Makchwell Coimbra Narcizo


É MAIS QUE ÓDIO: A EDUCAÇÃO EM UMA SOCIEDADE RESSENTIDA

                   
Considerações iniciais
Emoções, sentimentos, paixões são constitutivas da vida humana, estamos imersos a elas em todos os momentos de nossas vidas, logo, compõem a dimensão afetiva da vida social. Por conta disso, as paixões coletivas participam das práticas sociais e, apesar dessa dimensão afetiva do exercício público, ou seja, que compõem nossas relações, não significa que é de fácil trato por parte de quem visa estudar sua influência, seja ela em qual área do conhecimento for.  

Desta maneira, a sala de aula que é um local de afetos, é resultado de uma relação afetiva ampla e complexa que por vezes, é necessário um esforço grande para se compreender, utilizando-se de mais de uma disciplina e área do conhecimento. Tais afetos, são construídos, reconstruídos em diversos momentos, laços afetivos são criados e ganham força com a convivência contínua. A convivência na comunidade escolar, gera afetos significativos.
  
No que diz respeito a dimensão afetiva da vida humana nos deparamos com o ressentimento, consequentemente o ressentimento é estendido para a dimensão afetiva da vida pública, tornando-se uma importante ferramenta política, que resulta diretamente no cotidiano escolar.   

Ressentimentos
Ressentimento é uma constelação afetiva ampla. Maria Rita Kehl (2014, p.13) defende ser esta uma constelação afetiva que serve aos conflitos característicos do homem do mundo moderno, privilegiando o indivíduo em detrimento do sujeito, contribuindo para sustentar nele uma integridade narcísica que independe do sucesso de seus empreendimentos. A autora adianta a hipótese de que a versão imaginária da falta, no ressentimento, é interpretada como prejuízo.

Seguindo essa orientação, ainda em Maria Rita Kehl (2014, p.13), por uma compreensão preliminar do que é ressentimento, a autora trata ressentir-se da seguinte maneira: “Ressentir-se significa atribuir ao outro a responsabilidade pelo que nos faz sofrer. Um outro a quem delegamos, em um momento anterior, o poder de decidir por nós, de modo a poder culpa-lo do que venha a fracassar”. A própria autora considera a definição genérica, por conta de um ponto, pelo fato da aproximação de uma aproximação do paradigma do neurótico.

A modernidade, seria de tal modo, para o Nietzsche, alicerçada por valores que foram construídos na aliança entre Estado e Igreja, o primeiro responsável pela coerção, impondo aos indivíduos os valores criados pela igreja. Estado, para Nietzsche (2009: tese 2 parágrafo 17) produziu mudanças ativas e radicais na humanidade, fazendo com que o homem a partir de sua tutela, atingisse uma coerção inevitável, contribuindo diretamente e decisivamente para deixar de ser livres e se tornarem culpados. 

Nietzsche faz uso da expressão ressentimento para caracterizar uma ideia de auto envenenamento, o que envolve ódio, rancor, inveja, uma série de sentimentos reativos. Ocorrendo quando esses sentimentos, na medida em que não podem ser descarregados para o exterior, voltam para o homem interior o envenenando. Por esse motivo é chamado de res-sentimento.

Maria Rita Kehl, (2014, p. 120) o ressentimento é “só daqueles que por motivos morais, foram covardes e cúmplices em sua própria derrota.” Criando assim, uma “vingança imaginária”.

Se visitarmos Nietzsche novamente, podemos ler:

“A rebelião escrava na moral começa quando o próprio ressentimento se torna criador e gera valores: o ressentimento dos seres aos quais é negada a verdadeira reação, a dos atos, e que apenas por uma vingança imaginária obtêm reparação. Enquanto toda moral nobre nasce de um triunfante Sim a si mesma, já de início a moral escrava diz Não a um “fora”, um “outro”, um “não-eu” — e este Não é seu ato criador. Esta inversão do olhar que estabelece valores — este necessário dirigir-se para fora, em vez de voltar-se para si — é algo próprio do ressentimento: a moral escrava sempre requer, para nascer, um mundo oposto e exterior, para poder agir em absoluto — sua ação é no fundo reação.” (...) (NIETZSCHE,2009, segunda tese paragrafo 10)

Para Pierre Ansart (2009), Nietzsche elabora o conceito de ressentimento em três abordagens complementares: histórica, psicológica e sociopolítica. Pois bem, no quesito histórico, o autor (p. 16) destaca que Nietzsche aponta que o ressentimento seria o resultado do que já apontamos, um longínquo conflito entre a religião judaico-cristã contra os guerreiros aristocratas. O que ocorre no Ocidente, são desdobramentos dessa guerra, o desdobramento da mesma situação, a sublevação dos inferiores, pela sublevação dos escravos contra os dominadores.

