Jacqueline Ferreira Dias


DO VÉU AO VÉU: REPRESENTAÇÃO DO CASAMENTO NA OBRA DE LIMA BARRETO (1889-1922)


Introdução
A partir das décadas de 60 e 70 do século XX, houve um crescimento considerável nas produções acadêmicas voltadas para a História das mulheres. Este impulso se deve ao advento do movimento feminista que propôs debates sobre os direitos das mulheres, na qual “reivindicavam [...] mais recursos para as mulheres e [...]denuncia[vam] a persistência da desigualdade” (SCOTT, 1992, p.69), ou seja, buscavam que as mulheres obtivessem a representatividade merecida, e assim evidenciar a importância destas para a história.

Com isso, surge um novo campo de estudo denominado história das mulheres, com o qual inicia-se uma outra forma de se produzir história, pois como afirma Joan Scott, a história das mulheres modifica a história e “questiona a prioridade relativa dada á ‘história do homem’, em oposição á ‘história da mulher’, expondo a hierarquia implícita em muitos relatos históricos”. (1992, p.78). As produções acadêmicas adotaram as concepções da recém surgida área de investigação, cuja a expansão se deu através de artigos, teses, monografias conferências e congresso, elevando dessa maneira, as contribuições historiográficas em torno do papel da mulher na sociedade.

Dentro do campo da história das mulheres o debate sobre o termo gênero tornou-se necessário na medida que teoriza a questão da diferença sexual dentro do seio da História, ampliando assim a discussão em torno da produção historiográfica, pois trouxe a “dimensão analítica do sexo para as experiências sociais em detrimento do determinismo ‘biológico’ e ‘natural”(Gomes, 2010, p.7). A partir disto, o gênero passou a considerar a múltipla identidade desta categoria seja elas, cor, raça e sexualidade.

Ao analisarmos estas variedades de temáticas, nota-se um maior destaque a relação existente entre a figura feminina e a instituição do casamento, visto que, o matrimônio representar a propagação da instituição familiar e está sempre atrelado diretamente a figura da mulher, mais que do homem, sendo sua vida ditada em função disto.

As representações da mulher e do matrimônio sob o olhar Barretiano

Para uma maior exploração do tema, pode-se utilizar as obras ficcionais do autor carioca Lima Barreto como fonte de extração de informações. Em função da produção literária do autor, adotaremos como recorte temporal o período conhecido como a Primeira República entre os anos de 1889-1922, ambientado no Rio de Janeiro.

Afonso Henrique de Lima Barreto, nascido em 1881 no Rio de Janeiro e falecido em 1º de novembro de 1922, foi um escritor, negro, que teve graças a família o estudo garantido. Escritor de romances, crônicas e contos, seus escritos apresentam característica ficcionista, ou seja, possuem ligação com a realidade e, influenciado pela literatura Russa, suas obras abordavam temáticas voltadas para críticas sociais em favor  dos marginalizados pela sociedade, na medida que buscava nelas retratar assuntos do cotidiano das pessoas, prezando por uma literatura militante e que abordava as preocupações sociais políticas que permeavam a sociedade.

Neste período o Brasil passava por várias transformações nos setores econômicos, sociais e políticos. Dentre eles a consolidação do capitalismo a proclamação da república (1889), a abolição da escravatura. Fatores que não só modificaram as estruturas institucionais do país, mas também a vida das pessoas, visto que houve uma reestruturação dos ideais em relação ao casamento e a ideia de amor, ou seja: uma mudança nos valores sociais da sociedade, sendo o Rio de Janeiro - capital da época (1763 á 1960)- palco destas transformações, na qual recebia grande influência Europeia nesse período.

Em meio a estes processos de mudanças, estava a mulher, que em detrimento desta modificação de pensamento, teve sua imagem mais atrelada ao sexo masculino, na medida que eram submetidas ao regime patriarcal na qual o homem detinha o domínio sobre tudo na sociedade. Através disto, o casamento era o meio pela qual a mulher ganhava o título de membro da comunidade, visto que quem não selava este laço matrimonial era marginalizado e considerado não pertencente da sociedade. Por isso as ambições atreladas ao considerado “sexo frágil” estava o matrimônio como único objetivo de vida. Como afirma Eliane Vasconcellos.

