A
HISTÓRIA AMBIENTAL EM SALA DE AULA: PERSPECTIVAS E DESAFIOS
A partir da
ascensão dos Estados nacionais durante os séculos XIX e XX, a função da
disciplina de História restringia-se ao campo político. A chamada “velha
História” era composta, em sua grande maioria, por fortes sentimentos
patrióticos e nacionalistas que visavam reconstruir e reforçar na memória
popular a ascensão de seus respectivos países e a formação de suas lideranças
políticas. Entretanto, essa perspectiva de que o passado era controlado apenas
por poucos homens poderosos começou a perder sua força com a construção de um
mundo globalizado e mais democrático. Os historiadores passaram a dedicar-se às
camadas que, até então, estavam submersas e a estudar as vidas das pessoas
comuns, das classes mais baixas. Os historiadores ambientais foram ainda mais a
fundo e transformaram a História em uma disciplina muito mais inclusiva e
interdisciplinar do que ela, tradicionalmente, vinha representando (WORSTER,
1991, p.198).
A origem da
História Ambiental
As primeiras
discussões acerca de uma preservação no uso da natureza começaram a surgir
ainda no final do século XIX na Europa e nos Estados Unidos. Em 1909, os
europeus reuniram-se em Paris e criaram o Congresso Internacional para a
Proteção da Natureza e, em seguida, no ano de 1913, criou-se uma Comissão Consultiva
para a Proteção Internacional da Natureza. No entanto, esses esforços iniciais
acabaram sendo interrompidos pelas duas Guerras Mundiais. Após 1945, a Europa
encontrava-se destruída e, a partir de então, os integrantes da Escola de
Frankfurt começaram a colocar em questão os ideais de progresso e civilização
que eram propagados como expressão de uma superioridade europeia frente a
outros povos e continentes (ALMEIDA, 2016, p.104).
De acordo com
Donald Worster, a ideia de uma História Ambiental começou a existir, de fato,
na década de 1970, a partir da sucessão de uma série de conferências a respeito
da crise global e do crescimento de movimentos ambientalistas entre cidadãos de
vários países. Por isso, podemos considerar que sua origem está atrelada a uma
época de reavaliação e reforma cultural, da qual a História não foi a única
disciplina afetada. Apesar de ter surgido a partir de um objetivo moral com
fortes comprometimentos políticos, a História Ambiental amadureceu com o passar
do tempo e sua principal finalidade tornou-se aprofundar o nosso conhecimento
de como os seres humanos foram afetados e afetaram o seu ambiente natural ao
longo da História (WORSTER, 1991, p.199).
Dessa forma, mesmo
com muitos estudos tendo tratado da natureza desde o início da escrita humana,
somente no século XX a historiografia atentou-se aos fatores ambientais e às
suas conexões com a história humana de forma sistemática. Como toda narrativa
histórica, a História Ambiental também é resultado do seu tempo e, por isso, possui
objetivos e compromissos políticos dentro de um contexto no qual o meio
ambiente passou a ser um interesse mundial. Em outras palavras, a questão
ecológica impulsionou essa revisão da História tendo em vista as preocupações
da Era Pós-Moderna (FERRI, 2017).
Por que estudar
História Ambiental?
Para responder a
pergunta do subtítulo podemos começar com a frase de Clive Ponting: “A história
humana não pode ser compreendida em um vácuo. Todas as sociedades humanas foram
e ainda são dependentes de complexos processos físicos, químicos e biológicos,
interligados.” (PONTING, 1995, p. 30). Um dos problemas da História tradicional
está justamente aqui. Na maioria das vezes, tratamos os seres humanos de forma
individual, como se não nos relacionássemos com diversas espécies animais e
vegetais, ou de uma forma geral, com o ambiente em que estamos inseridos. A
História Ambiental rejeita essa premissa convencional de que a experiência
humana teria se desenvolvido sem restrições naturais, de que os humanos são uma
espécie “superior” e de que podemos ignorar as consequências ecológicas e seus
feitos passados, como se eles em nada contribuíssem para a História (WORSTER,
1991, p.199).
Os historiadores
ambientais acreditam que o tempo das culturas humanas está inserido dentro de
um tempo geológico ou natural muito mais amplo do que as Ciências Humanas e
Sociais, geralmente, estudam. Por essa razão, a História Ambiental,
desenvolvida atualmente em países como os Estados Unidos, França e Inglaterra,
é uma reação a essa pressão de ajustar “os ponteiros dos relógios” dos dois
tempos: o geológico (natural) e o social. Isso significa uma grande mudança nos
paradigmas das ciências sociais, já que o cientista passa a dar às “forças da
natureza” a posição de agente que condiciona ou modifica a cultura (DRUMMOND,
1991, p.179-180).