Ansart mostra que o trabalho de Nietzsche ao traçar o histórico do ódio, transformando-se em ressentimento em seu processo de longa duração no embate entre moral escrava frente a postura aristocrática culmina na interiorização do ódio por parte dos inferiores, fazendo com que esses não somente convivam com ele, mas busquem o justificar, o glorificando como algo bom, por isso não haverá uma busca para sua superação, que em suma, é em si, um ódio de si mesmo.

O próprio Pierre Ansart aponta para os perigos de se pegar as considerações de Nietzsche como definitivas, ou mesmo seu conceito de ressentimento como algo fechado, apontando a própria linguagem da Genealogia da Moral. Por conta disso, Ansart mostra como um contraponto necessário o Max Scheler. 

Diferentemente de Nietzsche, Max Scheler acredita que o ressentimento surge entre os iguais. Partindo daí, defende que o ressentimento resulta da competição entre pessoas, em uma luta constante e contínua pela redistribuição de prestígio e poder no interior de uma sociedade.

Em Scheler o sentimento de vingança ganha uma configuração distinta, a questão da vingança, por sua vez ganha um sentido diferente, para tal, vejamos dois momentos de sua argumentação: 

“[...] este sempre-de-novo-através e a partir do viver da emoção é muito diferente de uma mera recordação intelectual da emoção dos antecedentes dobre os quais ela “responderia”. O ressentimento é um vivenciar da emoção mesma – um sentir após, um sentir de novo. Destarte, a palavra traz em si o fato da qualidade desta emoção ser um negativo, o que significa ser um movimento de hostilidade.” (...) (SCHELER, 2012, 45)

O agravo é a base do ódio, mas este é guardado, todavia tem causas e consequências bem determinadas. O ressentimento é um envenenamento da alma, que é resultado de uma introjecção psíquica contínua, um exercício sistemático de recalcamento, como afirma Max Scheler (2012, p. 48). Em seguida, defende ser tais sentimentos naturais no ser humano que levam a formação e conformação do ressentimento, como sentimento e impulso de vingança, o ódio, maldade, inveja, cobiça e malícia. Todavia, sua análise parte do impulso de vingança.

O que há de novo na interpretação de Max Scheler é que este em certa medida amplia o alcance do ressentimento, como podemos ver no trecho a seguir:

“Mas, em todos estes casos, a origem do ressentimento está presa em uma especial introdução da comparação entre valor de si mesmo e valor dos outros, a qual necessita de uma breve e distinta investigação. A comparação de nossos valores próprios em geral, ou qualquer uma de nossas características, com valores que a outros pertencem, é executada por nós continuamente. Todos a executam: o nobre e o vulgar, o bom e o mau. Quem escolhe para si por exemplo um modelo ou um herói está de qualquer modo ligado a uma tal comparação de valor.” (...) (SCHELER, 2012, 57)

Max Scheler mostra não apenas que o ressentimento surge também entre os iguais, mas que ele não é exclusividade da moral escrava. Há uma ampliação no entendimento do ressentimento por parte de Scheler, não ficando exclusivo da moral escrava.
Pierre Ansart (2009, p. 19) que em sua concepção sobre a maneira como Scheler constrói sua versão sobre o ressentimento acredita que há um abandono da hipótese histórica que Nietzsche trabalha, construindo uma oposição para com sua filosofia dos valores. Sobre a complementação da noção de ressentimento, Ansart declara:

