Walace Ferreira e Rodrigo de Souza Pain


CINEMA E CURTA-METRAGEM APLICADOS AO ENSINO EM CIÊNCIAS HUMANAS: REFLEXÕES A PARTIR DE UM PROJETO DE EXTENSÃO INSCRITO NA UERJ



Reflexões iniciais
Este trabalho procura valorizar e reconhecer a importância do filme e do curta-metragem como recursos didáticos importantes na dinamização do trabalho docente em sala de aula. A partir do projeto de extensão “Cinema, curta-metragem e o ensino da Sociologia na Educação Básica”, inscrito na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) desde fins de 2018, refletimos sobre o papel dos recursos audiovisuais aplicados às diferentes disciplinas de ciências humanas (História, Sociologia, Geografia e Filosofia).

O objetivo do projeto consiste em reforçar o uso do cinema como recurso didático tendo em vista que a força e a abrangência da linguagem imagética, seja ela de qualquer natureza, é uma das principais características do mundo moderno. Dessa maneira, visa-se a dinamização da sala de aula através da incorporação da linguagem audiovisual como recurso propulsor de uma nova dinâmica de ensino e aprendizagem, podendo envolver todas as disciplinas de humanidades.

Entende-se que através da apresentação de filmes, vídeos e documentários, podemos introduzir no cotidiano da vida escolar o debate sobre questões que podem ser tratadas como tema e/ou problema da sociedade mais ampla. Com essa perspectiva, pretendemos superar algumas ausências no cotidiano das escolas da rede pública, de maneira a possibilitar um diálogo acadêmico entre a Universidade e a Educação Básica.

Inicialmente, é importante refletirmos sobre o papel do professor frente à prática docente, ou seja, a produção de saberes profissionais relacionados ao magistério, e sua ação no processo de ensino-aprendizagem. É mister argumentar sobre a relevância do docente como mediador deste processo, e claro, não somente um mero transmissor do conhecimento.

Uma das características do professor está na solidão em que exerce sua atividade. Esse tipo de sensação é muitas vezes abraçada pelo baixo reconhecimento social da profissão, pela falta de estrutura das instituições escolares, baixos salários, falta de políticas de educação continuada, e inúmeras outras dificuldades que vivem nossos docentes.

Diante dessa realidade, o projeto de extensão mencionado busca a interação entre universidade e escolas básicas, percebendo-se como importante fator motivador para os docentes envolvidos.

Cinema na sala de aula
O cinema não se constitui como um mero entretenimento, muito pelo contrário, tal metodologia pode auxiliar o professor como uma importante ferramenta de suporte em sua prática.

Observando-se, por exemplo, as Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio de Sociologia (BRASIL, 2006), no que também serve para pensar as demais disciplinas de humanidades, há três recortes para o trabalho docente. Inicialmente é trabalhar o “conceito” como elemento de conhecimento racional que permite melhor explicar ou compreender a realidade. Assim, ter-se-ia, de acordo com o documento, a vantagem de elevar o patamar de análise do estudante com o discurso científico. Porém, o trato de conceitos pode dificultar a compreensão do aluno e a dificuldade de se trazer determinadas concepções para a realidade discente.

Em segundo lugar, há a importância de se trabalhar com “temas”. Faz-se necessário a adequação da realidade do aluno partindo de casos concretos. Como vantagem, tem-se a familiarização dos estudantes com as disciplinas, permitindo despertar neles o interesse pelo aprendizado, principalmente quando abordados temas da atualidade. Como desvantagem, há a necessidade de o professor ter grande capacidade analítica e amplo conhecimento sobre a realidade social.

Por fim, o terceiro recorte está na “teoria” como modelos explicativos, possibilitando ao estudante conhecer com profundidade as bases teóricas das disciplinas. A desvantagem, contudo, está na necessidade de apresentar uma síntese bem feita, e com linguagem adaptadas à realidade da educação básica, para não cair no rebuscado discurso da academia. Para Moraes e Guimarães (2010), na educação básica os conteúdos teóricos devem estabelecer relação mais direta com as realidades próximas das experiências dos educandos. A sugestão dos autores é que elas sejam associadas a recursos didáticos que sejam eficientes para realizar essa abordagem junto aos discentes.