Em sua
obra “A História Ambiental: temas, fontes e linhas de pesquisa”, José Augusto
Drummond pontua alguns conceitos e métodos utilizados pelos historiadores
ambientais. Em primeiro lugar, a maior parte das pesquisas nessa área focalizam
uma região com alguma homogeneidade ou identidade natural, o que nos revela
grande parentesco com a História Natural. Pode-se dar um recorte cultural ou
político para a região estudada, mas sem deixar de lado as suas particularidades
físicas e ecológicas. Justamente por isso, as pesquisas dialogam de forma
sistemática com as Ciências Naturais e exploram as interações entre diferentes
estilos civilizatórios e o uso de recursos naturais. Somada a essas questões,
as pesquisas também valorizam grande variedade de fontes e executam trabalhos
de campo pertinentes ao estudo das relações entre sociedades e seu ambiente
(apud, 1991, p.181-182). Desta forma, fica claro que a História Ambiental
trata-se de uma área interdisciplinar que valoriza o conhecimento de diversas
áreas científicas e propõe o diálogo entre elas.
Além de
relacionar-se com as Ciências Biológicas, a História Ambiental também vai de
encontro com algumas definições utilizadas pela Geografia. A paisagem apresenta-se
aqui como um desses conceitos-chaves. A Terra passa a ser vista como um
documento histórico carregado de informações a serem estudadas e a dinâmica
entre Geografia Histórica e História Ambiental se torna indispensável para a
compreensão da paisagem a nível temporal e espacial. Portanto, constroem-se
narrativas a fim de ordenar o passado e a relação entre sociedade e natureza
que, na realidade, apresentam-se como realidades misturadas e desordenadas. De
forma resumida, podemos afirmar que a História Ambiental provoca o encontro e a
hibridização da História Natural com a História Humana (FERRI, 2017).
A importância da
História Ambiental nas salas de aula
Desde 1992, o
Ministério do Meio Ambiente (MMA) junto com o Instituto de Estudos da Religião
(ISER) vêm realizando, de 4 em 4 anos, a pesquisa nacional de opinião pública
“O que o brasileiro pensa do meio ambiente e do consumo sustentável?”. A
pesquisa mostrou que apenas 30% dos entrevistados apontaram que homens e
mulheres são parte do meio ambiente. Índios (25%), cidades (18%) e favelas
(16%) foram conceitos pouco identificados como integrantes do meio ambiente. De
forma geral, os itens mais facilmente identificados foram matas (73%), rios
(72%), água (70%) e animais (59%). Outro dado importante é que para 67% dos
brasileiros entrevistados “a natureza é sagrada e o homem não deve interferir
nela” (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE; ISER, 2001, p.12-16).
A partir destas
informações podemos ter uma ideia de como ainda existe a noção de que os seres
humanos não compõem o meio ambiente. Muito disso deve-se ao fato da grande
fragmentação entre as disciplinas escolares e a, consequente, dificuldade de
compreender o humano enquanto parte do espaço em que vive. De acordo com Clive
Ponting:
“Assim como as
plantas e a animais de um ecossistema são parte de um todo maior, os próprios
ecossistemas são parte de um todo ainda maior – a própria Terra. […] Os seres
humanos também fazem parte dos ecossistemas terrestres, mesmo nem sempre
estando conscientes desse fato e de suas implicações” (PONTING, 1995, p.43).
Dessa forma, é de
extrema importância localizar o aluno, não apenas temporalmente, mas também
espacialmente. É necessária a compreensão de que os seres humanos constituem o
espaço em que vivem e se relacionam com outros elementos, naturais, vegetais e
animais. Dentro dessa relação devemos ainda pontuar os impactos trazidos pelos
humanos ao meio ambiente, já que somos a única espécie capaz de colocar em
perigo, ou mesmo destruir, os ecossistemas dos quais dependem nossa existência.
Além disso, somos os únicos também que conseguiram se espalhar por todos os
ecossistemas terrestres e dominá-los a partir do uso da tecnologia (apud, 1995,
p.43). Tudo isso não pode ser simplesmente ignorado ou esquecido.
