Marcos de Araújo Oliveira


ANA BOLENA (1501-1536) ENTRE AS INTERPRETAÇÕES
HISTÓRICAS E LITERÁRIAS


Introdução

Ao analisarmos o crescimento de pesquisas e obras com figuras femininas nas últimas décadas, é possível visualizar a relevância deste cenário de estudos graças à consolidação do movimento feminista, fortalecido entre os anos 60 e 70 do século XX. Este movimento, além de levantar debates e problemáticas sobre os direitos da mulher, favoreceu o desenvolvimento no âmbito universitário voltado para uma produção histórica cujas personagens femininas obtivessem a representatividade merecida, dando origem e força, então, ao campo da “história das mulheres” (Scott, 1992).

A partir de então, o âmbito universitário passou a produzir artigos, monografias, teses, etc..., com as perspectivas deste novo campo de estudo, alavancando, portanto, as contribuições historiográficas acerca do papel das mulheres para as construções históricas, políticas e sociais. Sobre a história das mulheres e suas lutas, Joan Scott (1992, p. 78) afirma que o campo: “questiona a prioridade relativa dada à ‘história dos homens’, em oposição a ‘história da mulher’, expondo a hierarquia implícita em muitos relatos históricos”.

Ao se falar de história das mulheres, também é essencial que se considere a questão do gênero, termo muito utilizado para teorizar a problemática da diferença sexual, cujos debates tiveram forte emergência na década de 80 do século passado, contribuindo para o entendimento de fatores sociais e culturais e servindo, assim, de categoria de análise para o campo da história das mulheres. De acordo com Rachel Soihet (2011, p. 266), “A palavra gênero indica uma rejeição ao determinismo biológico no uso de termos como ‘diferença sexual’ ou ‘sexo’. [...] Além disso, o gênero define “a criação inteiramente social das ideias sobre os papeis próprios aos homens e às mulheres”. Sendo assim, o gênero se torna um termo para designar “as construções sociais” dos papeis perante os sexos.

O estudo sobre as mulheres no Medievo vem ganhando grandes proporções dentro das universidades. No entanto, essa área de pesquisa é carregada de especificidades. Por exemplo, Macedo (1992) afirma que para se realizar um estudo acerca da mulher na Idade Média ocidental é preciso considerar que as informações obtidas revelam-nos um olhar masculino não neutro sobre essas mulheres, sendo que boa parte do que foi escrito sobre elas é carregado de discursos religiosos católicos, com ideais cristãos e direcionados pela ideia de ética, culpa, pecado, etc...; naturalmente, ao serem debatidos certos temas sobre a mulher no Medievo, devemos nos atentar a estas peculiaridades.

Ana Bolena: a mulher e o protagonismo literário
Ao nos situarmos nas biografias de famosas mulheres da Idade Média, uma despertou nossa atenção: a de Ana Bolena (1501-1536), conhecida por ser a segunda esposa do rei da Inglaterra, Henrique VIII (1491-1547). Ana, que antes era dama de companhia de Catarina de Aragão (1485-1536), a primeira esposa do rei, despertou o desejo no monarca que anulou não só o casamento com a princesa castelhana para casar-se com Bolena, como também findou sua aliança com a Igreja Católica, fundando a Igreja Anglicana e tornando Ana rainha da Inglaterra, tendo ela grande influência perante o rei por também ser admiradora de ideias protestantes.

A Inglaterra do século XVI, apesar do crescimento, firmava-se como um dos estados absolutistas de potencial ainda tardio dentro do continente europeu. Sendo assim, o fato de uma mulher ter um papel decisivo na reforma religiosa de um reino tão poderoso revela-nos uma personagem que apesar de muitas vezes ser lembrada como uma anti-heroína, revela-se ser uma figura interessante.

Sobre o século XVI inglês é possível apontar que: “Não havia ainda sinais de qualquer desenvolvimento espetacular na orientação da política monárquica na Inglaterra. Foi a crise matrimonial de 1527-28, causada pela decisão real de se divorciar de sua esposa espanhola, com o subsequente impasse com o papado sobre uma questão que afetava a sucessão interna, que viria subitamente alterar toda a situação política. Para lidar com a obstrução papal — inspirada pela hostilidade dinástica do imperador ao planejado novo casamento — foi necessário recorrer a novas e mais radicais leis, e reunir apoio político nacional contra Clemente VII e Carlos V.” (Anderson, 1984, p. 119).

Pode-se, então, atribuir a Ana Bolena uma parcela de contribuição em uma das maiores transformações políticas – e religiosas – da Inglaterra, em um momento crucial para o Estado absolutista inglês no século XVI, que apesar dos avanços intensos ainda era envolto na “atmosfera” medieval que só teria fim no século seguinte, pois segundo o autor Christoper Hill (1988, p. 13)O século XVII é decisivo na história da Inglaterra. É a época em que a Idade Média chega ao fim”. Desse modo, a trajetória de Ana Bolena marcou não somente a historiografia, mas serviu de inspiração para diversos filmes, séries e principalmente impulsionou a literatura de uma forma muito forte.

