Raildis Azevedo Avelino


A FESTA COMO SÍMBOLO DO PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL


O Presente artigo baseia-se em uma abordagem sobre o conceito de cultura na obra “Interpretação das Culturas” do autor Clifford Geertz (1978). Na oportunidade abordaremos a festividade religiosa de Nossa Senhora do Rosário, que ocorre todos os anos na cidade de Monte do Carmo no estado do Tocantins. Tal festividade se insere como exemplo para o conceito de cultura em Geertz. O objetivo principal será em torno da decodificação dos rituais da festa para a comunidade e abordar o porquê de tais rituais remotos do período colonial se mantem preservados no contexto da contemporaneidade, tornando assim símbolo do patrimônio cultural imaterial da cidade.

Introdução
A cultura de uma sociedade é transmitida das gerações adultas às novas gerações pelas técnicas do dia a dia. Os saberes e fazeres são aprendidos de forma involuntária formando assim, uma característica identitária particular.

Iremos abordar nesse fragmento do texto de forma breve a trajetória do desenvolvimento do conceito de cultura à luz da Antropologia. “Compreender a cultura de um povo expõe a sua normalidade sem reduzir sua particularidade.” (GEERTZ, 1989).

O conceito de cultura não é recente. Qual é o sentido que a Antropologia atribui ao conceito de cultura? Mesmo no sentido antropológico temos várias tentativas de conceitua-la. Ao longo dos últimos três séculos vários autores apresentaram seu terreno teórico de interpretação do que entendiam por cultura. Apesar da palavra cultura não ser recente, seu estudo começou a ganhar mais importância no momento em que a Antropologia surgiu como área de conhecimento, a partir do século XVIII.

Mas, o debate antropológico ganhou fôlego mesmo, somente a partir do século XIX com uma sistematização do conhecimento. A partir disso, suscita novas pesquisas, com a preocupação dos antropólogos em estabelecer leis gerais para a interpretação e descrição dos fenômenos da cultura. Num primeiro momento, o conceito de cultura remetia a civilização a qual se partia de estágios de evolução.

Vemos expresso, especialmente, no pensamento de Edward Taylor (1832 – 1917), um dos primeiros autores a formular o conceito “cultura”. Ao tentar argumentar sobre “ciência da cultura”, Taylor inicia por descrever que: "Cultura ou Civilização, tomada em seu amplo sentido etnográfico, é aquele todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, lei, costume e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem na condição de membro da sociedade.”

A partir de meados do século XIX para o século XX, esse conceito de cultura sustentado pelo pressuposto evolucionista foi posto em cheque. Foi refutado especialmente pelo antropólogo Franz Boas (1858 – 1942). Boas propõe o método histórico de pluralizar a cultura ao partir de um “relativismo cultural”. Com a interpretação de Boas, cultura, portanto, deixa de ser uma única cultura para se tornar um modo de vida e Geertz acredita que “o homem é um animal amarrado em teias de significados que ele mesmo teceu”.

Para Geertz, “a cultura é pública, porque o significado o é”. E a antropologia, segundo ele, deve ser vista não como ciência experimental em busca de leis, como queriam os primeiros antropólogos, mas como ciência interpretativa em busca dos significados. Segundo Geertz, a cultura é a própria condição de existência dos seres humanos, produto das ações por um processo contínuo, através do qual, os indivíduos dão sentido à suas ações. Ela ocorre na mediação das relações dos indivíduos entre si, na produção de sentidos e significados.

Ao tratar do conceito de cultura sob o aspecto relativo/semiótico, acreditamos que Geertz contribui para entendermos as questões estruturais da sociedade nas diversas épocas e realidades contextuais e, principalmente, das diferenças e transformações que vem ocorrendo na pós-modernidade. Na oportunidade abordaremos como exemplo de cultura a festa de Nossa Senhora do Rosário, uma manifestação cultural religiosa que ocorre todos os anos na cidade de Monte do Carmo, situada no estado do Tocantins. Os rituais dessa tradição que se misturam entre o sagrado e o profano já ultrapassam séculos e resistem aos aspectos da contemporaneidade.