A História tradicional, também denominada de
“velha História”, sempre definiu muito bem a temporalidade dos acontecimentos a
partir das datações. Entretanto, quando segue-se essa perspectiva, na grande
parte das vezes, os aspectos naturais necessários para uma compreensão mais
ampla são deixados de lado e os discentes não são localizados espacialmente.
Por isso, a dinâmica tempo-espaço é essencial e deve ser ensinada no meio
escolar. Nas aulas sobre História do Brasil, por exemplo, além de localizarmos
os alunos a partir do ano de 1500 com a chegada dos portugueses ao Novo Mundo,
é necessário também que expliquemos “onde” esses europeus aportaram e não
apenas “quando”. Dessa forma, ao utilizarmos a interdisciplinaridade em nossas
aulas, conseguiremos preencher as lacunas muitas vezes deixadas por uma
História na qual apenas o tempo e o homem são vistos como objetos de estudo.
A Mata Atlântica, por exemplo, quase nunca é
tema das aulas de História. No entanto, foi a primeira visão apresentada diante
dos olhos europeus quando estes desembarcaram no Novo Mundo. Os colonizadores
recém-chegados foram tomados por uma mistura de espanto e fascínio, o que os
levou à preocupação de catalogar a fauna e a flora americana. A partir de
então, um número imenso de documentos, tais como crônicas, cartas e tratados
descritivos, foram produzidos a fim de provar que haviam chegado em novas terras
e de descrever tudo que fosse possível observar (FERRÃO, 1992, p.10).
Obviamente, não podemos nos esquecer de que esta preocupação em conhecer e
estudar o Novo Mundo estava atrelada aos interesses exploratórios e coloniais.
Como nos recorda Warren Dean, o grande impacto sobre a Mata Atlântica teve
início desde que os portugueses derrubaram a primeira árvore para construir uma
cruz (DEAN, 1996, p.59). Devido sua intensa exploração, atualmente, resta
apenas cerca de 5 a 12% de área da Mata Atlântica, composta em maior parte por
fragmentos florestais relativamente pequenos (TONHASCA JUNIOR, 2005, p.101).
Conclusão
A história da Mata
Atlântica foi utilizada como exemplo porque, sob uma visão pedagógica,
contribui para a desconstrução de uma perspectiva histórica exclusivamente
antropocêntrica que compreende a natureza como fonte de recursos que deve
apenas atender as necessidades humanas. Mais do que isso, essa abordagem nos
permite exceder marcos temporais que costumam limitar a consciência dos
discentes em nossas escolas, ao considerar a perspectiva do tempo geológico,
sem o qual não compreendemos os processos evolutivos da natureza. É necessário
reconhecermos os valores intrínsecos da natureza caso desejamos de fato formar
sociedades sustentáveis.
Dessa forma, cabe aos
historiadores investigarem as relações estabelecidas entre o ser humano e o
meio ambiente no qual ele se encontra inserido através de documentos produzidos
ao longo da História e dos vestígios geológicos deixados pela própria Terra.
Acreditamos que estas discussões não devem ficar apenas nas faculdades e
laboratórios de pesquisa, mas sim adentrar salas de aula, uma vez que
contribuem para a formação de alunos que se entendem como parte do espaço em
que vivem e responsáveis pelas relações que estabelecem com o mesmo.
Referências
Anelisa Mota
Gregoleti é mestranda no Programa de Pós-Graduação
em História da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e bolsista do CNPq.
Christian Fausto Moraes dos
Santos é professor pós-doutor em História das Ciências, professor da Graduação
e Pós-Graduação do Departamento de História da Universidade Estadual de Maringá
(UEM), bolsista produtividade do CNPq e orientador do Laboratório de História,
Ciências e Ambiente (LHC – UEM).
Nathália Moro é graduada
pelo curso de História da Universidade Estadual de
Maringá (UEM).
ALMEIDA, J. P. . A História
da Questão Ambiental (1945-2012). In: Sidnei J. Munhoz; José H. Rollo
Gonçalves. (Org.). História Contemporânea V. Maringá: Eduem, 2016, v. V, p.
103-118.
AMBIENTE,
M. M.; ISER. O que o brasileiro pensa do meio ambiente? Pesquisa Nacional de
Opinião, out. 2001.
DEAN, W. A ferro e fogo: a
história da devastação da mata atlântica brasileira. São Paulo: Companhia das
Letras, 1996.
DRUMMOND, J. A. A história
ambiental: temas, fontes e linhas de pesquisa. In: Estudos Históricos, Rio de
Janeiro: FGV/FBB, nº 8, 1991, p. 177-197.
