AS
CONCEPÇÕES DOS ALUNOS DO ENSINO BÁSICO SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUA RELAÇÃO
COM A DISCIPLINA DE HISTÓRIA
O meio ambiente é um tema que ganha cada vez
mais destaque nas discussões globais. A preocupação com a degradação ambiental
aumenta juntamente com a maior visibilidade das problemáticas relações da
humanidade com o meio. Para muitos, os sérios conflitos da humanidade com a
natureza se acentuam no século XIX, com os processos históricos descritos como
Revolução Industrial. Porém, ao longo de todo o desenvolvimento da espécie
humana sua relação com a natureza pode ser observada. Mas as discussões globais
sobre as problemáticas ambientais aumentam na década de 1960 (WORSTER, 1991).
Atualmente, no cenário brasileiro, a Lei
9.795/99 dispõe a Política Nacional de Educação Ambiental e estipula que em
todos os níveis de ensino, formais e não formais, a Educação Ambiental deve
estar presente. Os PCNs, ainda em 1997, também já definiam o meio ambiente como
tema transversal.
Considerando importante entender quais compreensões
sobre Educação Ambiental e meio ambiente os alunos do ensino básico, de escolas
de Ananindeua (PA), possuem esse breve texto tem a pretensão de expor os
resultados parciais da pesquisa “Questionário de Educação Ambiental aos
estudantes das escolas de Ananindeua (PA)”. A pesquisa, coordenada pelo Prof.
Dr. Wesley Oliveira Kettle, continua as investigações anteriores do projeto
“História e Educação Ambiental nas escolas de Ananindeua (PA)”, que visou
compreender como os professores de história desse município trabalhavam e
compreendiam a questão ambiental. Agora as investigações pretendem analisar
como os alunos de Ananindeua percebem o debate ambiental, o que entendem por
Educação Ambiental, se para eles a disciplina de história é importante na
discussão, entre outras indagações.
A
pesquisa anterior e as pretensões atuais
A pesquisa da qual os resultados parciais aqui
serão expostos se desencadeia da investigação realizada anteriormente, de 2016
a 2018. A pesquisa se intitulava “História e Educação Ambiental nas escolas de
Ananindeua”, coordenada pelo Prof. Dr. Wesley Oliveira Kettle e financiada pela
Universidade Federal do Pará. Anteriormente a investigação se atentara para, a
partir de entrevistas, as compreensões dos professores de história do ensino
básico de Ananindeua (PA) sobre natureza, Educação Ambiental, ensino de
história e interdisciplinaridade. Além disso, o material didático utilizado por
alguns professores entrevistados também foi analisado. A partir disso, a
pesquisa tentou perceber de que maneira o material dos professores (livros,
apostilas, provas) realizava a discussão ambiental e a Educação Ambiental. Para
aprofundar mais a análise, algumas aulas ministradas pelos professores também
foram observadas.
Nessa pesquisa foi possível concluir que os
professores de história analisados pouco discutem sobre a temática ambiental.
Além disso, a maioria dos professores disse que em sua formação não tiveram
tanto contato com o que chamaram de “história e natureza”, por conta disso
ainda encontram muita dificuldade em trabalhar a temática ambiental e realizar
Educação Ambiental na disciplina de história. Comparando esses resultados com os
da pesquisa de Marcelo Bizerril e Dóris Faria (2001) é de se notar que para os
professores do ensino básico em geral a Educação Ambiental ainda é tida como um
tema difícil de se efetivar.
A investigação também entendeu que são diferentes
as formas de os professores da disciplina de história compreendem o que é
natureza e o que é EA (CORDOVIL; VIDIGAL; KETTLE, 2018). Em um momento a
natureza é descrita como os animais – sem considerar os humanos -, a água,
solo, em outro é descrita como “nossa essência”. Já a Educação Ambiental em um
momento é descrita como “uma questão de sobrevivência”, em outro aparece como
uma educação que forma novos olhares sobre nosso meio.
Os professores também refletiram sobre suas
próprias práticas e responderam como incorporam o debate ambiental na
disciplina de história. Comentaram da dificuldade, mas disseram que em
conteúdos como Egito Antigo, Mesopotâmia e Revolução Industrial a temática é
mais propícia. Porém para compreender mais profundamente a Educação Ambiental
desenvolvida na disciplina de história ainda se mostrou necessário a análise
dos vários sujeitos que também compõem a construção do conhecimento: os alunos.
