem” (OLIVEIRA; COSTA, 2013, p.08).
Os verbetes
possuem uma estrutura geral, variando poucas vezes de acordo com as
necessidades percebidas. Esta estrutura, segundo, Rangel (2006) o verbete se
estrutura da seguinte maneira: a) entrada: a palavra que designa o tema do
verbete; b) acepção: momento inicial do verbete; c) enunciado definitório:
parte central, momento da definição da palavra (RANGEL, 2006).
Esta estrutura
foi destacada por Rangel como condutora da escrita de verbetes de dicionários
da língua portuguesa. Partindo desta estrutura, com algumas adaptações, foi
pensada a seguinte estrutura para o dicionário proposto neste trabalho: a)
entrada: conceito que será apresentado; b) introdução: levando-se em
consideração que os conceitos e temas econômicos não são de fácil compreensão é
feita na introdução uma aproximação com o cotidiano dos discentes a fim de que
possam apreender a hipótese central, este é o momento de contextualização; c)
questão-problema: é considerada uma transição à elaboração da hipótese central,
esta parte do verbete é o elo entre a introdução e a hipótese; d) hipótese
central: considerado o momento de conceituação, no entanto, considerado
hipótese, pois não pretende ser tomado como verdade inquestionável, mas como
uma das possibilidades de interpretação haja vista que este material possui
alinhamento teórico que, portanto, é uma das chaves de compreensão das relações
econômicas; e) remissão: auxilia na dinâmica da leitura do dicionário. Parte
que indica outros verbetes necessários à compreensão do verbete lido.
No que tange à
introdução dos verbetes são levadas em consideração algumas contextualizações
necessárias ao aprendizado significativo do alunado de modo que entre as várias
reformulações nos diversos campos da História tem-se a preocupação com a
utilização de alguns conceitos. Segundo Circe Bittencourt (2008) é uma das
tarefas do pesquisador “selecionar os conceitos-chave, contextualizá-los e
utilizá-los na organização e sistematização dos dados empíricos” (BITTENCOURT,
2004, p. 191).
Acredita-se que não seja somente tarefa do
pesquisador tomar determinada postura, mas também, do professor de História do
ensino básico, já que os conceitos são aplicados a momentos distintos e em
sociedades díspares. Portanto, a apresentação e contextualização destes
conceitos em sala de aula são de fundamental importância para que os alunos
possam compreender a lógica de toda uma estrutura social e relacioná-la a
determinada conjuntura estudada. Segundo Bittencourt o conhecimento histórico
escolar produz-se “por intermédio da aquisição de conceitos, valores e
informações” (BITTENCOURT, 2004, p. 195). Portanto, para Bittencourt,
“O importante na aprendizagem
conceitual, é que sejam estabelecidas relações entre o que o aluno já sabe e o
que é proposto externamente – no caso por interferência pedagógica -, de
maneira que se evitem formas arbitrárias e apresentação de conceitos sem
significados, os quais acabam sendo mecanicamente repetidos pelos alunos,
confundindo-se domínio conceitual com definição de palavras” (BITTENCOURT,
2004, pp. 189-190).
É fundamental, portanto, a mediação
didática do professor de história a fim de dar subsídio aos estudantes para que
os conceitos sejam discutidos em sala de aula e não somente reproduzidos. Neste
sentido que foi pensado o dicionário de conceitos e temas econômicos para
jovens, isto é, como ferramenta a ser utilizada por professores de história e
por seus alunos como forma de promover discussões em torno dos conceitos ali
elencados, de modo que estes não se encerram em si mesmos, mas podem ser
utilizados como chave de compreensão da dinâmica econômico-social contemporânea.
Leva-se, então, em consideração que,
“O conhecimento do conteúdo
pedagogizado não é um conjunto de técnicas de ensino que se pode usar como uma
receita de bolo para aplicar a qualquer conteúdo em sala de aula. São
construções elaboradas na prática docente, em que o professor reflete sobre sua
ação em um processo de racionalização pedagógica, que inclui diferentes
momentos: compreensão, transformação, instrução, avaliação, reflexão e nova
compreensão” (SHULMAN, 1987, p. 15, apud MONTEIRO, 2014, p.196).
Considerações
Finais
Assim, a utilização de conceitos nas aulas
de história requer um trajeto a ser percorrido e anteriormente pensado pelo
professor de modo a possibilitar aos alunos um olhar crítico em relação ao
conteúdo ensinado, já que os conceitos históricos são fundamentais para a
construção das diversas ordens de consciência histórica, desde a tradicional
até a genética, de modo que “a História busca aprimorar o exercício da
problematização da vida social como ponto de partida para a investigação
produtiva e criativa, buscando identificar as relações sociais de grupos
locais, regionais, nacionais e de outros povos” (BEZERRA, 2005, p.44).