FERRÃO, J. E. M. . A
aventura das plantas e os descobrimentos portugueses. 2ª ed. Lisboa: Instituto
de Investigação Científica Tropical; Comissão Nacional para as Comemorações dos
Descobrimentos portugueses; Fundação José Berardo, 1992.
FERRI,
G. K. . História Ambiental: uma historiografia comprometida com a vida. Café
História, Rio de Janeiro (RJ), 05 abr. 2017.
Disponível em: https://www.cafehistoria.com.br/historia-ambiental-historiografia-comprometida-com-a-vida/
Acesso
em: 26 de fev. de 2019.
PONTING,
C. . Uma História Verde do Mundo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995.
TONHASCA JUNIOR, A. .
Ecologia e história natural da Mata Atlântica. Rio de Janeiro: Interciência,
2005.
WORSTER, D. . Para fazer
História Ambiental. In: Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 4, n. 8, 1991,
p. 198-215.
Primeiramente parabenizo pelo texto, a história ambiental é importantíssima para enriquecer o ensino de história, mas ainda pouco conhecida pelos professores do ensino básico.
ResponderExcluirGostaria de saber como vocês autores compreendem a relação entre Educação Ambiental e História Ambiental. Acreditam que trabalhar em uma perspectiva da História Ambiental já é necessariamente fazer Educação Ambiental no ensino ou existe diferença entre Educação Ambiental e História Ambiental?
Wendell Presley Machado Cordovil.
Olá Wendell,
ExcluirAgradecemos a parabenização e o comentário que nos proporcionou extrema reflexão. Sim, acreditamos que existe diferença ao trabalhar a perspectiva da História Ambiental quando a englobamos dentro do contexto educacional. Isso porque a Educação Ambiental possui várias vertentes, dentre uma delas está a História Ambiental, juntamente com o estudo da Geografia, da Biologia e da Ecologia, por exemplo. Com isso, acreditamos que a Educação Ambiental não é composta apenas por um segmento, mas, que deve ser compreendida na sua interdisciplinaridade.
Anelisa e Nathália.
Parabéns pelo texto, sugiro abordar a questão do reflorestamento da floresta da Tijuca, com um ambicioso programa de recuperação da vegetação por parte de Pedro II. Trata-se de uma visão de história ambiental que é anterior a qualquer perspectiva de sustentabilidade ou Educação Ambiental. Vale a pena abordar com mais detalhes essa experiência brasileira.
ResponderExcluirRodrigo de Souza Pain e Walace Ferreira.
Este comentário foi removido pelo autor.
ExcluirBoa noite,
ExcluirAgradecemos a participação e o interesse pelo texto em questão. O apontamento de vocês foi muito pertinente para complementar o nosso trabalho, na perspectiva de abordarmos o reflorestamento, um dos assuntos de extrema valia e importância na História ambiental.
Anelisa e Nathália.
Bom dia, primeiramente gostaria de parabenizar as autoras pelo excelente trabalho e inciativa. Estou ministrando uma disciplina de práticas pedagogicas em educação patrimonial e educação ambiental, e o artigo de vocês já fará parte da bibliografia que passarei aos meus alunos.
ResponderExcluirRealmente o história ambiental acaba sendo relegada a uma parte menos importante da história, e a educação ambiental servira como uma forma de conscientização histórica de forma a contribuirmos a um mundo mais sustentável.
Já pensaram também em se apropriar da etnografia ameríndia? Seria interessante, além dos relatos de cronistas e viajantes desde o século XVI, levar em conta as diferentes visões daqueles que estavam aqui antes desses, isto é os povos originarios, e suas cosmovisões, o que enriquecerá ainda mais o excelente trabalho de vocês. Sugiro também observarem o que os estudos da arqueologia tem a dizer, já que os estudos da história ambiental certamente serão vistos dentro de uma história de longa duração e existem estudos arqueológicos que tratam sobre o ambiente e podem ser apropriados pela pesquisa histórica no cruzamento das fontes.
Novamente reitero minha estima as autoras e ao excelente trabalho,
Atenciosamente,
Avelino Gambim Junior
Boa noite Avelino,
ExcluirAgradecemos imensamente pelos elogios e por sua disposição em levar nosso artigo para discussões em sala de aula. Sobre seus apontamentos, são muito pertinentes e levaremos em consideração para a publicação de futuros trabalhos e análises, visando sempre aprimorar e expandir nossos estudos.