Desdobrando-se então para a pesquisa
intitulada “Questionário de Educação Ambiental aos estudantes das escolas de
Ananindeua” a investigação visa compreender agora os alunos. A partir da
aplicação de um questionário contendo 10 perguntas, três discursivas e sete
objetivas, pretendeu-se construir um panorama expondo as concepções dos alunos
sobre EA e a discussão ambiental. Além disso, buscou-se perceber qual a visão
dos alunos sobre o papel da disciplina de história dentro desses debates.
PARA
MELHORAR DEVEMOS EDUCAR: A QUESTÃO AMBIENTAL NA HISTÓRIA, A HISTÓRIA E A
QUESTÃO AMBIENTAL
Antes de apresentar os resultados da pesquisa
se faz necessário apresentar um pequeno histórico da EA e da relação da
disciplina de história com a temática ambiental. É preciso que compreendamos
que as discussões sobre as problemáticas ambientais e a emergência de propostas
visando melhores relações entre humanos e meio já de desenvolvem há bastante
tempo, também na área da história.
Ao analisar a trajetória até o momento da
criação da Educação Ambiental, ou seja, o primeiro aparecimento do termo, é de
se notar que as preocupações que emergiam cada vez mais na década de 1950
tiveram grande efeito na ampliação dos debates políticos em âmbito global.
Junto com o surgimento de novas tecnologias na década de 50 e 60 do século XX
apareciam também preocupações mundiais sobre os efeitos da ação humana no
planeta.
Um caso que impulsionou a necessidade de
debates em âmbitos globais sobre a questão ambiental foi o que iniciou no Japão
de 1956 (HERCULANO, 1992). Esse caso, conhecido como ‘Desastre de Minamata’,
ocorreu em Minamata, cidade da província de Kumamoto. Em 21 de Abril de 1956
uma criança dava entrada no hospital da região apresentando diversos problemas
de disfunção nervosa (O GLOBO, 2016). A criança havia sido contaminada pelo
consumo de peixes da baía da região que ingeriram mercúrio. Esse mercúrio era
despejado por uma empresa produtora de químicos, a Chisso Corporation. Essa
Corporação se instalara na região em 1908 e começara sua produção de
acetaldeido em 1932 (MINAMATA DISEASE MUSEUM, 2016). A criança de cinco anos
foi o primeiro de muitos diagnosticados com ‘a doença de Minamata’.
Até os dias atuais a memória desse desastre
ainda é muito presente, um exemplo disso é a Convenção de Minamata sobre
Mercúrio que entrou em vigo em 2017. O documento é um tratado global com o
intuito de diminuir as emissões de mercúrio e define em seu Artigo 1º que “O objetivo desta Convenção é
proteger a saúde humana e o meio ambiente das emissões e liberações
antropogênicas de mercúrio e de compostos de mercúrio” (UNITED NATION, 2017, p.
7).
Esse desastre ajudou a reforçar o pedido da
Suíça, de 1969, por uma Conferência Internacional organizada pela ONU com a
pretensão de discutir a questão ambiental (HERCULANO, 1992). A Conferência
então foi marcada para o ano de 1972, em Estocolmo.
Dentro desse momento histórico várias regiões
do globo discutiam sobre a relação da humanidade com a natureza. Na Inglaterra no
ano de 1965 ocorre na Universidade de Keele a Conferência de Educação. Nessa
surge pela primeira vez o termo “Educação Ambiental” (RAMOS; FELLINI, 2008).
Com o surgimento do termo se torna nítido o caminho o qual se entende ser o
possível para construir uma melhor relação da humanidade de todo o planeta com
o meio ambiente: a educação.
O termo Educação Ambiental ganha proporções
globais na Primeira Conferência Mundial de Meio Ambiente, que ocorreu em
Estocolmo em 1972. Ao fim da Conferência um documento foi redigido. No
documento fica claro a preocupação com os avanços tecnológicos e do poder que
“o homem adquiriu [...] de transformar, de inúmeras maneiras e em uma escala
sem precedentes, tudo que o cerca” (DECLARAÇÃO DE ESTOCOLMO, 1972, p.1). O
documento também define 26 princípios que visam a preservação e conservação do
bem estar humano e ambiental. O último princípio do documento deixa claro que
naquele momento histórico a humanidade se preocupara como nunca antes com os
efeitos destrutivos da ação humana no planeta. Um dos motivos para isso se
apresentou com todas as letras no Princípio que fechava o documento:
“Princípio 26: É preciso livrar o homem e seu
meio ambiente dos efeitos das armas nucleares e de todos os demais meios de
destruição em massa. Os Estados devem-se esforçar para chegar logo a um acordo
– nos órgãos internacionais pertinentes - sobre a eliminação e a destruição
completa de tais armas” (DECLARAÇÃO DE ESTOCOLMO, 1972, p.7).