Em 29 de junho de 1613 (80 anos após a morte de Ana) era exibida no teatro Globe, a peça “A famosa história da vida do rei Henrique VIII, com texto assinado pelo dramaturgo William Shakespeare (1564-1616), considerado um dos maiores escritores da língua inglesa (Möderler, 2016). O texto da peça retrata a trajetória do Rei Henrique VIII focando principalmente na questão da anulação do seu casamento para casar-se com Ana; entretanto, Ana Bolena nesta obra torna-se apenas uma personagem coadjuvante, em muitos casos tendo suas contribuições históricas pouco evidenciadas nos eventos narrados.

Entre alguns dos romances históricos que retratam a figura de Ana Bolena, pode-se destacar o livro “Assassinato Real(no original “Murder Roost Royal”) de Jean Plaidy, publicado em 1949 na Inglaterra. O livro “Assassinato Real” teve publicação no Brasil pela Editora Record em 2000. O romance nos revela uma representação de Ana Bolena na visão inglesa da primeira metade do século do século XX, destacando a relevância desta figura histórica através de uma narrativa literária que mescla ficção e história. Jean Plaidy (1906-1993) é um dos pseudônimos da escritora inglesa Eleanor Alice Burford Hibbert, autora de mais de duzentos livros, entre romances históricos, romances de mistério e não-ficção. A autora consagrou-se ao publicar a série épica “A Saga Plantageneta, com intensa e relevante pesquisa histórica aliada às intrigas familiares dos monarcas desta dinastia.

Sendo assim, a análise da representação e construção da personagem Ana Bolena através da peça de Shakespeare e do romance histórico de Jean Plaidy se justifica na problemática de como esta figura histórica é retratada na literatura, considerando, então, o final do Medievo como cenário; destacando o fato de serem obras inglesas e publicadas em um contexto pré-feminista dos anos 60 e 70 do século passado, e apresentando, portanto, parâmetros anteriores às demandas sociais realizadas por este movimento.

A literatura como fonte

O livro “Assassinato Realé um romance inglês publicado em 1949. Sua publicação no Brasil aconteceu em 2000 pela Editora Record com a tradução de Sylvio Gonçalves. A obra recebeu ainda o subtítulo “A vida e a morte de Ana Bolena na corte de Henrique VIII”, estratagema para atrair a atenção de leitores, despertando o interesse para se conhecer a história trágica da rainha. O livro possui 528 páginas, sendo divido em quatro partes: “As Vontades do Rei” (p. 11-76), “O Assunto Secreto do Rei (p. 77-168), “A Mais Feliz das Mulheres (p. 169-412) e “Nenhuma outra vontade senão a do Rei (Plaidy, 2000, p. 413-523).

A autora Jean Plaidy ao final do livro agradece a ajuda obtida com a análise das fontes históricas que usou para a elaboração de seu romance e deixa claro: “Nos diversos pontos que as autoridades diferem, usei meu próprio julgamento, procurando manter-me o mais próximo da verdade quanto possível” (Plaidy, 2000, p. 525).

Já a peça “A famosa história da vida do rei Henrique VIII” (no original The Famous History of the Life of King Henry the Eighth) foi escrita por Willian Shakespeare e encenada em 1613 no teatro Globe. O texto é dividido em cinco atos e narra fatos históricos com personagens reais como o rei Henry, Ana Bolena, Cardeal Wolsey, etc... Acredita-se que a peça tenha sido uma homenagem a rainha Elizabeth I, já que o epílogo retrata com pompa o nascimento da soberana. A Editora Peixoto Neto publicou o texto da peça em 2017 no Brasil, fazendo parte da coleção “Shakespeare de Bolso”.

Ao se adotar uma metodologia na análise de uma fonte literária sobre Ana Bolena, é preciso destacar que estas obras, apesar de se apropriarem da personagem e de fatos históricos, ainda assim são narrativas ficcionais. Esse tipo de narrativa é denominada como metaficção historiográfica. “Em primeiro lugar, a metaficção historiográfica se aproveita das verdades e das mentiras do registro histórico. [...] A segunda diferença está na forma como a ficção pós-moderna realmente utiliza os detalhes ou os fatos históricos. A ficção [...] costuma incorporar e assimilar esses dados a fim de proporcionar uma sensação de verificabilidade [...] ao mundo ficcional. [...] Como leitores, vemos tanto a coleta quanto as tentativas de fazer uma organização narrativa. A metaficção historiográfica não reconhece o paradoxo da realidade do passado, mas sua acessibilidade textualizada para nós atualmente” (Hutcheon, 1991, p. 152).