“É preciso, primeiramente, atentar à diversidade das formas de ressentimento e falar de ressentimento no plural e não de um ressentimento que tomaria as dimensões de uma essência universal. Se admitirmos, como faz Max Scheler, que pode existir por exemplo um ressentimento ligado às relações de entre grupos de idade, convém especificar precisamente os caracteres de tal sentimento e sublinhar tudo aquilo que separa tais afetos difusos do ressentimento recíproco que pode opor, por exemplo, duas classes sociais, ou ainda, duas etnias.” (...) (ANSART, 2009, p. 19)

Para Ansart, o próprio Nietzsche apresenta em a Genealogia da Moral dois tipos opostos de ressentimento, o dos fracos contra os mais fortes que é amplamente comentado; por outro lado, apresenta o ressentimento dos dominantes em relação aos dominados, que é tão destruidor quanto a outra forma mais debatida do ressentimento. Segundo o argumento de Ansart (2009, p.19): “Ressentimento que é reforçado pelo desejo de reencontrar a autoridade perdida e vingar a humilhação experimentada”. É possível entender e notar que tal ódio não é menos recalcado que aquele que o escravo nutre, tal como as bases de vinganças e todo o processo de ressentimento.   

Ressentimento Educação
Parte-se aqui de um entendimento da Educação a partir da sala de aula e das relações resultantes dela, da vida cotidiana dos professores e tudo que a cerca, além das imposições externas que condicionam as questões mencionadas. Ou seja, questões sociais e políticas. 

O ressentimento sempre teve e terá lugar no mecanismo político e social, fazendo parte dele, cabe então analisar como esse (res)sentimento surge e é operacionalizado, como é utilizado, até que ponto é essencial e qual o papel que esse desempenha em um âmbito geral.

A sala de aula é um espaço propício para a construção de afetos. Estes, são construídos, reconstruídos em todos os momentos, laços afetivos são criados e ganham força com a convivência contínua. Em muitos casos, os alunos convivem mais com seus colegas e professores que com os pais.

Essa criação de afetos traz consigo as variadas potencialidades e negatividades que os afetos naturalmente carregam consigo, em certa medida somos reflexo dos afetos que estamos inseridos. Por conta disso é necessário um contato cuidadoso por parte do professor, na medida em que esse se torna mediador de sentimentos, ou seja, um gestor deles e consequentemente, envolvido em sua construção. Desta forma, uma palavra mal posta pode gerar ressentimentos que refletirão de forma marcante na vida dos alunos.

Neste ponto, como destaca Antônio Zuín (p. 585) “os alunos humilhados pelos professores são obrigados a reprimir a angústia e o medo que sentem, fato este que produz frustração e ressentimento”. O ressentimento produzido gera novos tipos de relações, como mostra Zuín (p. 592):

“Este jogo de cena dos alunos é um dos principais elementos da chamada vingança adiada. O tempo favorito do aluno ressentido é o do futuro do pretérito, pois aquilo que ele poderia ter sido e que não foi, a saber, um verdadeiro interventor com voz ativa na sala de aula, não se concretiza, assim como a sua vingança que parece nunca chegar. Daí a ideia da vingança adiada que esteia o prazer do ressentido diante do sofrimento que o outro lhe imputou. Nesta perspectiva de análise, o prazer sádico do ressentido, frente aos sinais de remorso dos agressores, é acalentado pela sua postura masoquista que lhe impede tanto de esquecer, quanto de superar a dor que lhe foi imposta.”

É possível ver a noção de uma vingança que nunca passa, um agravo que é presente, no qual adiamento da vingança é constante. O ressentido não quer necessariamente se vingar, mas quer manter a possibilidade de ter o objeto de sua vingança em certa medida próximo, nisso, a perspectiva do ressentido, suas dores são as que realmente importam e devem ser, por isso, reconhecidas por todos. Retomando Maria Rita Kehl (2014, p. 96), “O ressentido é um escravo de sua impossibilidade de esquecer (...). Mas, no ressentimento, a dívida permanece impagável: a compensação reivindicada é da ordem de uma vingança projetada no futuro”.

Esse trato, ou não trato, dos ressentimentos que propiciam um ambiente ressentido proporcionam dificuldades na interação entre professor e aluno e consequentemente perdas marcantes no processo de aprendizagem. Não que todo ambiente seja movido pelos ressentimentos, mas que em algum grau ele pode se manifestar.
Outro ponto importante da vida escolar é a relação institucional, ou seja, a convivência de professores com outros professores e com outros profissionais que fazem parte da vida cotidiana escolar. Afetos são gerados e como vimos e em diversos momentos fomentadores de sentimentos, bons e ruins, que no caso, os ruins, os reativos, transformam-se em ressentimentos.