Atenciosamente,
Nathália e Anelisa.
Bom dia, fiquei muito feliz em encontrar este texto sobre História Ambiental e Ensino de História - educação em si - pautada nesta perspectiva. Realmente a História Ambiental ainda não tem visibilidade e não é muito abordada em sala de aula de forma frequente. Sou professora da rede pública do Paraná de História e Mestranda (UEM) História. Minha pesquisa vai dialogar bastante com a História Ambiental. Fui apresentada a ela em 2016/2017 na UEL pelo meu orientador Professor Dr. Gilmar Arruda. Na época orientador do PDE (UEL) e hoje orientador do mestrado (UEM).
ResponderExcluirNo PDE trabalhei a História Local e a História Ambiental de forma interdisciplinar com Geografia, Língua Portuguesa e Arte a partir dos estudos do meu território de pesquisa (faço a apresentação deste território que chamo de Bendengó do Ubá em um texto disponibilizado aqui nesta mesma mesa).
Na ocasião também conheci e implementei metodologia pautada no conceito e identificação de "Paleoterritórios" a partir do trabalho do professor Rogério Ribeiro Oliveira (PUC-RJ). Minha reflexão é quanto a possibilidade de pensar a História Ambiental em sala de aula também a partir deste conceito - paleoterritórios, dialogando com a História Local. O que acham?
Profª Simone Aparecida Quiezi
Boa Noite!
ExcluirAgradecemos pelos elogios e, retribuímos em dobro, já que a sua pesquisa aborda temas tão incríveis. Obrigada pela participação e consideração.
Acreditamos sim ser possível pensar e abordar a História Ambiental com diversas abordagens e reflexões. E, por que não, englobar a Geografia, a Língua Portuguesa e a arte no estudo de uma determinada História local que discorra sobre a história que ocorreu naquele território e o que, possivelmente já se modificou.
Sucesso na sua carreira!
Anteciosamente,
Anelisa e Nathália.
Cumprimentos aos autores!
ResponderExcluirO texto é excelente! Congratulações. Compreendendo o caráter historiográfico e a função da história, mas partindo do aprendizado para a ação prática no consonante do tema indago: podemos inferir que a disciplina de história ambiental se faz necessário (indiscutível) mas que para um efeito prático, o ensino ficaria a cargo da sociologia através de uma ramificação voltada ao ensino ambiental? (já que é a que existe no sistema educacional – visto que para a práxis do tema é fundamenta a educação ambiental como disciplina, mas que não existe). Pergunto, pois, tão quanto estudar a história ambiental é de igual maneira e fundamental estudar como preserve e cuidar do meio natural em que se habita, e que tanto sofre – e história e sociologia oferecem uma interdisciplinaridade singular e bastante interessante.
Douglas Felipe Gonçalves de Almeida.
Olá Douglas,
ExcluirAgradecemos os elogios e principalmente a sua participação. A abordagem da História Ambiental, pensamos que deveria ser levada conjuntamente nas disciplinas de História, Biologia, Sociologia e Geografia. Imagine só, atividades complementares interdisciplinares que explicassem o conceito de Mundo Natural, pensamento do homem durante a caça, e os impactos da predação?
Inúmeras possibilidades seriam propostas e colocadas em práticas, infelizmente, não acontece na prática.
Atenciosamente
Anelisa e Nathália.
A história ambiental, ainda pouco desenvolvida pelos professores de HISTÓRIA, que no meu ponto de vista enriquece nossos estudos e pesquisas dentro da "Descoberta do Brasil", deveria ser mais aprofundada dentro dos livros didáticos. A questão da Amazônia, deveria ser tratada na formação escolar.
ResponderExcluirGostaria de saber como vocês autores veem este ponto de trabalhar a História Ambiental e da Amazônia nos anos finas na sala de aula?
JÉSSICA PAULA CORTES DE OLIVEIRA SANTOS
Boa noite Jessica,
ExcluirAgradecemos pelo interesse em nosso artigo e na temática abordada por ele. Concordamos com você sobre a necessidade de aprofundar as discussões acerca da História Ambiental nos livros didáticos, pois isso auxiliaria ainda mais no desempenho do professor em sala de aula. Acreditamos que a História Ambiental deve ser trabalhada em conjunto com as outras questões da História e da Historiografia, ou seja, não deve substituir nenhum outro aspecto, mas sim somar-se à eles, aumentando a percepção do aluno em relação ao tempo e ao espaço, especialmente. Justamente por isso, surge a importância da interdisciplinaridade e necessidade de comunicação com as outras disciplinas.