Essa construção de metaficções historiográficas busca, então, unir literatura com história, sendo que os discursos nelas implícitos são frutos do seu próprio contexto social de produção e almejam atingir a um público, produzindo uma narrativa do passado. Neste sentido, Antônio Celso Ferreira (2013, p. 67) afirma que: “Toda ficção está enraizada na sociedade, pois é em determinadas condições de tempo, espaço, cultura e relações sociais que o escritor cria seus mundos”.

Sendo assim, na operação historiográfica da análise das fontes é importante interrogar suas problemáticas, seu papel social e sua proposta de representação de uma figura histórica feminina, observando esses aspectos no romance, pois, como explica Celso Ferreira (2013, p. 74): “Cabe àqueles que trabalham com a fonte literária, em vez de enquadrá-la em algum gênero pressuposto, interrogar a que público ela se destina e que papel cumpre nas condições sociais e culturais de uma época”. Dessa forma almeja-se analisar brevemente a representação de Ana Bolena nestas duas obras distintas, que nas suas narrativas ficcionais expressam elementos historiográficos relevantes e úteis para a formulação desta pesquisa.

História e literatura: o resgate a memória de Ana Bolena
Na Tese de Doutorado “Ficções de Anna Bolena: Na História e na Literatura Contemporânea” de Flávia Adriana Andrade (2013), Doutora em Letras no campo de Literatura Comparada, é possível identificar que os discursos construídos a respeito de Ana Bolena foram influenciados diretamente por diversos aspectos próprios de seus/suas autores(as), tais como: as diferenças de gênero, pertencimento nacional, as peculiaridades dos paradigmas discursivos (história e literatura), etc...

Segundo Andrade:

“A focalização de diferentes paradigmas discursivos propiciou a investigação de interface entre literatura e História, um aprofundamento dos estudos, dos diálogos e intersecções que se estabelecem entre as duas disciplinas. O estudo das relações entre literatura e história, que proponho aqui, parte do pressuposto de que ambas são espécies diferenciadas de ficção” (Andrade, 2013, p. 21).

Andrade (2013), em sua análise, contribui ao nos apontar que as percepções de Ana dependem do contexto no qual está inserida sua representação, seja no século XVI, XX ou até na contemporaneidade. Além disso, devem-se observar as implicações ideológicas e até mesmo a alteridade do autor do discurso acerca dessa personagem. É importante que o historiador identifique esses traços diante do paradigma que se é analisado, seja na história ou na literatura, pois ambas dependem da visão de seus autores, não estando isentas de interpretações pessoais ou da imaginação para a construção da imagem dessa personagem, o que resulta na legitimação desses discursos.

Ao final da tese, Andrade (2013) explica que os discursos históricos e literários, se apropriam da figura de Ana Bolena para a realização de um resgate e reabilitação da memória apagada, silenciada, fragmentada e demonizada dessa personagem histórica. Esse procedimento de resgate é realizado quando ambos os discursos se apropriam de informações e aspectos de Ana nunca explorados (fé, educação, participação na política, etc) e através dessa focalização conferem a Ana Bolena uma nova ótica, descontruindo, assim, seu envilecimento.

Conforme as palavras da autora:

“Os textos estudados mostram que a sociedade patriarcal e católica, transformou Anne em objeto de vários discursos depreciativos. Moldando, dessa forma, a percepção com relação a ela e formando um arquivo no inconsciente coletivo que determina o que é pensado ou falado sobre ela. Ao construir representações da personagem em bases diferenciadas das tradicionais, os textos do corpus agem no sentido de: 1. Desconstruir as imagens depreciativas; 2. Remodelar a percepção da personagem; 3. Desarticular a imagem negativa cristalizada no inconsciente coletivo”. (Andrade, 2013, p. 283).

Ana Bolena por muito tempo foi uma figura representada de forma muito negativa pela historiografia, herança das visões dos seus contemporâneos que a demonizavam. Com as conquistas do feminismo e as novas perspectivas da história das mulheres, essa personagem ganhou novas representações no resgate de sua identidade. A autora ainda enfatiza que o romance histórico contemporâneo tem como função “complementar a informação histórica”: “As diferenças de paradigma discurso, histórico e literário, também provocam diferenças essenciais entre os textos de romancistas e historiadores. [...] O romance de cunho histórico contemporâneo tem como uma de suas características essa aspiração de complementar a informação histórica, apresentando versões possíveis daquilo que a história, por sua limitação às fontes, não tem como alcançar”. (Andrade, 2013, p. 285).