“Desde da infância, era socializada para torna-se dependente. Para integrar a sociedade, precisava ostentar o título fulana de tal. Só assim adquiria status de ser. O casamento lhe era proposto como único assunto sobre o qual deveria pensar, a via pela qual desempenhava suas funções mais importantes: a de esposa e a de mãe, realizando-se, assim, social e biologicamente.[...] aquela que não contrai matrimonio é marginalizada e há uma série de expressões pejorativas empregadas em relação a ela”(VASCONCELLOS, 1999, p.27).

Desse modo, a instituição matrimonial movia toda a estrutura social, pois era através deste que homens e mulheres buscavam ascensão social e ganhavam prestígio no grupo que estava inserido. Através disto, o enlace acontecia por vários motivos; sejam lucrativos, nos quais o objetivo da união para a elite configurava-se por conveniência financeira, na qual era selado um acordo entre ambas famílias com fins lucrativos. Porém, na classe pobre este valor não era atribuído visto que não possuíam poder aquisitivo para tal, com isso considera-se a ideia do amor como motivo do matrimônio.

No século XX, em ambas as classes muitos casamentos aconteciam por autorização da justiça, na medida em que as famílias obrigavam as partes a se casaram em face de provável defloramento, ou seja: sexo antes do casamento. Prática que não era admitida legalmente. Dessa maneira o casamento não se tratava apenas da união do casal, mas de famílias com propósitos sociais, políticos e culturais por trás do enlace. A figura da mulher, personagem fundamental desse desenrolar é quase sempre silenciada neste processo.

Lima Barreto, por ter vivido nesta época, é um escritor relevante, pois, este panorama não o impediu de fazer da literatura porta para: “um alto falante de denúncia, crítica e catarse, mesmo incorrendo na dominação machista [..]”(CUTI, 2009, p. 161), na medida que escrevia literatura tendo as mulheres como protagonistas de suas histórias, abordando variadas situações, promovendo uma ruptura com o pensamento patriarcal.

Com isso, considerando a gama de escritos de Lima Barreto, que traz a figura feminina de forma explicita, utilizaremos os romances: “Numa e a Ninfa”, “Clara dos Anjos” eO Triste Fim de Policarpo Quaresma”. Na qual são apresentadas as representações do matrimônio nestas obras. Buscando compreender como se arrolava o processo para o arranjo do casamento, como se comportavam as mulheres neste processo, e identificar até que ponto a educação dada influenciava a mente feminina em torno desse costume.

Desse modo, é possível realizar na pesquisa histórica sobre o comportamento feminino e o matrimônio, a utilização da literatura barretiana como fonte de extração, permitida pela relação entre história e literatura, para compreender as práticas culturais, comportamentais e visões de mundo na primeira República. Ou seja, através das obras de Lima Barreto, buscamos refletir sobre a representação do casamento na “Bellé Époque”.

História e literatura: o casamento consumado

Antônio Candido traz na sua obra “Literatura e sociedade” (2006), algumas formas de investigação do estudo de história e literatura, dentre a qual está a  sociologia literária, na qual afirma que esta não analisa a questão do valor da obra em si, mas a suas ligações com questão políticas, sociais e culturais, bem como o vínculo entre a obra e o imaginário de uma dada sociedade. Neste caso, a noção histórico-social é o foco desta análise da literatura, na medida que propõe uma análise externa da obra buscando caracterizar elementos que permitam identificar expressões de uma determinada época.

Desse modo consiste no fato de determinar correlações entre as noções reais e as que aparecem no livro. Porém, Candido alerta os pesquisadores de história e literatura para o fato do vínculo arbitrário e deformante que a produção artística propõe com a realidade mesmo quando intenciona transpô-la rigorosamente. No sociologismo, Antônio Candido salienta que:

“É preciso estabelecer uma distinção de disciplinas lembrando que os tratamentos externos dos fatores externos pode ser legitima quando se trata de sociologia da literatura, pois não propõe a questão do valor da obra, e pode interessar-se, justamente, por tudo que é condicionante. Cabe-lhe, por exemplo, pesquisar a voga de um livro, a preferência estática por um gênero, o gosto das classes, a origem social dos autores, a relação entre as obras e as ideias, a influência organizacional, econômica e política etc.(CANDIDO, 2006,p.14)

A obra de Antônio Candido contribui para análise deste projeto, na medida que traz a discussão teórica sobre o uso da literatura em trabalhos historiográficos, sendo fundamental para compreensão desta temática. Também contribui com a discussão sobre a importância do estudo da autoria, pois é preciso inquirir sobre a vida e obra do autor que se pretende trabalhar, saber sobre sua função social, sua relação com a sociedade, bem como a natureza da sua produção e verificar se a literatura tem vínculos com a realidade.