No documento produzido em Estocolmo ainda não
apresenta o termo “Educação Ambiental” como o caminho para um bom
relacionamento entre animais humanos e a natureza, isso se dá possivelmente por
conta de as definições e diretrizes da EA serem apresentadas apenas em 1975, em
Belgrado. O evento conhecido como Encontro de Belgrado, promovido pela UNESCO,
foi uma reunião que visou discutir uma estrutura global para a Educação
Ambiental (RAMOS; FELLINE, 2008). Ao fim desse encontro um documento dando as
diretrizes, metas e métodos para realizar a Educação Ambiental são produzidos.
O documento conhecido como “Carta de Belgrado” pode ser visto como a base para
a realização da Educação Ambiental, servindo até mesmo como direcionamento para
legislações como a Lei brasileira de número 9.795/99.
Nas décadas de 1960 e 1970 também é o momento
histórico em que a sociedade em geral começa a se interessar e adentrar na
discussão sobre as problemáticas ambientais. A sociedade civil organizada
exerceu uma pressão cada vez maior no campo político, com isso ajudando a
provocar as reuniões internacionais citadas anteriormente. Nesse período, um
marco para o lançamento do que ficaria conhecido como o movimento ambientalista
foi a publicação do livro da bióloga Rachel Carson, “Silent Spring” de 1962.
O mundo acadêmico também não ficou à parte
das preocupações da relação da humanidade com a natureza. É na década de 1970
que subáreas que estudam mais profundamente a questão do meio ambiente se
formam em diversas áreas como direito, filosofia, engenharia, sociologia e
história. No caso da história, forma-se a chamada história ambiental (WORSTER,
1991).
A disciplina histórica nesse momento encontrava-se
em movimento de afastamento das concepções iniciais da disciplina de que apenas
os “grandes homens” eram os responsáveis por fazer a história se mover, ou que
a disciplina era apenas para reafirmar o poder dos Estados Nacionais. “Os
estudiosos começaram a desenterrar camadas longamente submersas, as vidas e os
pensamentos das pessoas comuns, e tentaram reconceituar a história ‘de baixo
para cima’” (WORSTER, 1991, p. 1).
Os historiadores ambientais surgem para
aprofundar, segundo Worster, mais ainda as pretensões de aprofundar os estudos
históricos. Esses pesquisadores rejeitam a ideia de que o desenvolvimento
humano se deu sem restrições naturais, sem barreiras ambientais, mas tenta
enfatizar o meio ambiente e a natureza como mais uma força presente na
construção dos processos (WORSTER, 1991). Interessante apontar que segundo José
Augusto Pádua (2010) o primeiro curso universitário de maior destaque que
possuía o título de “História Ambiental” foi ministrado por Roderick Nash, na
Universidade da Califórnia em Santa Bárbara no ano de 1972.
OS
ALUNOS DE ANANINDEUA E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA DISCIPLINA DE HISTÓRIA
Com os apontamentos anteriores é inegável que
a discussão ambiental já está em questão, tanto globalmente quanto na área da
história, há bastante tempo. Os resultados que serão expostos aqui foram
recolhidos com a investigação “Questionário de Educação Ambiental aos
estudantes das escolas de Ananindeua”. Os questionários foram aplicados para
turmas de sexto ao nono ano do município de Ananindeua, no Estado do Pará.
As perguntas presentes no questionário foram:
1- O que você entende
como Educação Ambiental? (Discursiva); 2- Algum professor ou professora de
alguma disciplina já falou sobre Educação Ambiental?Qual disciplina? (Objetiva.
Opções: sim indicando a(s) disciplina(s), não ou não sei); 3- Você acha
importante discutir o meio ambiente nas disciplinas que você estuda na escola?
(Objetiva de sim ou não); 4- O que você entende como meio ambiente?