Ana Bolena: das sombras ao protagonismo
Embora Ana Bolena seja uma figura central na historiografia, vemos que na literatura ela vem se destacando constantemente, atribuindo-se assim uma nova ótica sobre o papel histórico dessa personagem, como no livro “Assassinato Real, que a retrata nas suas ações, pensamentos e comportamentos – enquanto mulher perspicaz, inteligente e audaciosa – sendo estes aspectos decisivos para a sua glória e declínio; ou na peça “A famosa história da vida do rei Henrique VIII que mesmo dando pouco protagonismo a Ana, revela-nos uma personagem sedutora, seguidora da reforma religiosa e disposta a dar um filho ao rei.

Ao analisarmos a peça “A famosa história da vida do rei Henrique VIII”, nota-se que Shakespeare aborda a questão da anulação do casamento real dando maior visibilidade a figura de Henrique do que de Ana em si. De início, a personagem é apresentada como a dama de companhia da rainha, apontada como adorável e que logo desperta a atenção do rei. Em uma conversa com a personagem velha dama, Ana é questionada se almeja ser rainha e a jovem nega tal desejo, pois não ambiciona este posto (Shakespeare, 2017 p. 66). Já no romance “Assassinato Real, apesar de não corresponder aos sentimentos amorosos do rei, a donzela sente-se atraída pela possibilidade de ser soberana e entrega-se a esta ambição (Plaidy, 2000, p. 137).

No romance “Assassinato Real” Ana é muito mais ativa no processo de reforma religiosa, incentivando Henrique a ler obras protestantes (Plaidy, 2000, p. 178). Já na peça de Shakeapeare, a jovem não tem papel ativo neste aspecto, mas o fato de ser admiradora do protestantismo é mencionado com desconfiança por outros personagens (Shakespeare, 2017, p. 98).

Nota-se, porém, que as duas obras são semelhantes ao abordarem a glória de sua coroação, destacando sua ascensão enquanto rainha e ambas defendem a insatisfação, a princípio, de Henrique VIII, em não conseguir seu herdeiro homem com Ana. Entretanto, a peça ”A famosa história da vida do rei Henrique VIII” romantiza muito mais o nascimento de Elizabeth, já que esta se tornaria a rainha responsável pela “Era de ouro” inglesa, por quem Shakespeare nutria grande admiração.

A construção da personagem representa assim as próprias interpretações de seus autores em relação aos fatos vivenciados por ela. Nota-se, portanto, uma tentativa de resgate ao passado por meio da narrativa ficcional, que utiliza os personagens históricos para dar vida ao enredo literário, como no romance histórico de Jean Plaidy ou no roteiro de Shakespeare.

No caso da peça de teatro, o dramaturgo inglês opta por tonar Henrique VIII o grande foco da sua peça, sendo Ana Bolena retratada como a paixão e a esperança do rei para obter o herdeiro que reinaria na Inglaterra, onde a jovem dama assume as virtudes elogiáveis desta época para o sexo feminino: doçura, beleza e maternidade. Já na obra de Jean Plaidy, Ana Bolena destaca-se como uma figura feminina corajosa, inteligente, sedutora e ambiciosa, conquistando poder e influência na corte, seguindo as perspectivas da autora.

É possível apontar então que essas duas metaficções historiográficas abordam a representação de Ana Bolena de maneiras distintas, construindo a personagem de acordo com as próprias visões e contextos sociais de seus autores. Enquanto Shakespeare, no século XVII, retrata uma Ana Bolena muito mais coadjuvante, Jean Plaidy, na primeira metade do século XX, ousa ao dar protagonismo a esta figura histórica que marca até hoje o imaginário universal.

Considerações finais
Nota-se, que os contextos históricos em que as narrativas literárias foram escritas e as interpretações dos autores sobre os fatos e as figuras históricas influenciam diretamente na construção de suas metaficções historiográficas, moldando a personagem Ana Bolena de acordo com estas especificidades contextuais.

As escolhas de narrativa e as ações de Ana Bolena vão ganhando destaque conforme os trabalhos de Shakespeare e de Jean Plaidy se desenvolvem, evidenciando-se que estas obras, apesar de não terem compromisso com a verdade por mesclarem ficção e história, demonstram os esforços de seus autores em retratarem com fidelidade a história, sendo que ambas as manifestações literárias são produtos culturais de seu próprio tempo.

Vemos assim que as possibilidades para o estudo da representação de Ana Bolena em obras literárias resultam em um resgate da memória, muitas vezes depreciada, dessa importante personagem, expandindo, assim, a interdisciplinaridade entre literatura e história, as fontes de estudo para o campo da história das mulheres e os debates sobre o poder feminino no Medievo.

Referências

Marcos de Araújo Oliveira é graduando em Licenciatura em História na Universidade de Pernambuco – UPE (Campus Petrolina). Orientador: Prof. Dr. Luciano José Vianna (UPE – Campus Petrolina). É integrante do Spatio Serti – Grupo de Estudos e Pesquisa em Medievalística da UPE/Petrolina.