Ponto importante no que diz respeito a gestão de sentimentos e maneiras como os ressentimentos estão presentes no cotidiano escolar é a promoção de políticas que direcionam os caminhos da Educação. Como pôde ser visto anteriormente nas argumentações de autores como Pierre Ansart (2009) e Paul Zawadzki (2009) os ressentimentos são constitutivos do sistema democrático.

Utilizando a argumentação de Pierre Ansart (2001, p. 146), de que que as emoções, sentimentos e paixões encontram-se presentes nas instituições, decisões e fatos políticos. É possível assim afirmar que esses participam das decisões que moldam a Educação, a construção de políticas públicas educacionais, currículo e por fim, maneiras que os professores devem conduzir suas aulas e em determinada medida, como a história da Educação nos mostra, até mesmo modos de se portar em sua vida particular.

Desta feita, decisões políticas que influenciam a vida dos professores em seu trabalho cotidiano são feitas com cargas de ressentimentos e se valendo deles. Um exemplo prático de como isso funciona é o projeto Escola sem Partido que apesar de (ainda) não ser aprovado acaba por influenciar o cotidiano escolar.

A questão é que o projeto tem colaborado para a elaboração de leis em diversos Estados, em cidades específicas e mesmo que não sejam aprovados, sua simples discussão gera uma ascensão dos ressentimentos. O professor acaba por ser alvo desses ressentimentos, como se fosse o culpado pelas más condições de aprendizagem e da educação em um sentido amplo. Pedro Pagni, Alexandre de Carvalho e Sílvio Galo (2018) afirmam que essa questão revela um traço de nossa cultura política e uma relação de poder que se estrutura no ressentimento contra a escola e o trabalho docente, colocando em risco uma de suas principais virtudes modernas.

Considerações finais
Ao buscarmos uma explicação clínica para o ressentimento, Maria Rita Kehl traz alguns importantes apontamentos:

“O ressentimento é uma relação afetiva que serve aos conflitos característicos do homem contemporâneo, entre as exigências e as configurações próprias do individualismo e os mecanismos de defesa do eu a serviço do narcisismo.” (KEHL, 2014, p. 13). Maria Rita Kehl

Desta forma, ascende como problema chave na reflexão, o ressentimento ser fomentador da memória do ódio, memória esta que é marcante na história contemporânea, como destaca Jacy Alves de Seixas:

“[...] Desnecessário lembrar quanto a história contemporânea tem presenciado a manifestação dessa instável memória involuntária, carregada de emoções, freqüentemente avessa à clivagens ideológicas e políticas tradicionais. Memórias que parecem emergir, irromper de um passado mais-que-morto para assombrar o nosso presente concebido, contra todas as evidências, segundo os cânones do progresso.” (SEIXAS, 2009, p. 48)

Como destacado pela autora, essas memórias ressurgem constantemente do passado para assombrar o presente. Na medida que a memória se articula com sentimentos, com os sentimentos mais obscuros os quais operacionalizam o ressentimento, esses ressentimentos que são guardados e escondidos, voltam em momentos específicos com mais força e criando problemas reais.
O ressentimento se relaciona necessariamente com o sentimento que tenho do outro, as formas explícitas ou não, para uma melhor compreensão de tal afirmação, voltemos ao auxílio de Maria Rita Kehl (2014, p. 13):

“Ressentir-se significa atribuir ao outro a responsabilidade pelo que nos faz sofrer. Um outro a quem delegamos, em um momento anterior, o poder de decidir por nós, de modo a poder culpa-lo do que venha a fracassar.”

Desta forma o ressentido não quer vingança, ele quer ter o seu objeto de ressentimento por perto para poder justificar seus fracassos. Isso gera um ciclo de ressentimentos que atrapalham as relações e consequentemente a Educação em si. É importante levar em consideração que muitas barreiras que estão no dia a dia do professor não são acidentais, mas algo orquestrado. É algo que compõe uma sociedade ressentida em sentido amplo.