(Discursiva); 5- Qual/Quais disciplinas você reconhece como responsável pela
discussão do meio ambiente? (Discursiva); 6 - No material didático de história
(livros, apostilas, provas, etc.) o meio ambiente é discutido? (Objetiva de
sim, não ou não sei); 7- Nas aulas de história o professor ou professora
discute sobre o meio ambiente? (Objetiva de sim, não ou não sei); 8- Os
professores de outras disciplinas realizam projetos junto com o(a) professor(a)
de história? (Objetiva de sim ou não); 9- É importante debater meio ambiente na
aula de história? (Objetiva de sim ou não); 10- Você acredita ser um agente
importante contra as problemáticas ambientais? (Objetiva de sim ou não).
Fig.1: Gráfico 1 - Compreensão dos alunos de
Ananindeua-PA sobre Educação Ambiental. Wendell Cordovil, 2019.
No gráfico acima é possível observar as
respostas que os alunos escreveram quando questionados sobre o que entendiam
como Educação Ambiental. Mais de 60% dos alunos efetivamente demonstrou ter
alguma definição sobre o que seja Educação Ambiental. Mais de 30% responderam
que não sabem. Entre esses, os escritos variam entre “Nada”, “Não sei” além dos
alunos que apenas deixaram o questionamento em branco.
Uma porcentagem de 21,27% dos alunos mostrou
que ligam a ideia de EA com a questão de jogar lixo no local adequado e deixar
os lugares limpos. Em um dos questionários o aluno escreveu “Aprender a cuidar
do meio ambiente para vivermos em um lugar limpo”, em outro o aluno defende que
é o ensino em que os professores devem cobrar as pessoas para que o mundo fique
limpo. Essa visão pode estar ao fato de grande parte das propostas sobre
Educação Ambiental nas escolas estarem ligadas à questão da coleta seletiva,
juntamente com essa proposta a construção de hortas. Já 12,08% dos alunos
escreveram que Educação Ambiental é estudar, ou ter consciência, sobre o meio
ambiente. Os que definiram dessa forma não se aprofundaram para explicar o que
seria ter consciência sobre o meio ambiente.
7,69%
dos alunos entendem como Educação Ambiente a educação para “Aprender a
respeitar”. Nesse momento aparecem comentários que não especificam ao que se
deve aprender a respeitar, mas um afirma que o que as pessoas ensinam é que
Educação Ambiental é respeitar os professores e os mais velhos. Quando o aluno
informa que “pessoas” dizem que isso é EA podemos perceber que sua noção sobre
esse termo parece foi adquirida fora do espaço escolar. Aqui é necessário
perceber que os alunos também constroem suas noções sobre Educação Ambiental em
outros espaços. Os números também mostram que 5,49% dos alunos pesquisados
definem EA como “Algo legal de estudar”, “TUDO” e “Uma educação boa para
crianças”.
O
segundo questionamento que os alunos deveriam responder indagava se algum
professor de alguma disciplina já havia falado sobre Educação Ambiental. Em
caso positivo o aluno deveria indicar em qual(quais) disciplina(s). Os
resultados mostram que 57% dos alunos dizem que sim, professores já falaram
sobre Educação Ambiental. Em contra partida, 21% dizem que não, nenhum
professor nunca falou sobre Educação Ambiental, e 22% dizem que não sabem.
Dos
57% dos alunos que disseram que algum professor de alguma disciplina já falou
sobre Educação Ambiental, 88,46% (46 alunos) indicaram em qual disciplina o
tema foi apresentado. O gráfico a seguir mostra quais disciplinas os alunos
disseram que o(a) professor(a) falou sobre Educação Ambiental. A porcentagem
apresentada considera os alunos que responderam “sim” e comentaram a
disciplina.
Fig.
2: Gráfico 2 - As disciplinas que falaram sobre EA na visão dos alunos. Wendell
Cordovil, 2019.
Primeiramente
no gráfico é de se notar que apenas 2,17% (que representa apenas 1 aluno)
escreveu que foi falado sobre Educação Ambiental na disciplina de história. É
apontado por Marcelo Bizerril e Dóris Faria (BIZERRIL; FARIA, 2007) que temas
ligados à Educação Ambiental parecem estar intimamente ligados às disciplinas
de Ciências e Geografia. A partir desses
resultados é de se perceber que as disciplinas mais apontadas pelos alunos de
Ananindeua como as que falaram sobre Educação Ambiental condizem com as
disciplinas apontadas por Marcelo Bizerril e Dóris Faria. Após Ciências
(C.F.B.) e Geografia a disciplina mais apontada é Artes, seguida de Estudos
Amazônicos – está é citada 2 vezes sozinha e mais 3 vezes junta de outra
disciplina – e Português.