No livro “Entre agulha e a caneta: A mulher na obra de Lima Barreto” (1999), Eliane Vasconcellos analisa a figura da mulher no século XIX, na obra de Lima Barreto, traçando ponte com todas as obras do escritor que tratam desta temática, detectando várias questões dentre elas o casamento, descrevendo situações que se fazem presentes neste processo como sexo, educação e pensamentos deste período.

Vasconcellos, levanta um questionamento importante que deve ser levado em consideração não só no campo da história das mulheres, mas nos diversos campos de estudo, ao dizer que: “cada cultura oferece á mulher uma visão de si mesma, um estereotipo. A ótica discriminada para o sexo feminino varia em função de fatores culturais, de determinadas condições de civilização[...]de correntes ideológicas que suscitam condutas” (VASCONCELLOS, 1999, p, 17). A autora nos mostra que é essencial compreender que as representações das mulheres encontradas na literatura Barretiana foram feitos a partir da ótica masculina.

Ao abordar o casamento, Vasconcellos (1999) traz um debate interessante, no qual afirma que a mulher, nesta época, tinha somente como ambição o matrimônio: Este seria o primeiro se não o único projeto destinado à elas, ou seja: a mulher desde de criança era direcionada para ideia do matrimônio como única função a exercer. Esta noção de casamento, que reforça as desigualdades entre homem mulher foi oficializada pelas preposições dos códigos civis implantados no século XIX, que deram total poder sobre a mulher e família ao homem: “No nosso código civil [...], no artigo 233: ‘o marido é o chefe da sociedade conjugal’, a função que exerce com a colaboração da mulher, no interesse do casal e dos filhos. Já no artigo 246, é atribuído à mulher o dever de obediência ao marido” (VASCONCELLOS, 1999, p28).

Vasconcellos (1999) apresenta uma discussão muito esclarecedora em torno da posição da mulher neste período, dando grande contribuição para nossa pesquisa na medida em que aborda a diferenciação de pensamentos das personagens barretianas sobre a condição feminina e a noção de casamento na Belle Époque.

O casamento era uma espécie de favor que o homem conferia a mulher. [pois], [...] o período que antecede o casamento, tão decisivo na vida da mulher, nada revela sobre a natureza como ser humano. Mostra apenas o que nossa cultura espera dela, ou seja, que cumpra o seu destino, o qual e´, essencialmente, casar e ter filhos. Aquela que não atinge esse objeto não é bem aceita. (VASCONCELLOS, 1999, p.32).

“Perspectivas para educação da mulher em Lima Barreto”, de Jomar Ricardo da Silva e Maria Arisnete Câmara de Morais, os autores nos apresentam uma visão em torno da educação da mulher no início do século XX. A educação estava ligada aos ideais da alta sociedade, tendo como função moldar os indivíduos de acordo com os padrões da elite. Tendo a família papel fundamental nestes aspectos. Conforme os autores: “(...)podemos compreender a educação como a forma que uma sociedade dispõe de mecanismo de reprodução, na medida que os indivíduos os internalizam, implicando uma prática de ações rotineiras e na aceitação de valores como naturalizados (SILVA e MORAIS, 2006, p.6).

Silva e Moraes afirmam que: “(...) a polaridade educação-gênero, a educação é o processo que articula o indivíduo e realidade social com a finalidade  historicamente, produzir as diferenças entre homem e mulher” (2006, p. 06). Desse modo apesar da educação familiar, o indivíduo não era espelho da estrutura social na qual foi educado, pois poderia, através de sua individualidade, moldar a si próprio. Com isso, as obras de Lima Barreto trazem uma pluralidade de visões em torno da figura feminina. Evidenciando a atuação feminina dentro do universo complexo nos quais o homem detém a hegemonia.

A literatura Barretiana e as possibilidades da literatura sociológica

As fontes analisadas dentro deste estudo das representações femininas e do matrimônio são narrativas escritas pelo autor Lima Barreto, sendo estas:

“Clara dos Anjos”, romance publicado postumamente a morte de autor. Tendo a redação original datada por volta de 1904/05, na qual contém ensaios do que viria ser a obra original. A obra aborda várias questões importantes como o preconceito racial, social e de gênero. Ao contar a história de Clara dos Anjos, uma moça negra de família humilde do subúrbio carioca, que tem sua vida mudada ao se apaixonar por um rapaz da elite carioca.