Assim, o cinema e o curta-metragem como recursos didáticos têm o poder de despertar no alunado aspectos importantes na busca pelo conhecimento de cada disciplina, auxiliando o docente a trabalhar conceitos, temas e teorias de maneira articulada.

Para Wright Mills (1982), os recursos audiovisuais podem ser usados para entender as transformações pelas quais passa a sociedade, ou “uma qualidade de espírito que lhes ajude a usar a informação e a desenvolver a razão, a fim de perceber, com lucidez, o que está ocorrendo no mundo e o que pode estar acontecendo dentro deles mesmo” (MILLS,1982, p.11). O filme, com isso, é um modo de compreender comportamentos, visões de mundo, valores, identidades, percursos históricos, espaços geográficos e ideologias de uma sociedade. É, antes de qualquer coisa, uma construção sobre a realidade, isto é, não é reflexo do real, tampouco traduz a verdade dos fatos (ENGERROFF, 2014). Cabe ao professor fazer essa intermediação, entre o conteúdo relacionado à disciplina e o filme ou curta a ser exibido.

Nos tempos atuais, devemos nos questionar sobre os papéis das novas tecnologias da informação dentro da sala de aula, afinal, lidamos com jovens discentes que cresceram nesse ambiente digital. É a geração de “nativos digitais” (PRENSKY,2001), pois nasceram na geração dos computadores, videogames e internet. Diante disso, é importante que o próprio professor em sala de aula tenha consciência e saiba trabalhar as inúmeras possibilidades que esse ciberespaço seja capaz de proporcionar.

A escola, por sua vez, deve buscar adaptar-se ao desenvolvimento dessas novas tecnologias. O filme e o cinema não são novidades nos métodos de aprendizagem, mas o seu estímulo, em um contexto marcado pelos novos aparatos tecnológicos e pela cibercultura, é ótimo caminho para a compreensão dos fenômenos sociológicos, históricos, filosóficos e geográficos.

Planejamento, realização e o embasamento teórico  
Para a execução deste projeto de extensão, inicialmente fizemos contato com docentes da rede estadual do Rio de Janeiro egressos do curso de Licenciatura em Ciências Sociais da UERJ. Após essa aproximação, tivemos encontros com os licenciandos da universidade com o objetivo de analisar o contexto social e geográfico de diferentes escolas. Sabemos das opressões no cotidiano escolar, por isso foi fundamental o debate para tentar entender o perfil do alunado que vamos encontrar. Nos valemos de Michel Foucault, principalmente do conceito de “corpos dóceis”, com a ideia de assimilar orientações sem oferecer resistência, no caso os discentes de uma escola, associando as instituições escolares como espaços opressivos. Muitos dos universitários não conheciam a realidade social das escolas públicas do Rio de Janeiro, de modo que o debate trouxe algumas aproximações e criou perspectivas e expectativas nos licenciandos.

Também nos valemos do conceito de “habitus” de Pierre Bourdieu, como a marca que a sociedade escreve no corpo, ligado às subjetividades do sujeito e também ao indivíduo biológico. O pensador francês nos auxiliou nos debates, pois segundo identificou, o habitus das crianças de classes sociais mais baixas não consiste no mesmo que dos educadores que pertencem a uma classe social mais elevada. Nesse sentido, refletimos sobre como encarar o desafio de passar uma produção audiovisual para alunos que pouco tem contato com filmes ou cinema, ao mesmo tempo que precisam muito desse trabalho.

Ademais, Foucaut (1987), um grande crítico da instituição escolar, refletia sobre o poder da disciplina naquele ambiente. Professor de História dos Sistemas de Pensamento no Collège de France, o autor vê as sociedades modernas e suas instituições (a escola, por exemplo) como disciplinares e hierárquicas, dotadas de uma tecnologia política que visa tornar os corpos disciplinados (corpos dóceis) e controlar o espaço, o tempo e as informações. De acordo com Foucault, sociedades disciplinares estruturam modelos de controle social que articulam diferentes técnicas de segregação, vigilância e monitoramento, as quais passam a vida social por meio de uma cadeia hierárquica oriunda do poder central. O debate com os universitários sobre o autor se debruçou em seus estudos sobre a escola e as ideias pedagógicas na Idade Média (fruto das reflexões de Foucault), identificando-as como instrumentos de controle e dominação que visam suprimir ou conformar os comportamentos de diversos agentes. Portanto, discutimos a escola como uma instituição dentro do contexto das sociedades disciplinares.