Quando
questionados se a discussão sobre o meio ambiente deve estar na presente nas
aulas de história, os alunos mostram ir contra a ideia de que a discussão
ambiental é exclusiva de Ciências ou Geografia. Mais de 69% dos alunos disse
que é importante debater o meio ambiente na disciplina de história. Além disso,
mais de 64% dos alunos se consideram agentes importantes para solucionar as
problemáticas ambientais. A pesquisa de Marcelo Bizerril e Dóris Faria expôs
que alguns professores acreditam que os alunos não se importam com a discussão
ambiental e que “A maioria concorda que seus alunos ainda não apresentam
condições de debater as questões ambientais locais e propor e participar das
soluções, conforme seriam os objetivos primordiais da educação ambiental” (BIZERRIL;
FARIA, 2007, p. 58). No entanto, a partir das respostas desses alunos é
possível compreender que eles acreditam ser capazes de tomar atitudes contra as
problemáticas ambientais, mas precisam desenvolver Conhecimentos, Atitudes e
Aptidões.
Fig.
3: Gráfico 3 - Compreensão dos alunos sobre o que é meio ambiente. Wendell Cordovil,
2019.
Pelos
questionários, 47% dos alunos entendem por meio ambiente o lugar onde vivemos,
33% compreendem que meio ambiente são os locais de floresta, mata, natureza, e
20% compreendem que o meio ambiente é tanto onde vivemos quanto os locais
afastados de florestas e matas, chegando a classificar o meio ambiente como “O
Mundo” ou “Tudo”. Quando indagados sobre quais disciplinas são as mais
responsáveis pelo debate sobre o meio ambiente a história aparece em terceiro
lugar, atrás apenas de C.F.B. e Geografia.
No
geral os alunos se mostram confiantes de que são agentes importantes contra as
problemáticas ambientais e compreendem a importância da discussão. Além disso,
mostram que acreditam na de história como uma das responsáveis pela discussão
ambiental. Os resultados obtidos até o momento já mostram que o caminho para a discussão
ambiental nas aulas de história é fértil. Os alunos mostraram-se confiantes que
essa disciplina também possui responsabilidade no debate, além de se afirmarem
como sujeitos ativos frente às problemáticas ambientais.
Referências:
Wendell Presley Machado Cordovil é graduando
de Licenciatura em História pela Universidade Federal do Pará. Bolsista PIBIC
do Projeto “Questionário de Educação Ambiental aos estudantes das escolas de
Ananindeua”, financiado pela UFPA com orientação do Prof. Dr. Wesley Oliveira
Kettle.
BIZERRIL, Marcelo XA; FARIA, Dóris S. Percepção de professores sobre a educação ambiental no ensino fundamental. Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos, v. 82, n. 200-01-02, 2007.
CORDOVIL,Wendell
P. Machado; VIDIGAL,
Victória Murakami ; KETTLE, Wesley Oliveira. Professores de Ananindeua e a
educação ambiental em suas aulas de História. In: Francivaldo Alves Nunes;
Wesley Oliveira Kettle. (Org.). Desafios
do Ensino de História e prática docente. 1ed. Minas Gerais: VirtualBooks,
2018, v. 1, p. 122-128.
DECLARAÇÃO DE ESTOCOLMO. 1972. Disponível em:
https://www.apambiente.pt/_zdata/Politicas/DesenvolvimentoSustentavel/1972_Declaracao_Estocolmo.pdf
Acesso em: 06/03/2019.
MINAMATA DISEASE MUSEUM. 2016. Disponível em:
https://www.minamatadiseasemuseum.net
Acesso em: 06/03/2019.
O GLOBO. Desastre
de Minamata, crime ecológico que deixou marcas por décadas no Japão. 2016.
Disponível em: https://acervo.oglobo.globo.com/fatos-historicos/desastre-de-minamata-crime-ecologico-que-deixou-marcas-por-decadas-no-japao-10102255 Acesso em 06/03/2019.