Conceito de cultura em Clifford Geertz
Ao longo de sua história a sociedade passou por inúmeras mudanças em todas as áreas do conhecimento. A cultura vista como processo dinâmico também sofreu influência de tais transformações que ocorreram de forma lenta e gradual. Podemos assim afirmar que a cultura é passível de mudanças. Porém essas mudanças não afetam a sua essência uma vez que na construção de uma identidade cultural de um grupo social deve-se ter um reconhecimento coletivo dos padrões de comportamento e costumes. A cultura seria parte de uma memória coletiva da sociedade impossível de se desenvolver individualmente.

Na “interpretação das culturas”, Clifford Geertz faz uma descrição densa da teoria interpretativa da cultura sugerindo que o conceito de cultura, segundo Max Weber, é de que o homem é um animal amarrado à teia de significados que ele mesmo tece, assume a cultura como essa teia e sua análise. Assim, Geertz se propõe a repensar a noção de cultura, se define como antropólogo cultural e que toda antropologia é interpretativa dos símbolos e seus significados.

Geertz é considerado anti-reducionista radical, trata mais epistemologicamente a cultura sendo a antropologia uma ciência interpretativa e que portanto a hermenêutica é fundamental. A obra Interpretação das Culturas, trata de uma teoria interpretativa da cultura, argumentando que sobre o conceito de cultura surgiu todo o estudo da antropologia e cujo âmbito essa matéria tem se preocupado cada vez mais em limitar, especificar, enfocar e conter.

Geertz propõe um conceito de cultura mais limitado, mais especializado e teoricamente mais poderoso para substituir o famoso o todo mais complexo como até então era conceituada a cultura. Acreditando em Max Weber (1864 – 1920) que o homem é um animal amarrado a teia de significados, que ele mesmo tece, assume a cultura como sendo essas teias e a sua análise. Uma ciência interpretativa a procura de seu significado.

Assim, a cultura dentro desta etnociência/etnologia é composta de estruturas psicológicas por meio das quais os indivíduos e grupos de indivíduos guiam seu comportamento. Geertz faz parte de uma geração de intelectuais, que alguns o considera uma mistura de Boas e Talcott Parsons. Geertz se propõe a repensar a noção de cultura.

Geertz trata a cultura mais epistemologicamente, evoca Weber e a questão fenomenológica. Segundo Geertz, acultura não é nunca particular, mas sempre pública. Assim, entendo que os elementos que constituem as teias propostas por Weber, não têm criadores identificáveis. Os fatos inovadores nascem e evoluem numa reprodução espontânea e despercebida dos agentes culturais, e na maioria das vezes só percebidos na análise extrínseca de um agente alienígena.

Como um sistema de signos passíveis de interpretação, Geertz salienta que,
“a cultura não é um poder, algo ao qual podem ser atribuídos casualmente os acontecimentos sociais, os comportamentos, as instituições ou os processo; ela é um contexto, algo dentro do qual eles (os símbolos) podem ser descritos de forma inteligível – isto é, descritos com densidade” (GEERTZ, 1973, pg. 24).
Seguindo o raciocínio de Geertz, podemos refutar a ideia que Edward B. Tylor defende, de que a cultura é um fenômeno natural, e inferir que ela seja um fenômeno social, cuja gênese, manutenção e transmissão estão a cargo dos atores sociais.

Nesse sentido podemos atribuir que as manifestações culturais são essas teias de significados, sendo repassados de gerações em gerações na finalidade de manter a identidade de um grupo. Os atores sociais da cidade de Monte do Carmo, mantém viva suas tradições, materializando-se na festividade de Nossa Senhora do Rosário.

Manifestação cultural da cidade de Monte do Carmo – TO. Um exemplo de manutenção cultural.

A cidade de Monte do Carmo é um município brasileiro localizado na região central do Estado Tocantins, aproximadamente 89 quilômetros da capital do estado, Palmas – TO e tem cerca de 6.717 mil habitantes (IBGE, 2010). A economia de Monte do Carmo gira em torno da pecuária de corte e a agricultura, tendo em suas terras bons resultados na plantação de soja, arroz, milho e outros itens.

No rol das manifestações culturais religiosas de Monte do Carmo, estão as Festas do Carmo, comemoradas todos os anos em datas fixas e/ou flexíveis decididas pela igreja católica. Começa em janeiro com as folias de Santos Reis e procissão de São Sebastião; em julho com a junção de três santos: a Santa Padroeira Nossa Senhora do Carmo, Divino Espirito Santo e Nossa Senhora do Rosário; em outubro também se comemora Nossa Senhora do Rosário, porém, com uma pompa reduzida.