No livro “A reprodução” de Bourdieu e Passeron (1992) aponta-se que, em uma sociedade de classes, as distinções não são apenas econômicas, mas também culturais. As classes dominantes possuem determinadas características culturais que se distinguem das classes trabalhadores pelos gostos, modo de se vestir e de falar, entre outros aspectos. Para os autores, a escola seleciona os conhecimentos e os valores das classes dominantes como os de maior valor, freqüentemente menosprezando os elementos culturais das classes trabalhadoras e auxiliando na reprodução das desigualdades sociais.

Apontamos assim que a escola, reprodutora da cultura dominante, tende a contribuir para reproduzir as estruturas das relações de poder e a função da educação então passa a ser a reprodução das desigualdades sociais (ÁLVARES e PINHEIRO, 2014).

Ao planejar o projeto, levamos em consideração aspectos importantes que devem ser observados pelos professores. O fundamental é que o material a ser exibido tenha uma relação com o conteúdo estudado ou a ser trabalhado. Contextualizar de maneira bem clara é fundamental para atender aos propósitos pedagógicos. A apresentação da sinopse do filme associado ao conteúdo a ser ministrado é uma opção válida. Muitos docentes optam por passar filmes produzidos mais recentemente, ou nacionais, ou até mesmos aqueles ligados diretamente à indústria cultural. Nesse sentido, é importante refletir sobre o público que se pretende alcançar. Um documentário, que pode parecer chato para os alunos em um primeiro momento, pode trazer informações valiosas, e não pode ser desprezado.

Devemos salientar que temos esbarrado em alguns obstáculos para a realização do projeto. A falta de estrutura para passar o filme revela-se evidente em diversas instituições com aparelhos obsoletos, problema com fios e dificuldades nos contatos. Algumas escolas sequer têm aparelhagem audiovisual.

No caso específico deste projeto de extensão, procuramos construir uma proposta metodológica que dinamize a Licenciatura em Ciências Sociais através do uso de filmes e vídeos. Também estimulamos uma maior integração entre a Universidade e o Ensino Básico, como também visamos dinamizar e socializar a produção cultural universitária, e finalmente inserir no cotidiano escolar o debate acadêmico por meio de discussão de temas sob o ponto de vista das disciplinas de humanidades e o instrumental do cinema, documentário, ficcional e curta-metragem.

Conclusão: Exemplo de um recurso audiovisual utilizado
Um filme usado em algumas aulas do ensino médio, e que serve tanto para aulas de Sociologia quanto de História e Filosofia, consiste na produção alemã “A Onda”. O filme trata da experiência realizada por um professor em sala de aula, e propõe reflexões sobre a história do nazi-fascismo, o totalitarismo político, a servidão voluntária, a dominação carismática e a disciplina das massas como meio de manutenção de uma ordem política fundamentada na hierarquia e na submissão.

Desnaturalizar os processos políticos e vê-los como uma construção social e histórica, bem como estranhar o comportamento dos indivíduos e da coletividade, são marcas dos debates que geralmente acontece após a exibição de um filme como A Onda.

O papel do professor é manter o nível de motivação do aluno através do diálogo contínuo e da busca por novas estratégias de ensino-aprendizagem, evitando o tédio pelos conteúdos disciplinares (PISCHETOLA, 2016). É nesse sentido que o projeto, de caráter interdisciplinar, visa trazer o cinema para a sala de aula, o que pode e deve estimular atividades semelhantes em todas as disciplinas do campo das humanidades.

Referências
Walace Ferreira é doutor em Sociologia pelo IESP/UERJ e Professor Adjunto de Sociologia do CAp-UERJ. E-mail: walaceuerj@yahoo.com.br.

Rodrigo de Souza Pain é doutor em Ciências Sociais, na área de Desenvolvimento, Agricultura e Sociedade (CPDA-UFRRJ) e Professor Adjunto de Sociologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

ALVARES, C.C.O.T.; PINHEIRO, A. Da escola e democracia de Demerval Salviani à educação para a democracia de Vitor Paro: questões sobre a função da escola e da educação da antiguidade até a contemporaneidade. Enciclopédia Biosfera. Centro Científico Conhecer. Goiânia, 2004.