PÁDUA, José Augusto. As bases teóricas da
história ambiental. Estud. av.
2010, vol.24, n.68, pp.81-97.
RAMOS, Elisabeth Christmann; FELLINI, Cristiane. A formação do educador e a educação ambiental
no curso de pedagogia. In: VIII
Congresso Nacional de Educação - EDUCERE, 2008, Curitiba. VIII Congresso
Nacional de Educação – Educere FORMAÇÃO DE PROFESSORES. curitiba: Editora
Champagnat, p. 358-367, 2008.
UNESCO/PNUA. Carta de Belgrado. Belgrado. 1975. 3 p. Disponível em:
http://www.mma.gov.br/port/sdi/ea/deds/pdfs/crt_belgrado.pdf.
Acesso em: 06/03/2019.
UNITED NATION. Convenção de Minamata sobre Mercúrio. 2017. Disponível em:
http://www.mma.gov.br/images/arquivo/80037/Mercurio/Convencao_Minamata.pdf
Acesso em: 06/03/2019.
WORSTER, Donald. Para fazer história
ambiental. Estudos Históricos, Rio
de Janeiro, vol. 4, n. 8. 1991, p. 198·215.
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ResponderExcluirOlá, Boa noite.
ResponderExcluirDesejo parabenizá-lo pela pesquisa e pelo trabalho produzido para este evento. Percebe-se que és um integrante dos Ananins.
Meu questionamento gira em torno de que até ponto a educação ambiental pode contribuir para a construção da História regional e local?
Athos Matheus da Silva Guimarães
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirOlá Athos.
ExcluirA pretensão da Educação Ambiental não está na construção de uma historiografia regional ou local, porém esses dois "campos" da historiografia podem ajudar no desenvolvimento da EA na sala de aula.
Ao utilizar a historiografia regional e local é possível estudar a relação histórica dos animais humanos, não humanos, os demais elementos biofísicos e os não vivos, que se desenvolveu em um território geográfico mais próximo aos alunos. Dessa forma é possível partir do local para o regional, do regional para o nacional e do nacional para o global nas discussões sobre problemáticas e, talvez o que mais precise de ênfase,soluções ambientais para o tempo presente.
No entanto, caso esteja se referindo à questão de dar maior importância ao meio ambiente nos processos históricos locais e regionais, uma perspectiva para se analisar os documentos, e a bibliografia já existente, é a da História Ambiental. Com essa noção é possível se atentar para a presença de elementos não humanos, que poderia passar despercebida aos olhos de um historiador menos atento.
A História Ambiental enriquece a análise histórica e possibilita reflexões para o campo da Educação Ambiental, sobre problemas e soluções da atualidade.
Wendell Presley Machado Cordovil.
Uma boa sugestão também é trabalhar a História ambiental dentro das escolas, utilizando o próprio espaço escolar, ou praças, canteiros, enfim, as áreas verdes da cidade. Através disso, pode-se trabalhar o contexto histórico do local e também ambiental. Para isso, a ajuda do (a) professor (a) de Biologia pode ser de grande valia. Ademais, parabéns pelo texto.
ResponderExcluirAbraços, Edivaldo Rafael de Souza.
Obrigado pela contribuição Edivaldo Rafael de Souza.
ExcluirWendell Presley Machado Cordovil.
Olá Wendell Cordovil.
ResponderExcluirMuito interessante conhecer melhor sua pesquisa e o projeto do qual você é parte. Gostaria de saber se dentro desse projeto existe uma proposta de socialização de metodologias para o ensino da História e a Educação Ambiental que possa ser usada pelos professores da educação básica?
Att. Ligia Mara Barros Ribeiro
Olá professora Ligia,
ExcluirAté o momento já realizamos oficinas, no entanto tenho a pretensão de construir um ambiente virtual, possivelmente um fórum online, com a pretensão de divulgar planos de aula, projetos interdisciplinares, entre outras coisas voltadas para a Educação Ambiental e História Ambiental no ensino da disciplina.
O ambiente virtual teria a pretensão de construir diálogos entre professores de todo o Brasil, tanto do ensino básico quanto superior, para compartilhar projetos, propostas e práticas,dessa forma ajudando na construção das metodologias dos professores de história do Brasil todo. O Fórum se tornaria um banco de dados montado com a contribuição dos participantes interessados.
Wendell Presley Machado Cordovil.