Portanto, o estudo da História econômica em
salas de aula do ensino básico se faz extremamente necessário de modo a
permitir que os jovens na atualidade não se limitem somente (e quando muito)
aos noticiários dos jornais, sempre tendenciosos em suas análises econômicas,
ou que acompanhem estes noticiários com uma carga de criticidade e análise um
tanto mais profunda que a divulgada pelos “economistas destros” dos telejornais
da TV aberta. Acredita-se, portanto, no caráter emancipador do ensino de
História.
Referências
Werbeth Serejo
Belo é Doutorando
em Estudos Contemporâneos no Centro de estudos Interdisciplinares do Século
XX/Universidade de Coimbra (CEIS20/UC). Mestre e licenciado em História pela
Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Integrante do Núcleo de Pesquisa em
História Contemporânea – NUPEHIC. Bolsista CNPQ pelo INCT – Proprietas.
BEZERRA, Holien
Gonçalves. Ensino de história: conteúdos e conceitos básicos. In: KARNAL,
Leandro (org.). História na sala de
aula: conceitos, práticas e propostas.
São Paulo: contexto, 2005.
BITTENCOURT,
Circe. Ensino de história: fundamentos
e métodos. São Paulo: Cortez, 2004.
BRASIL. Decreto nº 7.397. Institui a Estratégia
Nacional de Educação Financeira - ENEF, dispõe sobre a sua gestão e
dá outras providências. DF, Brasília, 22 de dezembro de 2010.
COMITÊ NACIONAL
DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA (CONEF). Educação
financeira nas escolas: ensino fundamental. Brasília: CONEF, 2014
LIA, Cristine
Fortes. COSTA, Jéssica Pereira. MONTEIRO, Katani Maria Nascimento. A produção
de material didático para o ensino de História. Revista Latino-Americana de História. Vol. 2, nº6, agosto, 2013,
p.40-51.
MONTEIRO, Ana Maria. RALEJO, Adriana
Soares. CICARINO, Vicente. “Brasil: uma história dinâmica”: desafios didáticos
no ensino de história. In: MONTEIRO, Ana Maria. GABRIEL, Carmen Teresa. ARAUJO,
Cinthia Monteiro de. [Et. Al.]. Pesquisa
em Ensino de História: entre desafios epistemológicos e apostas políticas. Rio
de Janeiro: Mauad X: Faperj, 2014, p. 189-208.
OLIVEIRA, Alessandro Francisco Trindade de.
COSTA, Pierre Alves. A utilização de livros paradidáticos como recursos no
ensino de geografia econômica. Voos –
Revista polidisciplinar eletrônica da Faculdade Guairacá. Vol.5, Ed.2,
dez., 2013, p.04-14.
RANGEL, Egon de Oliveira. Dicionários em sala de aula. Brasília:
Ministério da Educação, Secretaria de educação básica, 2006.
Parabéns pelo trabalho, eis o conteúdo que poderia aproximar história e matemática. Os livros didáticos não abraçam essa temática, portanto existe uma lacuna na produção do material, o que torna mais desafiador (e também necessário) para os docentes.
ResponderExcluirRodrigo de Souza Pain e Walace Ferreira.
Rodrigo de Souza Pain e Walace Ferreira,
ExcluirAgradeço pelo comentário. O dicionário foi pensado de modo que pudesse aproximar distintas áreas do conhecimento. Assim, pode realmente ser utilizado por professores (as) de matemática, sociologia, história e filosofia. Assim, possibilita a organização de aulas multi e transdisciplinares como tentativa de, progressivamente, permitir que os (as) estudantes percebam a totalidade no que é constantemente ensinado de forma fragmentada.
Rodrigo de Souza Pain e Walace Ferreira,
ResponderExcluirAgradeço pelo comentário. O dicionário foi pensado de modo que pudesse aproximar distintas áreas do conhecimento. Assim, pode realmente ser utilizado por professores (as) de matemática, sociologia, história e filosofia. Assim, possibilita a organização de aulas multi e transdisciplinares como tentativa de, progressivamente, permitir que os (as) estudantes percebam a totalidade no que é constantemente ensinado de forma fragmentada.
Nosso país está passando por uma série de mudanças em sua economia com essa nova gestão governamental. A reforma na previdência parece algo longe demais para os alunos do ensino básico, sendo que isto afeta seu futuro e seu presente (seus pais ou cuidadores). Como os professores devem trabalhar na sala de aula temas como esse, trazendo para Linguagem dos adolescentes assuntos tão relevantes mas tão complexos?
ResponderExcluirEu tenho bastante interesse em fazer minha especialização em história do pensamento econômico. Você poderia me ajudar me dando algumas referências bibliográficas?