Atenciosamente,
Nathália e Anelisa.
Olá,
ResponderExcluirPrimeiramente gostaria de parabenizar pelo texto e destacar a importância da História ambiental para pensarmos a sociedade em que vivemos. A minha questão é sobre como poderia ser feita a abordagem - no ensino básico - da relação entre a História ambiental e a alteração da paisagem a partir da categoria do trabalho e da produção de valor, e por conseguinte, mais-valor a partir da interação entre o homem e a natureza em uma sociedade cada vez mais pautada e uma reprodução ampliada de capital.
Olá.
ExcluirAgradecemos a parabenização!
Acreditamos que a abordagem do o professor em sala de aula com respeito a História Ambiental e a produção de valor é muito delicada. Pois, além do conteúdo do livro didático, nós professores, temos que abordar a interação entre o homem e a natureza de forma cautelosa e nada minuciosa. Começando a explicar o que era o conceito de Mundo Natural do século XVI e, o que, atualmente entendemos como Natureza. Além, é claro, de explicar as categorizações da produção de valor.
Muito interessante e pertinente a sua questão. Ficamos extremamente felizes com a sua participação!
Atenciosamente,
Anelisa e Nathália.
Parabéns pelo belíssimo texto e pela iniciativa de abordagem do tema.
ResponderExcluirNo seu ponto de vista, o que mais atrapalha a prática do ensino interdisciplinar? Seria uma resistência vaidosa conteudista na organização e execução das disciplinas ou uma falta de preparo, consciência e experiência com o trato com outras disciplinas e a interdisciplinaridade na hora de compartilhar o conhecimento?
Boa noite Leonardo,
ExcluirObrigada pelo interesse e pelos elogios. Acreditamos que seja um pouco dos dois fatores listados por você. Em primeiro lugar, existem muitos historiadores que ainda preferem trabalhar com a "velha historiografia" pautada apenas em datas e acontecimentos. Por outro lado, também existe uma falta de interesse e descaso com as pesquisas na área, o que acaba dificultando o aprimoramento dos professores.
Atenciosamente,
Nathália e Anelisa.
Boa noite.
ResponderExcluirPrimeiramente, parabenizo pelo texto e por abordar uma temática ainda pouco explorada entre historiadores, e diria que pouquíssimo trabalhada em sala de aula, principalmente na Educação Básica.
Sempre que leio textos, principalmente em eventos de educação, automaticamente penso em como levá-los para a sala de aula, tentando aproximar a Educação Básica do ensino superior, pois considero que ainda existe uma linha abissal entre a produção acadêmica e o que chega nas escolas básicas, pelo menos na realidade que vivencio.
Desta forma, fico inquieta quando leio sobre o trabalho com a mata atlântica por ser a primeira coisa que os europeus viram quando aportaram na América portuguesa e, pensando a partir de um viés mais centrado no próprio ambiente, penso que talvez trabalhar os elementos que constituem essas matas e sua utilização pelos diversos grupos humanos (não somente europeus, mas outros grupos étnicos também), tentando perceber o impacto nela não seja uma alternativa menos eurocêntrica de trabalho. Digo isto porque se trabalharmos somente a partir da perspectiva do europeu parecerá que o índio integra a natureza, mas o europeu não, ou que os fazeres dos índios não tem impacto algum no ambiente.
Também pensando na valorização dos saberes sobre estes biossistemas que as populações tinham e que foi perpassado por gerações, tendo impactos na vida prática dos alunos, já podendo ser um link ou uma questão norteadora para que os alunos se sintam inseridos nessa discussão.
Mais uma vez parabenizo o trabalho.
Ristephany Kelly da Silva Leite
Mestranda em História e Espaços (UFRN)
Boa noite Ristephany,
ExcluirObrigada pelo interesse em nosso artigo. Sim, de fato ainda existe uma grande dificuldade em levar temas e pesquisas do Ensino Superior para a Educação Básica, mas acreditamos que isso pode ser mudado com discussões e pesquisas relevantes como estas. Sobre a visão eurocêntrica da Mata Atlântica, ela de fato existe aqui porque estamos partindo de fontes históricas produzidos por europeus, principalmente, durante o século XVI. Entretanto, também consideramos extremamente importante estudarmos e entendermos a visão dos povos indígenas sobre o assunto.
Atenciosamente,
Nathália e Anelisa.