BRASIL. MEC. Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Ciências Humanas e suas Tecnologias. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Brasília, DF, 2006. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_03_internet.pdf

BOURDIEU, P.; PASSERON, J.C. A reprodução. 3 ed. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1992.

ENGERROFF, A.M.B. et al. Estudo da ferramenta cinema presente nos livros didáticos de Sociologia. Mosaico Social - Revista do Curso de Ciências Sociais, UFSC, 2014.

FOUCAULT, M. Vigiar e Punir. Petrópolis, Ed. Vozes, 1987.

MILLS, C. Wright. A imaginação sociológica, Rio de Janeiro, Zahar, 1982.

MORAES, Amaury César e GUIMARÃES, Elisabeth da Fonseca. Metodologia de Ensino de Ciências Sociais: relendo as OCEM – Sociologia. Coleção explorando o Ensino. Ministério da Educação, Brasília, 2010.

PISCHETOLA, Magda. Inclusão digital e educação. Editora PUC-Rio, Rio de Janeiro, 2016.

PRENSKY, M. Digital natives, digital immigrants. On the Horizon, v.9, n.5, MCB University Press, 2001.



11 comentários:

  1. Caros Walace e Rodrigo, boa noite! Antes de tudo gostaria de parabenizar pelo texto e pela realização do projeto de extensão.

    Um problema crescente que tenho notado é de pessoas em diversos níveis de escolaridade se baseando em “um vídeo”, “um documentário”, para formarem opiniões acerca de determinados assuntos. No relato de experiência apresentado vocês comentaram sobre debates, mas gostaria de saber se também há uso de materiais ou fontes diversas junto aos referidos debates para evitar esse vício de tomar narrativas fílmicas ou documentários como verdades absolutas.

    Abraços,
    Mariana Dias Antonio

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    1. Prezada Mariana, se quiser conhecer mais sobre este projeto e o outro que temos no CAp-UERJ que leva palestras, oficinas e rodas de conversa à colégios da rede estadual do Rio de Janeiro colocamo-nos à disposição. Se você for do Rio podemos até formar alguma parceria. Entre em contato comigo pelo e-mail walaceuerj@yahoo.com.br.

      Att,
      Walace Ferreira e Rodrigo de Souza Pain.

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    2. Olá Mariana, obrigado pela pergunta.

      Sim, ao passar os vídeos ou curtas temos em mente o conteúdo a ser ministrado. Existe o debate que antecede a exibição, e que leva em consideração o currículo proposto para aquele ano na instituição. Além disso buscamos ao máximo contexualizar o filme, como exemplos apontar o país que produziu, o ano, e os interesses por trás da mera produção. Também buscamos produções que atraiam o jovem estudante, para isso debatemos com os Licenciandos e buscamos ouvir o próprio alunado antes da exibição. Levamos também em consideração as indicações de filmes que os Livros Didáticos apontam, além de pesquisas que desenvolvemos na internet atrás de produções menos conhecidas. Por fim, deixamos claro aos discentes que é um filme, com interesses em jogo, e não deve ser levado como se fosse a verdade absoluta. Deve ser encarado como uma ferramenta auxiliar na prática docente, e com isso buscar o estímulo a curiosidade dos estudantes.

      Rodrigo de Souza Pain e Walace Ferreira.

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  2. Olá Mariana, obrigado pela pergunta.

    Sim, ao passar os vídeos ou curtas temos em mente o conteúdo a ser ministrado. Existe o debate que antecede a exibição, e que leva em consideração o currículo proposto para aquele ano na instituição. Além disso buscamos ao máximo contexualizar o filme, como exemplos apontar o país que produziu, o ano, e os interesses por trás da mera produção. Também buscamos produções que atraiam o jovem estudante, para isso debatemos com os Licenciandos e buscamos ouvir o próprio alunado antes da exibição. Levamos também em consideração as indicações de filmes que os Livros Didáticos apontam, além de pesquisas que desenvolvemos na internet atrás de produções menos conhecidas. Por fim, deixamos claro aos discentes que é um filme, com interesses em jogo, e não deve ser levado como se fosse a verdade absoluta. Deve ser encarado como uma ferramenta auxiliar na prática docente, e com isso buscar o estímulo a curiosidade dos estudantes.

    Rodrigo de Souza Pain e Walace Ferreira.