O cotidiano escolar é gerador e promotor de ressentimentos, infelizmente práticas pedagógicas contrárias ao recalque, medo, angústia que interrompidos geram os ressentimentos não são difundidas ou colocadas em prática nas instituições escolares em sua maioria. Não obstante, é crescente uma predisposição generalizada para o fortalecimento dos ressentimentos, isso pode ser visto em atitudes ressentidas de alunos, professores e comunidade escolar, sem mencionar é claro, as imposições políticas que são fruto de ressentimentos e geradoras deles.

Ao pegarmos a afirmação de Pierre Ansart (2009, p. 24-26) que deveríamos perder a ilusão do fim do ressentimento devemos nos perguntar: como educar em uma sociedade ressentida? Ou ao menos tempo, quais os caminhos da Educação em uma sociedade ressentida?

Uma Educação que não gere ódio e os outros sentimentos reativos provocadores do ressentimento é fundamental, isso impede a reprodução de novos ressentimentos. Os caminhos da Educação devem ser em resistência aos ressentimentos e que vá de encontro a eles, contra eles, uma Educação que alcance os ressentidos mesmo que esses não desejem sair de suas camadas mais profundas do ressentimento, o que abre possibilidades de superação do próprio ressentimento.

Bibliografia
Makchwell Coimbra Narcizo, Graduado e Mestre em História pela Universidade Federal de Goiás e Doutorando em História pela Universidade Federal de Uberlândia.   

ANSART, Pierre. História e memória dos ressentimentos. In: BRESCIANI, Stella;

NAXARA, Márcia (org). Memória e (res)sentimento: Indagações sobre uma questão sensível. Campinas SP: Editora UNICAMP, 2009, p. 15-36.

ANSART, Pierre. La gestion des passions politiques. Lausanne: L’age d’homme, 1983.

BRESCIANI, Maria Stella. (Introdução), HAROCHE, Claudine. O que é um povo? Os sentimentos coletivos e o patriotismo do final do século XIX. In: BREPOHL, Marion. Et al (org). (2002) Razão e paixão na política. Brasília: Editora UnB. Pp. 7-11. In: BRESCIANI, Maria Stella; NAXARA, Márcia (org). Memória e (res)sentimento: Indagações sobre uma questão sensível. Campinas SP: Editora UNICAMP, 2009.

BRESCIANI, Maria Stella. (Introdução), HAROCHE, Claudine. O que é um povo? Os sentimentos coletivos e o patriotismo do final do século XIX. In: BREPOHL, Marion. Et al (org). (2002) Razão e paixão na política. Brasília: Editora UnB. Pp. 7-11.

BRESCIANI, Maria Stella; NAXARA, Márcia (org). Memória e (res)sentimento: Indagações sobre uma questão sensível. Campinas SP: Editora UNICAMP, 2009.

CARVALHO, Alexandre et al. O programa Escola sem Partido e a destruição de uma das virtudes modernas da escola. Disponível em < http://www.anped.org.br/news/o-programa-escola-sem-partido-e-destruicao-de-uma-das-virtudes-modernas-da-escola> Acesso em 12 fevereiro 2018.

KEHL, Maria Rita. Ressentimento. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2014. 

NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia da moral: uma polêmica. Companhia de Bolso São Paulo: 2009.

POLLAK, Michael. Memória, Esquecimento, Silêncio. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, Vol. 2, n. 3, 1989. Pp. 3-15.

SANTOS, Márcia Pereira. História e Memória: desafios de uma relação teórica. In: OPSIS. V.
07, n. 9. 2007.

SEIXAS, Jacy. Percursos de memórias em terras de história: problemáticas atuais. In: BRESCIANI, Stella; NAXARA, Márcia (org). Memória e (res)sentimento: Indagações sobre uma questão sensível. Campinas SP: Editora UNICAMP, 2009. Pp. 37-48.

ZUIN, Antônio. A educação de Sísifo: sobre ressentimento, vingança e Amok entre professores e alunos. In: Educ. Soc., Campinas, vol. 29, n. 103, p. 583-606, maio/ago. 2008.



8 comentários:

  1. Boa tarde a todos.

    A reflexão trazida pelo texto é tão necessária, gostaria de elogiar suas fundamentações, colocações, desenvolvimento e, principalmente, os questionamentos finais.