“Triste fim do Policarpo Quaresma”, obra publicado em 1915, sendo a mais conhecida de Lima Barreto. Retrata a história de Policarpo Quaresma, um visionário extremamente nacionalista, pois evidenciava os valores da nação brasileira, na medida que considerava as qualidades deste povo- a hospitalidade-, a culinária, os costumes do país melhor que de qualquer outra nação. E utilizava de seus estudos e práticas para expor que cultura do seu país estava no patamar de uma grande potência mundial.

E a obra “Numa e a Ninfa”, romance publicado em 1915 como folhetim pelo jornal “A Noite”, no Rio de Janeiro. A obra tem como enredo uma crítica ao panorama político e social do contexto da Primeira República, sendo retratado este enredo através dos personagens principais: Numa um advogado que tem a carreira política iniciada graças a influências do sogro e Edgarda retratada como uma mulher inteligente e ambiciosa que ajuda o marido na carreira política.

Com uso da literatura como fonte devemos nos atentar para o fato de “a integridade da obra não permite adotar(...) visões desassociadas, [pois] só podemos entender fundindo o texto e contexto numa interpretação dialeticamente integrada”. (CANDIDO, 2006, p. 13). Utilizaremos então a noção de literatura sociológica, na qual:

“As modalidades mais comuns de estudo(...)sociológicos em literatura[são] primeiro tipo seria formado por trabalho que procurou relacionar o conjunto de uma literatura, um período, um gênero com condições sociais. (...)um segundo tipo poderia ser formado pelos estudos que procuram verificar a medida em que as obras espelham ou representam a sociedade(...) o terceiro (..) estudo da relação entre obra e o público(...) O quarto tipo, que estuda a posição e a função social do escritor, procurando relacionar a sua posição com a natureza da sua produção.(..) o quinto tipo eu investiga a função politicas das obras e dos autores”(CANDIDO, 2006, p 18-20)

Com isso, o sociologismo literário propõe uma análise dos fatores externos e internos que compõe uma obra literária, permitindo um vínculo da literatura e a história.  Alfredo Bosi, em seu livro “Literatura e resistência” (2002) afirma que a história da literatura tem por objetivo a descrição das individualidades; e tem por base intuições individuais, portanto, as obras literárias são escritas tendo como base um autor que traz consigo especificidades, vivências, pensamentos individuais. Por isto, Bosi enfatiza que é necessário que se analise e problematize nesta operação historiográfica o autor.

Considerações finais

Desse modo, percebemos que se torna essencial para operação historiográfica o aprofundamento na vida do autor Lima Barreto, na medida que suas vivências, ideias políticas e sociais estão explicitamente nos seus textos. Na qual sua obra traz um retrato da sociedade do período, tornando-se passível de considerar esses escritos como representação desta sociedade. Considerando que apesar desta ligação essas obras trata-se de uma obra ficcional, ou seja, elementos criados pelo autor, tornando-se assim fundamental seu estudo.

Através disto, por meio da representação do casamento extraído da análise da literatura barretianas, permite a compreensão dos valores deste período, ampliando a compreensão da história e sociedade, buscando contribuir para a reflexão para sobre a história das mulheres, uma vez que estas são personagens apesar de não ter sua representação evidenciada no período, já  que o homem detinha este papel na maioria dos casos, a mulher  ocupa um papel importantíssimo neste processo chamado casamento.  

Na medida que reporta uma literatura com característica do contexto social do autor, tratando da realidade social, cultural, politica da Primeira Republica, vemos que neste período era empregado para mulher o valor de mãe, filha e esposa, ou seja, todo sua existência se da através do casamento. Desse modo através do método de análise da história e literatura, a sociologia literária possibilita o estudo interdisciplinar uma vez que através destas obras literárias podemos caracterizar uma sociedade nos seus vários aspectos, mas neste caso tendo o casamento e a mulher como foco deste trabalho. 

Referências

Jacqueline Ferreira Dias é graduando de Licenciatura em História na Universidade de Pernambuco –UPE (Campus Petrolina). Orientador: Prof. Dr. Joachin de Melo Azevedo Sobrinho Neto(UPE-Campus Petrolina). É integrante do GEHARTE- Grupo de estudo de História e Arte da UPE/Petrolina. Bolsista da CAPES, pelo programa Residência Pedagógica.

Fontes:
BARRETO, Lima. Clara dos Anjos. São Paulo: Penguin: companhias de letras, 2012.

BARRETO, Lima. Numa e a Ninfa. Belo Horizonte: Rio de Janeiro: Damier, 1989.

BARRETO, Lima. Triste Fim de Policarpo Quaresma. São Paulo: Penguin: companhias das letras, 2011.