Fontes

PLAIDY, Jean (Eleanor Alice Burford Hibbert). Assassinato Real – A vida e morte de Ana Bolena na corte de Henrique VIII. Rio de Janeiro: Record, 2000. 528 p.

SHAKESPEARE, William. A famosa história da vida do rei Henrique VIII. São Paulo: PeixotoNeto, 2017. 200 p.

Bibliografia

ANDERSON, Perry. Linhagens do Estado Absolutista. São Paulo: Brasiliense, 1984.

ANDRADE, Flávia Adriana. Ficções de Anna Bolena, na história e na literatura contemporâneas. 2013. 390 f. Tese (Doutorado) – Instituto de Letras. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2013.

FERREIRA, Antônio Celso. Literatura – A fonte fecunda. In: LUCA, Tania Regina de; PINSKY, Carla Bassanezi (Orgs.). O Historiador e suas fontes. São Paulo: Contexto, 2013. p. 61-92.

HILL, Christopher. Oliver Cromwell e a Revolução Inglesa. In: O eleito de Deus: Oliver Cromwell e a Revolução Inglesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1988. p. 11-32.

HUTCHEON, Linda. Poética do pós-modernismo: História, Teoria, Ficção. Trad. Ricardo Cruz. Rio de Janeiro: Imago, 1991. 331 p.

MACEDO, José Rivair. Introdução. In:______. A mulher na Idade Média. São Paulo: Contexto, 1992. p. 9-13.

MÖDERLER, Catrin. 1613: Estreia de "Henrique 8º" de Shakespeare. jun. 2018. Disponível em:

SCOTT, Joan. História das Mulheres. In: BURKE, Peter (Org.). A escrita da História. São Paulo: Unesp, 1992. p. 63-95.

SOIHET, Rachel. História das Mulheres. In: Domínios da História: Ensaios de Teoria e Metodologia. CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo (Orgs.). Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda., 2011, p. 263-283.



29 comentários:

  1. Olá Marcos, bom dia.

    Analisando a personagem Ana Bolena, através de quais caminhos você consegue perceber a diferença entre as diversas "Anas" criadas pelos autores? O contexto implica em formular alguma diferença?

    Parabéns pelo trabalho e que você possa fazer novas reflexões.

    Luciano José Vianna

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    1. Olá Luciano, bom dia!
      Obrigado pelo carinho.
      Analisando a peça de Shakespeare, podemos afirmar que como este autor é da era de Ouro do periodo Elizabetano, naturalmente irá escrever sua peça tentando elevar a glória de seus personagens por estarem conectados diretamente a Rainha Elizabeth I, filha de Ana Bolena. Com isso Henrique VIII ganha maior destaque e Ana Bolena se mantém mais coadjuvante, adotando as virtudes que a mãe da futura "Soberana Maior" deveria ter: doçura, beleza, instintos maternos aguçados e o esplendor de uma rainha.
      Já Jean Plaidy, escreve seu romance no fim da década de 40 e com isso a autora opta por dar uma maior ênfase a Ana Bolena, mostrando defeitos e virtudes da mesma.
      Neste romance, Ana é ambiciosa, inteligente, ciente de seu poder sobre o rei e muito mais empolgada com a reforma e descontente com o Clero.
      Ela não é apenas a amada do Rei, como retrata Shakespeare, mas também a mulher que arquiteta a sua ascensão e é marcante na corte.
      É preciso destacar que apesar de serem autores ingleses, os contextos de escrita das obras são diferentes: Shakespeare cria um produto cultural no século XVII e Jean Plaidy no século XX, além disso os fatores sociais e de gênero influenciam na escrita destes ingleses.
      Jean Plaidy, por ser mulher, traça uma abordagem com maior enfoque na protagonista feminina, enquanto Shakespeare evidencia bem mais Henrique VIII.
      São fatores que não podem ser ignorados na operação historiográfica de análise destas fontes, pois influenciam diretamente nos caminhos que mostram a construção que os autores fazem acerca da personagem "Ana Bolena", pois por mais que se haja a tentativa de manter-se fiel aos fatos históricos, os escritores utilizam-se da sua própria liberdade criativa na produção de suas narrativas.

      Marcos de Araújo Oliveira

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  2. Oi Marcos, Bom dia!
    Gostaria primeiro de parabenizar você pela pesquisa, muito interessante o seu tema. E eu queria saber se no seu ponto vista existe algum sensacionalismo por parte Shakespeare e de Jean Plaidy fazendo com que as obras tome caminhos diferentes do que realmente aconteceu?

    Juliana Gomes Rodrigues

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    1. Olá, Juliana!
      Obrigado pela atenção!