Festividade Religiosa de Nossa Senhora do Rosário
Abordarei nesse espaço, uma manifestação cultural remota da América Portuguesa. Todos os anos, Monte do Carmo é palco de diversas festividades tradicionais religiosas, entre elas abordaremos a que resiste a mais tempo. Ou seja, a festividade de Nossa Senhora do Rosário, de acordo com moradores locais, foi o primeiro festejo da cidade, sendo celebrada pelos escravos, trabalhadores das minas.

Através de memórias locais, observa-se que a festividade de Nossa Senhora do Rosário, foi a primeira manifestação religiosa no antigo arraial, arraigada de rituais que se misturavam e ainda se misturam, entre o sagrado e o profano. “Era comemorada pelos negros em condição de escravos”, visto que a santa era e/ou é considerada sua protetora.

A historiadora Marina de Mello e Souza (2002, p. 309) assinala que as irmandades, ligadas às Igrejas locais, eram organizações criadas nos centros urbanos, nos quais ocorriam preferencialmente as festas, sendo as “festas em homenagem à santa uma recuperação da africanidade sob o manto do catolicismo.”

Nos registros de memória do Frei Maria Audrin (1963), festa muita reverenciada é a de Nossa Senhora do Rosário, "outrora exclusivamente reservada aos escravos, numerosos em nossos sertões, nos tempos de mineração". Audrin não informou as datas e nem as localidades onde ocorriam as festas, porém, ao que tudo indica e, fundamentando em depoimentos dos moradores, subentende-se que está se referindo a Monte do Carmo.

“coroação dos consortes reais, mastros, cantorias, bailes e banquetes. Tudo, porém, no dizer dos anciãos, pálidos vestígios dos esplendores de outrora, quando os escravos, auxiliados pelos fartos recursos de seus donos, verdadeiros nababos sertanejos, se compensavam, durante aquêles dias de festejos maravilhosos, das durezas e humilhações de sua existência. O "rei" e a "rainha" eram sempre negros retintos, trajando, porém, luxuosa indumentária [...] O mesmo precioso pó era profusamente semeado por dois pajens ao longo do caminho por onde passava a rainha” (AUDRIN, 1963, p. 125).

Atualmente a festa de Nossa Senhora do Rosário, em Monte do Carmo, é uma devoção festejada por reis e rainhas, os quais são chamados também de festeiros, em duas datas distintas, julho e outubro.

O folguedo de Nossa Senhora do Rosário tem início oficialmente com o anúncio dos festeiros na Igreja, que por sua vez a multidão saúdam com salvas de palmas e gritos de "viva a rainha e o rei de Nossa Senhora do Rosário". A partir deste ato, iniciam os preparativos que vai desde a busca por patrocinadores para obtenção dos elementos servidos no dia da coroação do rei e da rainha, bem como a ornamentação do ambiente para receber os fiéis e turistas. A população de modo geral oferece suporte material à festa.

Alguns devotos comentam que a festa de Nossa Senhora do Rosário é celebrada sem a arrecadação de fundos (esmolas), fato que dificulta o preparo dos folguedos. Neste sentido, a busca por patrocínio é de fundamental importância, visto que a rainha e o rei são pessoas de menor poder aquisitivo. Muitas vezes, em decorrência da falta de recursos, as vestimentas da rainha, rei, congos e taieiras, são reciclados dos festeiros do mês de julho.

A rainha é a personagem principal do festejo de Nossa Senhora do Rosário, sendo sua importância, extrapola a magnitude do posto, sendo observada até nas cantigas: "O rei é bom, a rainha é mió".  Também na denominação dos momentos da festa: A Chegada da Rainha; A Caçada da Rainha; A Coroação da Rainha; O Cortejo da Rainha; Até o local chama-se A Casa da Rainha.

Não raras vezes, ouve-se dizer em Monte do Carmo, que para ser rainha na festa do Rosário no mês de julho é preciso ser rica, ou seja, que apenas os mais abonados conseguem fazer esta celebração, visto que as despesas são maiores.  Em julho, a festa torna-se cara por que é o período das férias escolares e o afluxo de pessoas para a cidade é maior, portanto, faz-se necessário ter mais recursos. Ser rainha da festa no mês de outubro não implica em muitos gastos, favorecendo a participação das mulheres negras, que se manifestam para assumir a coroa de rainha.