    O maravilhoso livro “Conversas com um jovem professor” do Leandro Karnal dá bons exemplos para ilustrar situações que criam ressentimentos em sala de aula. No capitulo “as pedras da nossa estrada”, são citados erros que o autor já cometeu, entre eles estão: responder brincadeiras imaturas com respostas muito cortantes, aumentar o nível de dificuldade das provas para o seu ego e, por vezes, se ver como um aluno adiantado ao invés de professor.

    O desenvolvimento do tato do professor para lidar com essas situações é extremamente necessário que, como dito, pode afetar negativamente o processo de aprendizagem.

    Por fim, gostaria de elogiar mais uma vez o texto e agradecer por trazer essa reflexão ao simpósio, parabéns.


    Ana Clara Fernandes da Costa

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    1. Olá Ana Clara!

      Obrigado pela leitura e pelas palavras!

      Esse livro realmente é sensacional, gosto sempre de usar sua introdução quando trabalho em licenciaturas.

      Acho pertinente, enquanto professores, compreender a Educação como uma via de mão dupla e nos entender como um dos agentes do mecanismo de aprendizagem. Isso evitaria muitas escorregadas produtoras de ressentimentos.

      Pois bem, o texto é uma reflexão a partir da minha tese, que estou terminando (espero) sobre ressentimento na política.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Cumprimentos ao autor!
    Texto excelente! Congratulações. Compreendendo pela leitura do texto, minha questão vai de encontro as Fake News e ao fenômeno moderno das redes “sociais”. Nesse uso da memória como produto e do ressentimento impregnado na sociedade, qual o papel dessa mídias de massa sem trabalho profissional e verificação de fontes na maioria das vezes, como reprodutora de uma história mentira/adulterada ou uma história produto (que busca elementar o passado como exemplo, o que é altamente criticado pela historiografia) e assim fortalecendo redes de ódio, de exclusão, individualismo e que se faz presente também no ensino e na educação.
    Douglas Felipe Gonçalves de Almeida.

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    1. Olá Douglas!

      Concordo contigo. Esse texto é uma reflexão a partir de minha tese, na qual trabalho com a utilização do ressentimento pela extrema direita francesa. De fato, vivemos em uma época que há excesso de informações e isso, ainda não sei analisar os os alcances e limites, com certeza modifica as relações e, como relações são produtoras de sentimentos e automaticamente ressentimentos, eles, os ressentimentos, estarão presentes em nossa sociedade e serão partícipes em decisões que a modifique.

      Cabe a nós, professores, criar métodos para trabalhar melhor essa nova fase, com excesso de informações e muitas falsas que se não pretender ser verdade, buscam desestabilizar um regime de verdade.

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  4. Boa noite! Parabéns pelo artigo. Analisando o assunto proposto e concordando em várias partes no decorrer do texto, vejo que colocou o ato de lecionar como algo q requer muito amor pela profissão e acima de tudo métodos e didáticas para saber lidar de forma construtiva na vida e formação de cada aluno, sendo assim é proposto no final do texto ideias e exemplos de alunos os quais são oprimidos em salas de aula, causando assim o ressrntimento no sentido em que Nietzche proprõe o significado, vejamos assim uma falha por parte dos educadores. Entretando na realidade do país em que vivemos, onde a educação e os professores são muito pouco valorizados, vivenciamos diversos casos justamente ao contrário do proposto no texto, a realidade de professores oprimidos em sala de aula, lecionadores didpostos a ensinar e dar aos alunos novas oportunidades, professores estes vítimas em muitos casos de agressão dentro dos próprios local de aula. Dessa forma, finalizo o meu questionamento, interrogando o seu posicionamento mediante a essa premissa, tendo em vista as teorias de ressentimento e demais propostas no artigo.
    Desde ja, obrigada!
    Maria Eugênia Campos De Medeiros Sanders

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. Marcos Rafael da Silva11 de abril de 2019 às 19:31

    Prezado Makchwell,
    Quero cumprimentá-lo pelo excelente texto. Extremamente oportuno.
    Quais ações o professor poderia desenvolver em sala de aula para trabalhar a questão do ressentimento?

    Cordialmente,
    Marcos Rafael da Silva

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