Bibliografia:
BOSI, Alfredo. Por um historicismo renovado: Reflexo e reflexão em História literária. In.____. Literatura e Resistência. São paulo: Companhias das letras, 2002, p 7-53 

CANDIDO, Antônio. Primeira parte. In_____. Literatura e sociedade. Rio de Janeiro: Ouro sobre  Azul. 6ª ed, 2006, p 13-51.

GOMES, Gisele Ambrósio. História, Mulher e Gênero. Virtú (UFJF) , v. 10, 2010, p. 1-10.

SILVA, Jomar Ricardo da; MORAIS, Maria Arisnete Câmara de . Perspectiva para uma educação da mulher em Lima Barreto. In: IV congresso Brasileiro de História da Educação, 2006, Goiânia. A educação e seus sujeitos na História, 2006.

SCOTT, Joan. História das mulheres.In: BURKE, Peter(org). A escrita da História: novas perspectivas. São Paulo: Unesp,1992. p 63-95.

VASCONCELLOS, Eliane. Entre a agulha e a caneta: A mulher na obra de Lima Barreto. Rido de Janeiro: Larceda Ed, 1999.



13 comentários:

  1. Jacqueline, boa noite !
    Primeiro queria te parabenizar pelo texto, e segundo me surgiu uma inquietação sobre isso . Visto que o teu texto retrata sobre a importancia do casamento para a formacao da identidade feminina nessa epoca sendo possivel afirmar que esses papeis sociais eram importantes nessa formacao. Porem diante da sua pesquisa vc reafirma que essa identidade se dava atraves do ser masculino. È mais caracteristico afirmar que o homem é o ser que molda essa identidade? Quais lugares sociais pertencentes as mulheres ajudariam a distorcer isso?

    Esteffane Viana Felisberto.

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    1. Boa noite e obrigada pela pergunta.
      Bom , sim, pois o período trabalhado para pesquisa é a primeira República periodo na qual a sociedade era patriarcal , ou seja, uma sociedade quem tinha o ideal de educação, comportamento, de praticas de construídas pelo homem. Neste caso o homens tinha o poder sobre a sociedade e é claro as mulheres, estas não tendo poder de fala em.muitos casos. Por isso, sim , se certa forma estes moldavam a identidade, ou melhor impunham as mulheres o ideal para estes serem.
      Sobre o segundo questionamento, os lugares sociais referidos a mulher na época são limitados , uma vez que estas tinham como o "ideal" de espaço somente o lar. Porém, como traz nas obras trabalhadas Lima Barreto, apresenta como meio para as mulheres distorcer ou resistir de certa forma a hegemonia masculina ao trazer mulheres que distociam isto, ao trabalharem fora de casa como vedendoras por exemplo. Práticas comum para as mulheres pobres da época.

      Att,
      Jacqueline Ferreira Dias

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  2. Cara Jaqueline.

    Escrever sobre Lima Barreto é algo fantatisco. Voce esta de parabens !

    Mas, diante do papel social da mulher da epoca e diante da caracteristica apresentada a ela naquele periodo. Sejamos retoricos e viajando no seculo da obra. Essa mulher, representa para você um papel social fortificado de protagonista ou figurante do seu contexto?

    Não esqueça que como historiadores devemos julgar o contexto da obra e nao a facinação que temos por ela !

    Adorei a sua escrita.
    Saudações , Jorge Filipe !

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  3. Boa noite, brigada pela pergunta.
    Bom, realmente é fascinante trabalhar com as obras de Lima Barreto. Parabens para nós!
    Sobre a pergunta, considerando o papel da mulher barretiana no século XIX, a representação desta não era de protagonista uma vez que o poder patriarcal reprime a figura feminina e pondo de certa forma esta em segundo plano, já que como colocado no texto as mulheres só tinha identidade através da figura masculina , desse , modo não tinha identidade própria já que não era reconhecida a mulher sem a presença masculina. Neste caso a mulher não tinha poder social nesta época estando submetida ao ideal masculino. Desse modo apesar da mulher ter de certa forma uma prática, espaço social, está era ditada pelo homem.Nao tendo voz para contestaçãoou impor nada. Desse maneira a representação desta na época era ofuscada, e isto é uma das motivações desta pesquisa, trazer a figura da mulher como protagonistas da historia, com a contribuição de Lima Barreto ao escrever livros como Clara dos anjos.
    Espero que tenha correspondido com seu questionamento.
    Att,
    Jacqueline Ferreira Dias

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  4. Parabéns pelo seu texto!
    Achei muito interessante como você utilizou-se da literatura com relação a representação da casamento, bem como papel que a mulher desempenha na sociedade daquela época. Na minha opinião seria uma boa fonte para as aulas de história.E na sua opinião? E como você utilizaria?
    Vanessa Trzaskos.