Há vários rituais religiosos e profanos permeados de significados na festa de Nossa Senhora do Rosário, que se entrelaçam em um universo de representações. Iniciando com novenas que duram uma semana, sendo que, no primeiro final de semana (sábado à noite) começam às celebrações em louvor a santa. Os congos, taieiras e tamborzeiros iniciam o cortejo da casa da rainha até a igreja em um misto de cultura popular/folclórica e religiosa. Neste momento é realizada a missa e coroação da rainha e rei.

No dia seguinte (domingo) à tarde começa o ritual da Caçada da Rainha, Congos, Taieras e Caretas que buscam a rainha em um local estratégico, conhecido como “butiquim”, deste local seguem para a igreja e posteriormente para a casa da rainha, em clima de muita alegria, banhado por sussa, tambor, licor e muitos cantos para à rainha de Nossa Senhora do Rosário. Encerra-se na igreja com missa e no dia seguinte é realizada a escolha dos festeiros do ano seguinte.

Para os moradores da cidade e nos escritos da historiadora Noeci Carvalho Messias (2010, p. 278), a origem desse ritual remonta ao período das minas de ouro na Serra de Monte do Carmo, no tempo da escravidão. Como nas narrativas míticas, não existe uma data precisa, mas destaca-se que certo dia um homem, possivelmente escravo, encontrou na Serra de Monte do Carmo uma imagem de Nossa Senhora do Rosário e levou-a para a cidade. Entretanto, no dia seguinte, a imagem desapareceu.

O mistério do desaparecimento da imagem, que ocorreu por duas vezes, levou a comunidade a se organizar e travar uma verdadeira ‘caçada’ à referida imagem. Uma multidão se formou e seguiram em cortejo, à procura da imagem. Para esse cortejo, levaram os tambores, os congos e as taieiras; cantaram e dançaram e assim reencontraram a imagem e, em ritual, levaram-na de volta à cidade.

Após o episódio festivo, a imagem nunca mais desapareceu, permanecendo na Igreja. Reza a tradição que o ritual organizado por aquele grupo de pessoas fez com que a imagem permanecesse na cidade. A partir daquele momento, o ritual da Caçada da Rainha passou a fazer parte dos festejos religiosos de Nossa Senhora do Rosário e se matem até os dias atuais, com a ritualização de buscar a imagem.

O ritual da Caçada da Rainha se caracteriza em um espaço recriado a cada ano, pelos seus participantes, na maioria moradores locais. Este espaço marcado pela fé, diversão, devoção e brincadeiras em homenagem a Nossa Senhora do Rosário, é também um espaço de afirmação social e religiosa dos devotos. O ritual contribui para a construção das práticas sociais, organizando as relações com o passado de forma socialmente significativa, (Cf. MESSIAS, 2010, p. 278).

Geertz (2008) afirma que a tarefa construída a partir da concepção simbólica da cultura é descobrir as estruturas conceituais que informam os atos dos sujeitos, o “dito” no discurso social, e construir um sistema de análise que permite diferenciar o que é específico dessas estruturas conceituais de outros determinantes do comportamento humano, ou seja, a teoria tem como principal tarefa fornecer um vocabulário no qual possa ser expresso o que o ato simbólico tem a dizer sobre si mesmo, ou seja, sobre o papel da cultura na vida humana.

Nesse sentido festa de Nossa Senhora do Rosário solidifica pelo empenho dos fiéis, a resistência dos devotos no ato de comemorar e preservar os rituais é o que Geertz aborda em sua obra, uma vez que esses rituais é a própria identidade desse grupo. Tratando de acontecimentos sagrados que teve seu lugar no tempo de origem e que vai ritualmente uma vez que os participantes da festa se tornam os contemporâneos do acontecimento mítico.

Conclusão
As culturas são organizadas por meio de sistemas ou códigos de significação, que dão sentido às nossas e às demais ações. Em virtude disso, qualquer que seja a ação ou prática social, ela é cultural, pois expressa ou comunica significados e, por isso, é prática de significação. A discussão do conceito de cultura, como prática de significação, surge a partir da definição semiótica de cultura sugerida por Geertz.