      Ao falar de metaficções historiográficas é preciso salientar que elas são produtos de determinados contextos políticos, sociais e culturais. Seja no século XVII com Shakespeare, ou no século XX com Jean Plaidy, essas narrativas ousam em retratar fatos históricos por meio da fusão entre história e literatura.
      Não há compromisso em expressar verdades absolutas, pois os autores podem reproduzir suas próprias interpretações acerca dos fatos ou das personalidades de seus personagens.como. O caso de Ana Bolena Entretanto esse tipo de narrativa se destaca principalmente por trazer na obra literária ficcional , elementos representados na historiografia, o que pode auxiliar e muito o historiador na analise de sua pesquisa por apresentarem novas fontes e naturalmente novas metodologias e perspectivas sobre o tema pesquisado.

      Marcos de Araújo Oliveira

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  3. Marcos, bom dia

    Primeiro parabens pelo texto !

    Durante a escrita você relata que é preciso um resgate de memoria . Quando vc faz esse resgate o que você encontra são mais caracteristicas positivas ou contraditorias da personagem ? A metaficção historiografica afirma que as obras sao produtos resutantes de eventos politicos e culturais do momento social . Isso faz com que alguns escritores como shakespeare sejam ilusorios em pontos da narrativa ? Ou a obra sao produtos considerados reais ?

    Dito isso, o que lhe motiva a Escrever?você quer reafirmar a personagem ou mostrar o contexto historico de uma personagem com outro vies de questionamento ?


    Esteffane Viana Felisberto

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  4. Olá Marcos, parabéns pelo seu trabalho, muito interessante. Durante a leitura do seu trabalho me questionei a respeito do ensino de história quando se trata do assunto anglicanismo na escola e de como Ana Bolena aparece muito pouco na explicação desse conteúdo, tendo e vista esse ponto te pergunto como seu trabalho pode colaborar para o ensino de história nas escolas na explicação desse assunto?
    Atenciosamente, Janaina Mendes da Silva.

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    1. Olá Janaína, obrigado!
      Ao analisar a representação de Ana Bolena , é possível reconhecer que se tratando de literatura ou até mesmo obras cinematográficas mais recentes como no filme "A Outra Bolena" (2008) Ou a série "Tudors" (2007-2010), Ana ganha sim um maior protagonismo, seja como heroína ou vilã.
      Infelizmente, no ensino da Reforma Anglicana nas aulas de história nas escolas e até mesmo em Universidades ela ainda é pouco citada.
      É possível que com o meu trabalho ou de outros pesquisadores acerca dessa importante figura feminina, novas abordagens no ensino de história sejam concretizadas.
      Podendo-se assim Estimular um debate maior em sala sobre o papel da mulher na reforma religiosa, a ascensão feminina em espaços de poder e até mesmo as questões de gênero inerentes a mulher do secusé XVI.
      Abre-se assim.um leque de possibilidades para a análise do papel de Ana, enquanto a mulher medieval que ascendeu o posto mais alto na Inglaterra, o de Rainha. Sendo assim, é possível refletir juntamente com alunos como o comportamento ousado dessa mulher marcou a história do reino Inglês e seus apagamento histórico, problematizando de forma a aguçar a criticidade acerca das relações sociais, políticas e culturais da época.

      Marcos de Araújo Oliveira

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  5. Olá Marcos, parabéns pelo seu trabalho, muito interessante. Durante a leitura do seu trabalho me questionei a respeito do ensino de história quando se trata do assunto anglicanismo na escola e de como Ana Bolena aparece muito pouco na explicação desse conteúdo, tendo e vista esse ponto te pergunto como seu trabalho pode colaborar para o ensino de história nas escolas na explicação desse assunto?

    Janaina Mendes da Silva

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Marcos Araújo11 de abril de 2019 16:53
      Olá Janaína, obrigado!
      Ao analisar a representação de Ana Bolena , é possível reconhecer que se tratando de literatura ou até mesmo obras cinematográficas mais recentes como no filme "A Outra Bolena" (2008) Ou a série "Tudors" (2007-2010), Ana ganha sim um maior protagonismo, seja como heroína ou vilã.
      Infelizmente, no ensino da Reforma Anglicana nas aulas de história nas escolas e até mesmo em Universidades ela ainda é pouco citada.
      É possível que com o meu trabalho ou de outros pesquisadores acerca dessa importante figura feminina, novas abordagens no ensino de história sejam concretizadas.
      Podendo-se assim Estimular um debate maior em sala sobre o papel da mulher na reforma religiosa, a ascensão feminina em espaços de poder e até mesmo as questões de gênero inerentes a mulher do secusé XVI.
      Abre-se assim.um leque de possibilidades para a análise do papel de Ana, enquanto a mulher medieval que ascendeu o posto mais alto na Inglaterra, o de Rainha. Sendo assim, é possível refletir juntamente com alunos como o comportamento ousado dessa mulher marcou a história do reino Inglês e seus apagamento histórico, problematizando de forma a aguçar a criticidade acerca das relações sociais, políticas e culturais da época.