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    1. Boa noite, Brigada . Sobre o questionamento, sim, na minha também seria e é uma ótima fonte para trabalhar na sala de aula.
      Eu particularmente usaria essas fontes como meio de representar o contexto social da época trabalhada , neste caso a primeira republicada.Ao propor como tema de aula o papel da mulher na primeira república (assunto nao explorado na escola) e usar os livros de Lima Barreto, trazendo recortes da mesma para sala de aula para explicar mais sobre. Bem como propor a leituras das obras ao alunos . Sendo assim propor uma aula mais dinâmica ao usar os fragmentos e incentivar a leituras de obras importantes da literatura brasileira.

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  5. Olá Jacqueline, primeiramente parabéns pelo seu trabalho. Como bem colocado no seu texto você fala sobre a análise de lugar de fala do autor e da própria trajetória do autor (em determinando momento) no seu caso Lima Barreto, um ponto bem interessante a ser ressaltado. Tendo em vista o lugar de Fala de Lima Barreto enquanto homem em um sistema patriarcal, o porquê de usar a Fala de Lima Barreto para se trabalhar com a posição da mulher dentro do casamento ?

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  6. Olá Jacqueline, primeiramente parabéns pelo seu trabalho. Como bem colocado no seu texto você fala sobre a análise de lugar de fala do autor e da própria trajetória do autor (em determinando momento) no seu caso Lima Barreto, um ponto bem interessante a ser ressaltado. Tendo em vista o lugar de Fala de Lima Barreto enquanto homem em um sistema patriarcal, o porquê de usar sua fala para se trabalhar com a posição da mulher dentro do casamento ?
    Atenciosamente, Janaina Mendes da Silva

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  7. Olá Jacqueline, primeiramente parabéns pelo seu trabalho. Como bem colocado no seu texto você fala sobre a análise de lugar de fala do autor e da própria trajetória do autor (em determinando momento) no seu caso Lima Barreto, um ponto bem interessante a ser ressaltado. Tendo em vista o lugar de Fala de Lima Barreto enquanto homem em um sistema patriarcal, o porquê de usar sua fala para se trabalhar com a posição da mulher dentro do casamento ?

    Janaina Mendes da Silva

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    1. Olá Janaína, obrigada pela pergunta .
      Lima Barreto era um escritor militante , ou seja, que usava sua escrita para discorrer sobre as mazelas daquela sociedades, e de tratar dos excluídos de certa forma desta sociedade. Desse modo apesar de habitar uma sociedade patriacal , este panorama não o impediu de denunciar , criticar e falar sobre essas questões sociais. E também de trazer a mulher para um papel de protagonista das suas obras. Com isso este se torna um autor interessante justamente por isto, homem numa sociedade patriarcal que escreve sobre as mulheres da sua época.
      Att,
      Jacqueline Ferreira Dias

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  8. Jacqueline Ferreira Dias,

    Parabéns pelo trabalho!

    Seu texto me motivou a pensar como eu poderia utilizar alguns textos de Lima Barreto para discutir com os alunos sobre a construção do casamento como um fenômeno cultural, social, que tem sido transformado ao longo do tempo.

    Você poderia sugerir algumas leituras, abordagens, para tratar esses textos com os alunos que estão no Ensino Médio? Minha dificuldade é adaptar a linguagem desses textos para tornar interessante e compreensível aos alunos.

    Muito obrigada!

    Bruna Navarone Santos

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  9. Olá Bruna , fico feliz que meu trabalho despertou esse interesse de trabalhar com Lima e suas obras na sua aula .
    Bom, o livro triste fim de polícarpo quaresma tem o filme, sabemos que os alunos se identificam com a fonte cinematográfica, então o filme é uma bom meio de trabalhar . LIMA Barreto também escreveu contos na qual fala da questão do casamento e como é curto e muito de fácil entendimento é bom para aplicar na sala de aula. Um que eu te indico é o conto chamado "O número da sepultura" ele trata da questão do casamento bem explícito.
    Se você quiser trabalhar os livros citados para tornar esse interessantes para os alunos você pode usar trechos do livro na sua aula também.

    Att

    Jacqueline Ferreira Dias



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