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    1. Muito legal o trabalho de vocês! Parabéns pelo projeto e obrigada!
      Abraços,
      Mariana Dias Antonio

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  3. Walace e Rodrigo,
    Sou professora em pré-vestibular comunitário na Baixada Fluminense e licencianda em Ciências Sociais. Os alunos que participam desse pré-vestibular são estudantes de escolas estaduais, adultos e idosos que procuram suprir aulas que não tiveram na escola e/ ou ingressar na universidade em busca de uma inserção mais qualificada no mercado de trabalho. Embora tenham a intenção de ingressar na universidade, ainda não se enxergam como pertencentes a esse espaço. Vejo que a proposta de utilizar recursos audiovisuais para abordar temas, conceitos e teorias pode ser interessante para os alunos entenderem o porquê e como se sentem dessa forma em relação a universidade, como também para se apropriarem das práticas desse espaço. Gostaria de saber quais filmes, curtas-metragens, posso apresentar aos alunos, e de que forma, para que utilizem conceitos e teorias para lidarem com essa relação de não pertencimento com a universidade. E poderem construir alternativas para superar essa relação. Uma das minhas dificuldades é que os alunos escrevam sobre a utilização dos conceitos e teorias para abordarem sobre suas vivências, para além do debate na sala de aula.
    Muito obrigada!
    Bruna Navarone Santos

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    1. Bruna, o uso de recursos audiovisuais pode ajudar na apreensão do conteúdo devido a forma diferenciada na qual os temas são apresentados. Considero que o tema fica mais fácil de ser visualizado pelos estudantes com o uso desse recurso. Será papel do professor tentar, a partir de exemplos presentes no conteúdo apresentado, articular o tema com os conceitos e teorias, cumprindo com êxito a indicação das Orientações Curriculares Nacionais (OCNs). De fato não é fácil levar o estudante a articular essas três pilastras do conhecimento científico, mas cabe ao professor o esforço de simplificação sem perder a essência científica visando com que o estudante entenda de forma crítica sua realidade social. No caso da Sociologia no Ensino Médio, nossa área, os livros didáticos trazem vários filmes, curtas e documentários pertinentes às temáticas de cada capítulo. A série "Cidade dos Homens", por exemplo, é um bom caso para se debater temáticas vinculadas à realidade da população pobre moradora de comunidades e da periferia, assim como o documentário "Notícias de uma Guerra Particular" é profícuo para refletir sobe a violência urbana nas grandes cidades. O importante é que os alunos se identifiquem com o recurso escolhido. Daí a necessidade de uma escolha do audiovisual conforme a realidade na qual vamos trabalhar. Em breve faremos um levantamento desses recursos e o vincularemos aos diferentes temas das ciências sociais, de modo que os disponibilizaremos para licenciandos e professores da educação básica. Vamos mantendo contato para encontrar bons materiais para o seu interesse.

      Abraços,

      Walace Ferreira e Rodrigo de Souza Pain.

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  4. Parabéns pela iniciativa do projeto para trazer as práticas e reflexões acadêmicas para sala de aula! Vejo no pré-vestibular que muitos alunos sentem falta dessa relação entre o mundo acadêmico e as vivências deles.
    Bruna Navarone Santos

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    1. Bruna, devido o tempo das aulas não ser muito grande, na maioria dos casos os curta-metragens viabilizam o uso do audiovisual associado ao debate sobre a temática abordada. O uso de longas é melhor para algum trabalho feito em casa. Inclusive
      podemos pensar numa atividade conjunta. Podemos ir ao Pré-vestibular que você trabalha e realizar uma atividade ou tentar levar seus alunos à Uerj para uma atividade. O que acha? Me escreva para viabilizarmos isso (walaceuerj@yahoo.com.br).

      Abraços,

      Walace Ferreira e Rodrigo de Souza Pain.

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  5. Parabéns pelo texto, essa temática é pertinente e válida, pois o uso de produções audiovisuais na sala de aula, além de proporcionar uma abordagem lúdica, enriquece o dialogo, contribui muito na aprendizagem.

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    1. Obrigado pelo comentário e pelo elogio, Judite.

      Sim, precisamos de ações que estimulem a reflexão dos estudantes tendo em vista os mais variados materiais didáticos disponíveis, inclusive o filme, o curta e o documentário.

      Abraços,
      Walace Ferreira e Rodrigo de Souza Pain.

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