      Marcos de Araújo Oliveira

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  6. Boa noite, Marcos!
    Tendo em vista esse acontecido em épocas passadas, você teve o conhecimento ou fez alguma análise da mudança que acontecia nos dias atuais observando em relação com aconstrução dessa personagem?

    Vívian Rodrigues Duarte Dias

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    1. Olá, Vivian!
      Obrigado pela pergunta!

      Nesta pesquisa eu analiso a obra de Shakespeare que é escrita em 1613(século XVII) e também a de Jean Plaidy escrita em 1949 (primeira metade do século XX).
      Mas existem outras obras mais recentes acerca de Ana Bolena, como o livro "O diário secreto de Ana Bolena" de Robin Maxwell de 1997 e o livro "Ana Bolena" da brasileira Bruna Calixto publicado em 2013.
      Acredito que o movimento feminista das décadas de 60 e 70 e o movimento da História das Mulheres nos anos 80 serviu para ajudar a impulsionar a produção de mais obras literárias ou até mesmo filmes acerca de Ana Bolena, que constroem a personagem com novas perspectivas.
      Ela já não é tão depreciada quanto antes, mas há um resgate de sua memória e novos olhares sobre sua vida e sua influência na corte Tudor.
      Naturalmente, analiso esses novos produtos culturais como na maioria das vezes possitivos, pois evidenciam ainda mais a Ana Bolena, não como a Concubina do Rei, mas como uma mulher astuta e que soube encarar os jogos políticos do período ao qual pertenceu.

      Marcos de Araújo Oliveira

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  7. Boa noite, Marcos!
    Tendo em vista esse acontecido em épocas passadas, você teve o conhecimento ou fez alguma análise da mudança que acontecia nos dias atuais observando em relação com aconstrução dessa personagem?

    Vívian Rodrigues Duarte Dias

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    1. Olá, Vivian!
      Obrigado pela pergunta!

      Nesta pesquisa eu analiso a obra de Shakespeare que é escrita em 1613(século XVII) e também a de Jean Plaidy escrita em 1949 (primeira metade do século XX).
      Mas existem outras obras mais recentes acerca de Ana Bolena, como o livro "O diário secreto de Ana Bolena" de Robin Maxwell de 1997 e o livro "Ana Bolena" da brasileira Bruna Calixto publicado em 2013.
      Acredito que o movimento feminista das décadas de 60 e 70 e o movimento da História das Mulheres nos anos 80 serviu para ajudar a impulsionar a produção de mais obras literárias ou até mesmo filmes acerca de Ana Bolena, que constroem a personagem com novas perspectivas.
      Ela já não é tão depreciada quanto antes, mas há um resgate de sua memória e novos olhares sobre sua vida e sua influência na corte Tudor.
      Naturalmente, analiso esses novos produtos culturais como na maioria das vezes possitivos, pois evidenciam ainda mais a Ana Bolena, não como a Concubina do Rei, mas como uma mulher astuta e que soube encarar os jogos políticos do período ao qual pertenceu.

      Marcos de Araújo Oliveira

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  8. Boa noite, Marcos!
    Tendo em vista esse acontecido em épocas passadas, você teve o conhecimento ou fez alguma análise da mudança que acontecia nos dias atuais observando em relação com aconstrução dessa personagem?

    Vívian Rodrigues Duarte Dias

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    1. Olá, Vivian!
      Obrigado pela pergunta!

      Nesta pesquisa eu analiso a obra de Shakespeare que é escrita em 1613(século XVII) e também a de Jean Plaidy escrita em 1949 (primeira metade do século XX).
      Mas existem outras obras mais recentes acerca de Ana Bolena, como o livro "O diário secreto de Ana Bolena" de Robin Maxwell de 1997 e o livro "Ana Bolena" da brasileira Bruna Calixto publicado em 2013.
      Acredito que o movimento feminista das décadas de 60 e 70 e o movimento da História das Mulheres nos anos 80 serviu para ajudar a impulsionar a produção de mais obras literárias ou até mesmo filmes acerca de Ana Bolena, que constroem a personagem com novas perspectivas.
      Ela já não é tão depreciada quanto antes, mas há um resgate de sua memória e novos olhares sobre sua vida e sua influência na corte Tudor.
      Naturalmente, analiso esses novos produtos culturais como na maioria das vezes possitivos, pois evidenciam ainda mais a Ana Bolena, não como a Concubina do Rei, mas como uma mulher astuta e que soube encarar os jogos políticos do período ao qual pertenceu.

      Marcos de Araújo Oliveira

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  9. Como houve essa ligação para que pudesse entrar a fundos nessa personagem que marcou a história e a literatura?

    Parabéns pela pesquisa e pelo conteúdo bem elaborado que existe na descrição dessa personagem.