Contudo, se me cabe o direito de defender, entre as tantas definições conceituais existentes, uma que julgo mais completa, o faço transcrevendo as palavras de Clifford Geertz, quando diz:

O conceito de cultura que eu defendo, (...) é essencialmente semiótico. Acreditando, como Max Weber, que o homem é um animal amarrado a teias de significados que ele mesmo teceu, assumo a cultura como sendo essas teias e sua análise; portanto, não como uma ciência experimental em busca de leis, mas como uma ciência interpretativa, à procura do significado (GEERTZ, 1973, pg. 15)

Ademais, a festividade é um símbolo do patrimônio cultural imaterial da cidade por reunir características dos conceitos aqui abordados. Uma vez que a comunidade se reúne para a realização do folguedo, estão assim repassando seus conhecimentos, saberes e fazeres à nova geração. A preservação dos rituais forma a identidade especifica da comunidade e a preservação é um dever de todos.


Referências
Raildis Azevedo Avelino, Mestranda em História Cultural e Patrimonial pela Universidade de Passo Fundo (UPF).

AUDRIN, Frei José Maria. Os sertanejos que eu conheci. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1963, p. 32.

GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. São Paulo: LTC, 1989.
HALL, Stuart. A identidade cultural na Pós-Modernidade. 2.ed. Rio de Janeiro: DP&A,1998. P. 67-76.

Mello e Souza, Marina de. Reis negros no Brasil escravista. História da festa de coroação de Rei Congo. Belo Horizonte, Editora da Universidade de Minas Gerais, 2002.

MESSIAS, Noeci Carvalho. Religiosidade e devoção: as festas do Divino e do Rosário em Monte do Carmo e em Natividade - TO. Goiânia: UFG, 2010. [Tese de Doutorado].

HONÓRIO, Ricardo. Concepções de Cultura. Revista de História, v. 05. Artigo: “The Limitation of the Comparative Method of Anthropology”. Rio de Janeiro, 2012.



4 comentários:

  1. Quais são os significados atribuídos pelos atores sociais na Festa Nossa Senhora do Rosário, na perspectiva da Geertz, que faz a festa ser considerada um patrimônio imaterial? Marina Fares Ferreira

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    1. Oi Marina, agradeço por tua pergunta.
      Se para Geertz, o homem é um animal amarrado a teias de significados que ele mesmo o tece, os atores sociais da festa se reconhecem por suas praticas culturais. um exemplo bem nítido é ao chegar na cidade de Monte do Carmo e perguntar qual a principal atração turística da cidade, os moradores logo te diz "as festas do carmo", entre elas a Festa de Nossa Senhora do Rosário, sendo a mais antiga e mais conhecida. Portanto Marina, eu considero que todas as experiências são produtoras de culturas e traduzem os sentidos atribuídos aos lugares de vivência, ambientes onde os indivíduos usufruem os artefatos culturais tangíveis que ali são criados e assumem múltiplas dimensões simbólicas que ultrapassam os espaços e fronteiras físicas. Por isso, o espaço de materialização dessas práticas culturais se edificam no instante que um não se separa do outro. ou seja, a festa de Nossa Senhora do Rosário concretizam por suas praticas de saberes e fazerem específicos da comunidade que mantém viva sua identidade,contudo a festa reúne características históricas culturais para ser considerada patrimônio intangível. Não sei se te respondi, aguardo teu retorno e contribuições. Obrigada!

      Raildis Azevedo

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    2. Entendi Raildis. Perguntei porque achei que faltou uma ligação entre o conceito de Geertz, Festa do Rosário e Patrimônio Imaterial que é só citado ao final do texto. Acredito que a história oral seja muito importante para o seu trabalho, no intuito de conhecer e dar vozes aos detentores do bem. Obrigada pela resposta! Marina Fares Ferreira

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    3. Mais uma vez te agradeço pela contribuição Marina! Sim, estou trabalhando nesse sentido agora,este trabalho faz parte de um contexto maior (dissertação)e a fonte oral é determinante. Espero que tenhamos outras oportunidades que possibilita o debate do trabalho "completo".
      Raildis Azevedo Avelino

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