ResponderExcluirNosso país está passando por uma série de mudanças em sua economia com essa nova gestão governamental. A reforma na previdência parece algo longe demais para os alunos do ensino básico, sendo que isto afeta seu futuro e seu presente (seus pais ou cuidadores). Como os professores devem trabalhar na sala de aula temas como esse, trazendo para Linguagem dos adolescentes assuntos tão relevantes mas tão complexos?
ResponderExcluirLucielli Modeira
Olá Lucielli Moreira.
ExcluirObrigado pela pergunta. Uma opção para trabalhar este tema é a utilização, por exemplo, do chamado "jogo da vida" em sala de aula já que este passa por diversos estágios da vida. Assim, podes apresentar a relação dos sujeitos com o mundo do trabalho destacando a estrutura do próprio Estado capitalista e seu funcionamento, além de apontar os mecanismos responsáveis pela formação da previdência demonstrando o funcionamento e como o sistema previdenciário não é um assistencialismo mas um direito dos trabalhadores já que o fundo do sistema previdenciário é formado pela sua contribuição ao longo da vida. Além disso, o uso de dicionários econômicos auxilia na compreensão das categorias econômicas a serem utilizadas durante a explanação e promovendo, mesmo, debates acerca do tema.
Eu tenho bastante interesse em fazer minha especialização em história do pensamento econômico. Você poderia me ajudar me dando algumas referências bibliográficas?
ResponderExcluirLucielli Moreira
tem uma vasta bibliografia a respeito, seguem alguns títulos:
ExcluirCARDOSO, Ciro Flamarion S. Os métodos da História. Rio de Janeiro: Edições Graal, 2002.
FONTES, Virgínia. O Brasil e o capital imperialismo: teoria e história.Rio de Janeiro: EPSJV/Editora UFRJ, 2010.
HARVEY, David. O novo imperialismo.São Paulo: Edições Loyola, 2004.
LUXEMBURGO, Rosa. A acumulação de capital: contribuição ao estudo econômico do imperialismo. São Paulo: Nova Cultural, 1985.
MARTINS, Carlos Eduardo. Valencia, Adrián Sotelo. Teoria da dependência, neoliberalismo e desenvolvimento: reflexões para os 30 anos da teoria. Lutas Sociais. São Paulo, N. 7, 2001.
PASSET, René. A ilusão neoliberal. Rio de Janeiro: Record, 2002.
RIBEIRO, Fernando. Friedman, monetarismo e Keynesianismo: um itinerário pela história do pensamento econômico em meados do século XX. Revista de Economia Mackenzie, V. 11, Nº 1, São Paulo, JAN/ABR, 2013.
RICHTER, Fábio Andreas. Neoliberalismo e Estado: o choque de final de milênio. Revista Percursos. V. 10, Nº 01, Florianópolis, Jan/Jun, 2009.
WOOD, Ellen Meiksins. O Império do capital. São Paulo: Boitempo, 2014.
Olá,
ResponderExcluirDe fato, os documemtos oficiais citados já trazem a relevância da educação econômica na Educação básica. O ulunado brasileiro ainda carece desse aprendizado dentro de sala de aula, o que acarreta em cidadãos com visão financeira curta e sem ideários de enriquecimento no comércio e nas indústrias, como exemplo. Todavia, vale ressaltar que alguns livros didáticos da matemática ja trazem aquilo que podenos chamar de História da matemática. Outros professores de matemática liberais relatam exemplos e resultados eficazes em Escolas agrícolas ou técnicas, ou seja, não só do entendimento crítico de noticiários e medidas governamentais, mas de transformações práticas dos educandos em suas relações econômicas mais próximas, poupar dinheiro, ajudar no comércio do avô, trazer uma nova aplicação para a mãe, etc. Em que sentido você refletiu sobre isso em sua pesquisa? Veja, parte do alunado brasileiro é pobre, como ajudá-los a se engrandecerem economicamente? Como a História Econômica pode assessorar nisso?
Um abraço,
Rodrigo Henrique Araújo da Costa
Olá Rodrigo,
ExcluirObrigado pelo questionamento.
Acredito que a estrutura da nossa organização já está voltada para a formação que atende ao mercado de trabalho, de modo que é sustentado o argumento de que a formação é um modo do alunado se inserir no mercado de trabalho. Algumas disciplinas como a "educação financeira" já auxiliam, mesmo que de forma a consolidar uma visão não emancipadora do ensino, ou seja, não no sentido de formar sujeitos críticos. Assim, acredito que a história econômica não tem como objetivo promover uma concepção que reforce o caráter desigual da educação, ou mesmo de formar pequenos empresários, mas seu objetivo é fazer com que o alunado entenda as diversas instâncias da sociedade em que este inserido já que a história econômica se conecta com os âmbitos político e social.