    Vívian Rodrigues Duarte Dias

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    1. Olá Vivian, obrigado pela atenção dada a minha pesquisa!

      Para que meus estudos sobre Ana Bolena se iniciassem, comecei primeiramente estudando o campo de pesquisa da "História das Mulheres", seguindo o contexto histórico do Medievo.
      Além disso a dinastia Tudor sempre chamou minha atenção pelos seus feitos emblemáticos e marcantes.
      Ao optar por estudar Ana Bolena, iniciei um trabalho de análise de suas representações tanto historiográficas, quanto literárias.
      Com isso, priorizei sempre distinguir esses discursos, salientando que apesar de serem narrativas distintas, ambas são interpretações acerca do Papel de Ana Bolena dentro da corte Tudor.
      Evitando assim, cair em armadilhas de "paixões desenfreadas", evitando denomina-la como Heroína ou julga-la como uma "vilã gananciosa".
      Acredito que enquanto HIstoriador, é preciso haver este discernimento.

      Mais uma vez obrigado pela receptividade!

      Marcos de Araújo Oliveira

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  10. Como houve essa ligação para que pudesse entrar a fundos nessa personagem que marcou a história e a literatura?

    Parabéns pela pesquisa e pelo conteúdo bem elaborado que existe na descrição dessa personagem.

    Vívian Rodrigues Duarte Dias

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    1. Olá Vivian, obrigado pela atenção dada a minha pesquisa!

      Para que meus estudos sobre Ana Bolena se iniciassem, comecei primeiramente estudando o campo de pesquisa da "História das Mulheres", seguindo o contexto histórico do Medievo.
      Além disso a dinastia Tudor sempre chamou minha atenção pelos seus feitos emblemáticos e marcantes.
      Ao optar por estudar Ana Bolena, iniciei um trabalho de análise de suas representações tanto historiográficas, quanto literárias.
      Com isso, priorizei sempre distinguir esses discursos, salientando que apesar de serem narrativas distintas, ambas são interpretações acerca do Papel de Ana Bolena dentro da corte Tudor.
      Evitando assim, cair em armadilhas de "paixões desenfreadas", evitando denomina-la como Heroína ou julga-la como uma "vilã gananciosa".
      Acredito que enquanto HIstoriador, é preciso haver este discernimento.

      Mais uma vez obrigado pela receptividade!

      Marcos de Araújo Oliveira

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  11. Olá Marcos, adorei seu texto!
    Muito bom mesmo!
    Gostaria de saber como a personagem Ana Bolena nestas duas obras encara o posto de Rainha, o mais cobiçado pelas mulheres da corte, já que ambas as obras apontam perspectivas diferentes.

    Cláudia Meuri Da Silva Santos

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    1. Este comentário foi removido pelo autor.

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    2. Obrigado pela pergunta!

      Ana Bolena na obra de Shakespeare não se imagina enquanto Rainha no início do enredo, mas logo que cai nas graças do rei, ocupa este posto com sincera gratidão e amabilidade perante o monarca, almejando lhe dar um filho homem.
      A Ana Bolena de Jean Plaidy de início não aceita ser amante do monarca é só se entrega a Henrique com a promessa de que seria sua única mulher e portanto esposa, ela ascende ao trono com glória e astúcia, e a partir daí inicia-se sua jornada em entregar um herdeiro a Henrique, embora a protagonista neste romance já se destaque pelo temperamento sincero, calculista e sonhador!
      Ser Rainha para ela é uma dádiva e ela acredita estar fazendo o bem para o reino ao ser destinada a gerar o herdeiro da coroa.
      São visões bem singulares, porém bem interessantes.

      Marcos de Araújo Oliveira

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  12. Olá Marcos, diante dessas perspectivas literárias é possível apontar que o Rei Henrique VIII era manipulado por Ana Bolena?
    O que diz a historiografia sobre isso?

    Cláudia Meuri Da Silva Santos

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    1. Olá Meury, obrigado por sua pergunta!

      Na narrativa literária de Shakespeare , Ana é muito mais coadjuvante! Ela é a "jovem linda e doce" que desperta a atenção de Henrique, não sendo registrado um caráter que demonstre manipulação!
      Já a obra de Jean Plaidy apresenta uma Ana muito mais ambiciosa e consciente do desejo que o Rei nutre por ela.
      Ela realmente é muito mais ativa em negociar a satisfação de suas vontades junto a Henrique.
      Quanto a historiografia, ainda nota-se uma depreciação muito grande da figura de Ana Bolena, apontada por alguns como concubina e sedutora, entretanto, novas perspectivas graças aos estudos de História das Mulheres, mostram uma Ana Bolena ativa na reforma religiosa, que sabe argumentar com Henrique ou demais nobres da corte.
      Ela é apontada como figura influente e não manipuladora!
      Espero ter respondido sua questão!

      Marcos de Araújo Oliveira

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